Aluga-se um Coração

Capítulo 2 - Odeio Paris

* Logan *

Eu me odeio. Que merda eu estava fazendo nessa cidade parada? E ainda mais com esse pessoal ridículo do Colégio. Na moral, eu mereço isso. Deveria ter questionado os meus pais quando eles me forçaram á vir para cá. Na verdade, os dois queriam se livrar de mim para se mandarem para a Califórnia. Ódio! Ali sim é um lugar divertido e o meu sonho de consumo.

Peguei as minhas coisas e fui até o elevador. Acionei o botão e esperei cerca de dois minutos. Até os elevadores daqui eram devagar.

Quando o mesmo chegou, entrei e mais três pessoas entraram. Vi aquela menina que acho que se chama "Kátia" correndo na direção do elevador cheia de sacolas e ri da cena.

- Segura para mim. — ela dizia com pressa.

Uma das pessoas que tinha entrado fez menção de segurar a porta, mais eu a olhei feio.

- Tira a mão daí. — a pessoa logo recuou e eu apertei o numero do andar. — Tchau Kátia!!! — acenei feliz e as portas se fecharam.

Enquanto o elevador subia, eu dava risada da minha própria babaquice. Não sei por que eu sou tão chato com essa garota. Na verdade, eu sei sim. Essa menina é uma insuportável e mal educada. Fala alto, é ignorante, petulante... Ou seja, tudo que eu ODEIO. Fora aquela cara de bolacha dela e aquela mania repugnante que ela tem de criticar tudo e questionar tudo.

Cheguei ao andar e caminhei até o final do corredor, meu quarto era 307. Eu iria dividir o quarto com o Luke, e o Brandon ficou com um tal de Alessandro.

Procurei as chaves que o professor me deu e quando as encontrei, posicionei-as para girar e abrir a porta, mais fui atingido por algo.

- Ai! — reclamei e passei a mão pela cabeça. Dei de cara com aquela menina que não lembro o nome. Ela estava com as mãos na cintura e me encarava brava. — Você surtou menina? — peguei a bolsa que ela tinha jogado em mim e joguei de novo. Ela se esquivou e me olhou surpresa.

- Você é um mal educado! Eu te odeio!

- Olha como estou triste por causa disso... — fiz um bico debochado — Vou entrar aqui no meu quarto e chorar a noite toda.

- Quê?! Seu quarto é esse dai?

- Não, é o quarto de outra pessoa e eu vou entrar para saquear. — disse entediado e abri a porta.

- Isso é um pesadelo.

- Pesadelo é ter que ouvir a sua voz e olhar pra sua cara. — disse e joguei todas as minhas coisas para dentro do quarto — Você deveria estar em um hospício e não em Paris.

- E você deveria estar no inferno!

- Pois é justamente assim que eu me sinto quando você está por perto. — ri irônico e ela me deu dedo. — Demônio! — gritei antes de bater a porta e ouvi-a dar um gritinho histérico.  Palhaça.

Peguei minhas coisas e sentei nas duas camas, testando qual era a melhor. Constatei que era a da direita que eu ficaria, porque além do colchão parecer mais confortável, ficava de frente para a varanda do quarto. Pelo menos o Colégio investiu em um hotel bom...

Coloquei minhas coisas sobre a cama e tirei a camisa. Enquanto desfazia minhas malas, fiquei rindo de alguns casos que aconteceram no aeroporto.

...

- Acorda, vagabundo! — Luke disse e bateu com o travesseiro no meu rosto.

- Para veado.

- Anda, o ônibus vai nos deixar aqui!