Capítulo 20 - Mentirosos

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...

 - Pare com isso, já falei que nós despistamos ele. — murmurei entediado enquanto ela olhava para a esquina preocupada.

- E se ele seguiu a gente? E se souber que eu moro aqui? — ela dizia toda preocupada e eu dei mais risada. — Pare com isso, não tem graça!

- Oh Chloé, vá para dentro, esse dia já deu no saco, estou a fim de dormir.

- Você vai pra casa sozinho?

- Eu sou homem, sei me cuidar.

- Ah é, isso está vindo do "homem" que acabou de correr comigo igual um louco porque estávamos sendo seguidos!

- Eu corri porque estava com você, se estivesse só tinha peitado ele.

- Tá bom, homenzão!

- Da próxima te deixo para trás.

- Você faz exercício todos os dias e eu corro mais que você. — ela disse e riu, enquanto colocava o pé na trepadeira para subir.

- Corre igual uma gazela.

Chloé fechou a cara e eu sorri. — Não seria mais fácil se você usasse a porta? — continuei e ela subiu um pouco.

- Minha mãe não sabe que eu saí.

- Que rebeldia da sua parte sair sem sua mãe saber.

- Que rebeldia da sua parte dar uma festa sem seus pais estarem aqui.

- Justo.

- Eu sou uma pessoa jus... — ela disse e errou o pé, caindo tudo que havia subido. Corri e consegui pega-la antes que ela atingisse o chão igual manga podre. Lembrei-me da queda que ela levou em Paris que, indiretamente, foi minha culpa. Ficamos nos encarando e minha mente vagou por alguns instantes. Nunca tinha ficado tão próximo dela. Coloquei-a no chão e pigarreei.

- Você, é... — tossi — Deixe de ser desastrada. — falei rígido ignorando aquela sensação estranha que tinha ficado em mim.

- Vá á merda!

- Da próxima vez te assisto cair!

- Ogro. — ela disse e me deu língua.

- Bruxa. — dei banana a ela e lhe virei ás costas.

***

Voltei para casa e passei a mão pela cabeça. Eu deveria estar maluco quando deixei que isso acontecesse, agora toda a bagunça sobrou para mim e eu vou me ferrar sozinho. Comecei a pegar sacos de lixo e jogar toda a sujeira dentro. Fiz isso por horas, e acabei pegando no sono no sofá; Acordei em um sobressalto. Meu telefone tocava e minha cabeça doía. Maldita bebida amarela! Peguei o celular e atendi sem me dar ao trabalho de ver quem era.

- Alô? — atendi grogue.

- Logan Parker! — minha mãe disse do outro lado da linha e meu coração parou. — Oi querido — riu e eu franzi as sobrancelhas. — Estou voltando pra casa com seu pai, a reunião de negócios foi adiada.

- O-o-o quê? Por que? — perguntei e fui levantando, tentando limpar o resto da casa — Quando vocês chegam?

- Daqui a uns trinta minutos, meu anjinho. Te amo.

- Também, tchau mãe!

Desliguei o celular e, correndo, comecei a recolher tudo que encontrava na frente. Peguei a vassoura e um detergente, e saí esfregando tudo. Eu nunca tinha pegado nessas coisas em toda a minha vida, mas, para não ser morto eu o faria.

Aluga-se um CoraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora