Capítulo 71 - Um Começo para Nós Dois

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*Logan*

A conversa é real: quando crescemos, nossos planos mudam. E por crescer não quero dizer completar anos de vida, mas amadurecer... Passar por coisas que te façam ter novas perspectivas sobre determinados assuntos.

No início do ano, eu realmente acreditei que morar em Los Angeles seria a maior conquista da minha vida, ou como costumava dizer, "a salvação de todos os meus problemas". Mas agora que finalmente estou aqui para ficar, passo meus dias olhando para as paredes do meu apartamento sem ter a menor ideia do que estou fazendo aqui. A culpa não é da cidade: LA tem tudo que o que você sonhou um dia. O "problema" é comigo. Não problema, mas a coisa toda está dentro de mim.

Eu cresci, a verdade é essa.

Depois de um tempo aqui, entendi que só queria a curtição que o lugar poderia me proporcionar, e também porque ficaria longe da manipulação e asneiras do meu pai. Mas eu dei um basta nele, de tal forma que depois daquele dia do jogo ele não me disse mais nada além de "boa viagem". E sobre curtir... Isso simplesmente não fazia mais sentido para mim, não que agora eu fosse uma pessoa reclusa, mas me mudar para uma cidade só porque ela oferecia inúmeras festas? Acho que não.

— Eu realmente achei que você fosse se esquecer de mim depois que fosse para aí. — diz minha mãe pelo telefone. Depois que me mudei, nos falávamos com mais frequência ainda.

— Nunca mãe... — Rio, porque minha mãe nunca deixará de ser dramática. — E meu pai? Está bem?

— Eu acredito que sim.

— Acredita?

Ela faz silêncio do outro lado. Franzo as sobrancelhas e conserto-me no sofá.

— Aconteceu alguma coisa, mãe? — pergunto.

— Acho que a visita nesse final de semana ficará por minha conta.

...

No sábado pela manhã, minha mãe chega cedo a minha casa. Tento organizar a bagunça que está meu apartamento, mas é praticamente impossível. Jogo alguns livros em baixo do sofá e tento passar despercebido. Ao ouvir a risada da minha mãe, sei que ela viu tudo.

— Eu estou tentando arrumar, juro. — Sorrio amarelo.

— Como está na universidade?

— É diferente do que pensei. Não sou mais o capitão do time, apenas um jogador em ascensão para tentar chegar lá. — Dou de ombros. — Pelo menos consigo me manter focado em alguma coisa.

— Você parece melhor.

— Eu estou melhor.

— É bom te ver ficando assim de novo... — ela diz, e faz um carinho em meu rosto.

— O que houve mãe? Mal consegui dormir pensando no pior e você não quis me falar por telefone.

— Essas coisas a gente não conversa por ligação. —  Suspira. — Eu e seu pai... Bem, não é assim. Eu pedi o divorcio para o seu pai, filho.

Arregalo os olhos.

— Eu sei que é demais para você entender. Já faz algumas semanas, mas com sua mudança, a vida nova... Não quis te sobrecarregar com mais uma informação. Estou cansada de viver um casamento de fachada e ser infeliz! Você entende? Seu pai... Não é uma má pessoa, comparado á tantas outras no mundo, porém ele não fazia bem para nós dois. Depois que você saiu e ficamos sós naquela casa, eu vi que não queria passar o resto dos meus dias me sentindo daquela forma. — Ela dispara de uma vez, e em determinado momento me encara. — Está chateado?

Aluga-se um CoraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora