Capítulo 5 - Torre Eiffel

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...

Tirei meus sapatos e estirei as pernas pela grama verde que surgia do chão. Ela roçou em meu pé e fez cosquinha. Dei risada e fechei os olhos por um momento, permitindo-me apreciar o que provavelmente seria o melhor momento da minha vida.

O trânsito parecia calmo, apesar de estar fluindo um grande numero de carros por aqui. Toda hora, um cheiro diferente tomava o ar. Eram apenas sensações agradáveis e eu senti meu coração inflamar no peito. Eu amo essa cidade, amo demais.

Abri os olhos e lá estava ela: Imponente e bela. Parecia assustadora vista daqui de baixo mais não deixava de exalar aquela magnitude. O sol estava posicionado bem atrás da Torre, e a visão era espetacular. Soltei um suspiro sem perceber. Será que posso ficar aqui para sempre?

Eu sei que nós íamos visitar a Torre amanhã, porém, eu não conseguiria esperar. Eu precisava vê-la de perto, e não apenas por foto ou pela janela do ônibus.

Sentei na grama e sacudi o cabelo, deixando que alguns talos de grama verdinha saíssem voando na companhia do vento.

Megan não tinha vindo. Bem quando estávamos saindo o Brandon apareceu de não sei onde e a chamou para tomar um sorvete. Claro que na hora eu sorri e disse "Tudo bem, divirtam-se", mas na verdade eu queria soca-la.

Tá, não soca-la, isso é meio forte. Eu achei que iria me sentir sozinha por ela não estar aqui, mais só por estar olhando para essa belezura nada mais importava. Senti um cheiro maravilhoso me invadir, e levantei, sendo completamente guiada por ele.

Parei em frente a um pequeno restaurante, que ficava em uma ruazinha atrás da rua principal.

Sentei-me em uma mesa em um canto um pouco reservado e abri o cardápio. De cortesia ou sei lá o quê, o garçom deixou na minha mesa um suco acompanhado de uma rosa amarela.

- Moço, eu não... — disse mais ele seguiu reto em direção á outra mesa. Valeu, colega! Se quiser me cobrar depois esse suco não vou pagar.

Estalei a língua e voltei a olhar o cardápio, mais uma risadinha desviou minha atenção.

Ao erguer o olhar, deparei-me com Anselme sentado duas mesas á frente e, puxa vida... Ele conseguia ficar mais gato ainda sem a roupa de ciclismo.

Ele levantou-se, com toda a sua elegância e eu prendi o ar por alguns minutos. Anselme sentou na minha frente e sorriu largamente.

- Oi. — cumprimentou-me.

- O-O-Oi. — gaguejei lindamente e tapei o rosto. — Droga.

- O que foi?

- Eu acabei de me lembrar do nosso encontro essa manhã... — falei e corei. Tenho certeza que corei porque meu rosto estava pegando fogo. Ele segurou minhas mãos e as tirou do meu rosto.

- Pensa comigo: Não é muita coincidência nos encontrarmos duas vezes no mesmo dia?

- Eu acho que é ironia. O destino apenas quer que eu passe vergonha na sua frente...

Falei e ele sorriu.

- Já eu acho que o destino apenas quer realizar o meu desejo.

- Que desejo?

 - De ver você de novo.

- Isso é uma coisa bonita de se dizer, mas... Eu nem te conheço. — disse sem graça. Eu não queria soar uma boba nem nada do tipo, até porque eu já tinha sido uma boba com o Anselme... E também já tinha passado vergonha na frente dele... Ah, esquece.

- Eu me chamo Anselme, tenho vinte anos e moro em Paris desde os meus quatro.

- Onde você nasceu?

- Em Los Angeles. Minha mãe é americana, mas meu pai é parisiense.

- Uau... — sorri — Isso explica porque você sabe falar inglês e frânces.

- Justamente. — ele sorriu e eu quase derreti na mesa — Agora me fala um pouco sobre você.

- Não tem nada de muito interessante na minha vida... Eu me chamo Chloé, tenho dezessete anos e estou no ultimo ano do colegial. Moro em uma cidade próxima a NY, e sou americana desde... Sempre. — dei de ombros.

- E o que faz em Paris?

- Viagem com o Colégio... — sorri tímida e ele assentiu.

- E está gostando de Paris?

- Muito... — disse e o analisei. Só ele já tornava a viagem inesquecível. Anselme sorriu e eu desviei o olhar. — Então, você vem sempre aqui?

- É o meu restaurante favorito.

- O que tem de bom para comer?

- Hm, se eu fosse te dar uma sugestão... — ele disse e pegou o cardápio — Numero quarenta e sete.

- Não sei nem falar isso... — comentei e ele riu.

- Mais o gosto é uma delícia.

- Você pode pedir para mim?

- Claro! Serveur, s'il vous plaît. — ele disse no seu francês impecável e eu o observei admirada. Ele era tão lindo, não acredito que um cara assim está me dando tanta bola, sério.

Anselme fez o pedido e voltou-se para mim com um sorriso de canto.

- Se importa se eu comer com você?

- Sim, eu sou meio tímida para comer na frente de estranhos, então você vai ter que ficar de costas. — brinquei e ele assentiu, já girando a cadeira.

- Tudo bem, eu...

- É brincadeira! — o detive e ele levou alguns segundos, mais logo começou a rir.

- Essa foi boa.

...

Depois de comermos, Anselme me levou em algumas lojinhas que ficavam ali perto. Comprei umas coisas para dar de presente aos meus pais, e ele insistiu em me deixar na porta do hotel. Que cavalheiro, quero casar com ele!

- Obrigada, eu tive uma ótima tarde. — agradeci e acenei, mais ele segurou meu braço com tanta delicadeza que chegou a fazer cócegas.

- Eu quero te ver outra vez, Chloé.

- Sério? — perguntei feliz mais logo disfarcei. Pigarreei e tentei manter o controle na minha voz — Eu nem sou tão interessante assim...

- Está brincando? — ele sorriu — É a garota mais interessante que eu já conheci na vida.

- Você também não é nada mal. — disse e nós rimos — Ok, você pode me dar o seu telefone e eu te ligo para marcamos algo.

- Uh, eu só dou meu telefone depois que eu conheço a pessoa mais de um mês.

- Ah, tudo bem, então... — disse e ele começou a rir.

- Brincadeira. — ele disse e tirou um papel do bolso. Seu nome e o seu numero estavam escritos em letra cursiva, e eu devo ressaltar que até a letra desse menino é linda.

- Estava guardando para alguma garota?

- Sim, uma garota muito especial... — sorriu — Eu escrevi isso assim que te vi na porta do restaurante. Não sabia se você ia entrar, então escrevi rápido para poder te entregar... Eu precisava te ver de novo.

Eu estava babando, juro de pé junto. Ele pode ficar mais perfeito? Sim, eis que ele beija a minha mão e acena em seguida.

- Tchau Chloé.

- Tchau Anselme... — falei abobalhada e só entrei no hotel quando ele sumiu das minhas vistas.

Minha tarde não poderia ser melhor! Primeiro, porque eu estava em Paris!!! Segundo, porque eu realmente tinha me convencido que a Torre Eiffel faz milagres.


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