Capítulo 15 - Segundo dia na detenção

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...

 1040 dólares. Sério? Eu juntava dinheiro naquele porquinho á dois anos, como posso conseguir tão pouco?

Quer dizer, eu sei por que tinha pouco dinheiro. Eu gastava com muita besteira e não conseguia repor o dinheiro depois... Ops.

Guardei o dinheiro em uma caixinha e lavei as mãos. Da forma como as coisas estão indo eu só irei para a Universidade em 2060.

Coloquei a mochila nas costas e desci as escadas. Minha mãe já tinha ido trabalhar e meu pai a mesma coisa. Desde que voltei de Paris eu não tenho visto meu pai com frequência. Ele tem trabalhado até tarde e saí bem cedo, ou seja, nas duas horas eu estou dormindo.

Tomei café e escovei os dentes. Fui para o Colégio me arrastando e quando cheguei quase chorei ao lembrar que teria que ficar até mais tarde. Maldita detenção!

Entrei na sala e era aula de Biologia. Eu até gostava da matéria, mas as aulas sempre eram entediantes.

Todos prontos para dormir?

...

 Essa detenção filha da mãe só estava me servindo para comprovar que Física é a pior matéria de todo o mundo. Eu já tinha feito e refeito a mesma questão umas dez vezes, sem brincadeira, e o resultado nunca batia.

Pra mim estava tudo certo, mas as alternativas discordavam de mim. Suspirei e apaguei a questão novamente.

- É o sinal. — uma voz – infelizmente – conhecida soou na sala. Olhei-o e ele tirou os olhos do livro para me encarar.

 - O que disse?

 - Você está errando no sinal. — Logan repetiu. — Se subtrair esse — ele disse e se aproximou (sim senhoras e senhores, hoje ele tinha sentado na frente!) — com esse aqui, dá vinte. Letra C.

 - O que você sabe de Física? Dorme todas as aulas... — disse impaciente e ele voltou a sentar.

 - Só estava tentando ajudar. — ele disse e eu não consegui segurar o riso alto. Recebi, em troca, uma fuzilada do professor.

- Por que você me ajudaria em alguma coisa?

- Pergunta interessante. — ele disse e apoiou a mão no queixo, como se tivesse analisando qual seria a melhor resposta. — Talvez por que eu queira.

Dei outra risada alta e o professor respirou impaciente.

- A troco de que? — perguntei.

- Receio que não lhes informaram quais eram as regras da detenção. — José, professor que tomava conta da detenção, disse. Olhei-o e franzi a sobrancelha. — Silêncio completo é uma delas. — Ok, mais ninguém te perguntou querido... — Eu tenho total autonomia para tirar os dois da sala se vocês quebrarem algumas dessas normas. Então, o que dizem?

- Eu vou fazer si...

- Faça o que o senhor quiser. — Logan me interrompeu e disse. O professor sorriu debochado e apontou para a porta.

- Fora.

...

- Você é patético! — disse quando chegamos ao estacionamento.

- Não começa com showzinho, Cleide... — ele disse e abriu a porta do carro. Fui até ele e a bati.  — Você está louca? Quase acertou meus dedos! — ele berrou irritado.

- Por que você disse aquilo?

- Lá estava chato demais! Qual é, eu te fiz um favor.

- Favor o caramba, Logan! Você acha que não seremos punidos por causa disso? É detenção! D e t e n ç ã o.

Aluga-se um CoraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora