Capítulo 42 - Califórnia

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*Chloé*

O sol queimava meu rosto, a brisa agradável abraçava meu corpo. Não estava quente demais, estava perfeito. Sacudi meus cabelos e inspirei fundo. Califórnia, finalmente!

É tão engraçado realizar um dos seus sonhos. Parece que eu não estou realmente aqui, sabe? Ainda sinto como se eu fosse acordar a qualquer momento com um despertador zoando no meu ouvido.

Mas eu não iria. E a cada passo isso ficava mais evidente.

- Bom, acho que é isso. — Logan disse, colocando minha mala no passeio. Olhei-o pela primeira vez desde que desci do carro.

- Sim. Muito obrigada mesmo, Logan!

- Ah, não foi nada... — ele coçou a nuca — Então, eu... Espero que se divirta.

- É, não... Você também. Boas festas. — disse e ele sorriu.

Por que isso de repente tinha ficado tão estranho? Eu não me sentia desconfortável na presença dele, apenas nervosa, mas conversar... Tudo que falávamos parecia errado, como se fosse contra a natureza.

E vai ver, realmente era. Á quatro meses atrás a única coisa que eu queria era socar a cara do Logan.

- Acho que com essa carona nos tornamos, hm... Meio amigos? — ele brincou, enquanto fechava o porta mala.

- Eu não iria tão longe. — resmunguei puxando a alça da mala e ouvi sua risada.

- Tchau, Chloé.

Acenei e virei-me, prontíssima para entrar no hotel, fazer o check in e bater perna... São Francisco, eu cheguei!

***

Eu não sabia qual seria a cidade dos meus sonhos. A briga estava entre São Francisco e Paris. Desde que deixei minhas malas no quarto do hotel, estou rodando por toda cidade.

Eu amo Paris como amo comer pizza. Ainda não superei a viajem do início do ano e a cada vez que penso no dia em que voltei sinto vontade de chorar... Mas, Paris tem sempre invernos rigorosos e os verões tórridos são quase inexistentes. Ou seja, pode estar fazendo sol, mas haverá um pouco de frio. Fora que, os parisienses não são muito simpáticos (apesar deu ama-los, mesmo assim).

São Francisco brilha vida. É quase uma Times Square, mas sem toda aquela poluição visual. Suas ruas são coloridas e o clima é bastante quente e fresco. A única coisa que estava me matando eram as ladeiras. E aqui tinham muitas!

Eu tentava correr delas, mas descobri que esse é um trabalho muito difícil, então simplesmente aceitei... Pelo menos eu iria emagrecer um pouco com tantos exercícios.

Eu estava sentindo falta da Megan aqui. Sempre me acostumei a viajar – mesmo viagens de família – com ela, e agora estava completamente sozinha em uma cidade em que eu explorava pela primeira vez. Contudo, Megan tinha planos diferentes dos meus para depois da conclusão do ensino médio. Ela queria Yale, que ficava em Connecticut. Sempre falamos sobre a nossa separação, tão próxima se considerarmos o fato de que o ano está voando, do nosso jeito, ou seja: Começávamos a discutir sobre isso, mas só a ideia já nos magoava tanto que parávamos.

Seria difícil não ver a Megan sempre. Ela é a única naquele Colégio que sempre esteve ao meu lado, então vou sentir sua falta todos os dias. Essa é uma das partes da vida. Crescemos e nos tornamos adultos, então temos que trilhar nosso próprio caminho.

Era justamente isso que eu estava fazendo quando parei na porta da Universidade de São Francisco, naquela manhã ensolarada de Quarta-Feira. A matrícula não era hoje, mas a universidade já estava aberta para visitações. Eu precisava conhecer á minha casa pelos próximos anos – se Deus quiser.

Aluga-se um CoraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora