Capítulo 57 - Fotografia

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*Chloé*

O mais estranho era que eu não queria que aquele beijo terminasse nunca. Não queria ser sugada para a realidade das nossas vidas, e tudo que envolvem elas; Não queria ter que falar alguma coisa depois que esse momento passasse, ou simplesmente virar as costas e ir embora.

Felizmente ou infelizmente, eu não precisei fazer ou falar nada. Uma voz conhecida, e perdida, fez com que parássemos de nos beijar.

- Chloé, você... — Julian interrompeu sua frase ao nos pegar no flagra.

Olhei de relance para o Logan e o vi bufar de raiva, enquanto virava o rosto. Encarei o Julian envergonhada, e confesso que até chateada por ele ter interrompido, negando a mim mesma olhar para o Logan mais uma vez.

- Você já está indo? — perguntei com a voz falha, consequência da descarga de adrenalina que o beijo me causou.

- Já sim, quer uma carona ou não precisa mais? — ele perguntou, visivelmente incomodado.

- Quero sim...

- Vamos então. — ele fez um aceno, chamando-me com a cabeça, e virou-se.

Comecei a mover-me para segui-lo, mas aquela mão bastante conhecida segurou no meu braço. Soltei um suspiro, sentindo até o ultimo fio de cabelo do meu corpo se ouriçar. É uma droga não controlar essas sensações.

- Eu te levo. — ele disse com aquela voz rouca que me fazia subir pelas paredes. — Ou não, se você quiser ficar... — parecia estar sorrindo. Quis sorrir também, mas me controlei. — Fica...

- Está na hora deu ir, você já parece melhor...

- Vou precisar de cuidados por, pelo menos, duas semanas.

Não consegui e acabei sorrindo. Olhei-o, e ele também sorria.

- É sério...

- Eu também estou falando sério, Chloé. — ele falou. Meu nome soando tão bem na sua voz...

- Não torne as coisas mais difíceis. — soltei um suspiro e puxei meu braço com delicadeza.

- Ao menos me diga onde você está... — ele adiantou-se em dizer, antes deu sair.

Engoli em seco.

- Não.

Virei-lhe as costas e saí correndo para longe da sua casa.

...

O caminho que o Julian fez até a casa do meu pai foi silencioso. E sim, não tem nada de errado aqui. Eu precisava de um lugar para pensar, um lugar que minha mãe não ficasse rodando em torno de mim e perguntando os motivos da minha cara estar péssima.

Meu pai nunca percebeu essas coisas, então pensei "Por que não?". A propósito, quando botei meus pés de novo naquela casa achei que estava surtada de vez e que era melhor ir para um hospício, mas até que meus poucos dias ali não foram tão ruins... Conversei um pouco com a nova mulher do meu pai, que nem parece a bruxa que eu estava pensando... Ela me trata até bem. Troquei umas meias palavras com meu pai. Ele vive puxando assunto comigo o tempo todo e, em alguns momentos, eu cedi e conversamos por um momento. Tirando a filha da minha madrasta, que eu não suportava (e passei a gostar menos ainda quando ela perguntou onde estava o Logan), àquela família não parecia tão terrível.

Mas, obvio, eu ainda prefiro minha casa e a minha mãe.

Quando ele estacionou em frente ao enorme portão da residência do meu pai, soltei um suspiro e tirei o cinto, mas não fiz menção de abrir a porta do carro.

Aluga-se um CoraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora