...
- Pare com isso, já falei que nós despistamos ele. — murmurei entediado enquanto ela olhava para a esquina preocupada.
- E se ele seguiu a gente? E se souber que eu moro aqui? — ela dizia toda preocupada e eu dei mais risada. — Pare com isso, não tem graça!
- Oh Chloé, vá para dentro, esse dia já deu no saco, estou a fim de dormir.
- Você vai pra casa sozinho?
- Eu sou homem, sei me cuidar.
- Ah é, isso está vindo do "homem" que acabou de correr comigo igual um louco porque estávamos sendo seguidos!
- Eu corri porque estava com você, se estivesse só tinha peitado ele.
- Tá bom, homenzão!
- Da próxima te deixo para trás.
- Você faz exercício todos os dias e eu corro mais que você. — ela disse e riu, enquanto colocava o pé na trepadeira para subir.
- Corre igual uma gazela.
Chloé fechou a cara e eu sorri. — Não seria mais fácil se você usasse a porta? — continuei e ela subiu um pouco.
- Minha mãe não sabe que eu saí.
- Que rebeldia da sua parte sair sem sua mãe saber.
- Que rebeldia da sua parte dar uma festa sem seus pais estarem aqui.
- Justo.
- Eu sou uma pessoa jus... — ela disse e errou o pé, caindo tudo que havia subido. Corri e consegui pega-la antes que ela atingisse o chão igual manga podre. Lembrei-me da queda que ela levou em Paris que, indiretamente, foi minha culpa. Ficamos nos encarando e minha mente vagou por alguns instantes. Nunca tinha ficado tão próximo dela. Coloquei-a no chão e pigarreei.
- Você, é... — tossi — Deixe de ser desastrada. — falei rígido ignorando aquela sensação estranha que tinha ficado em mim.
- Vá á merda!
- Da próxima vez te assisto cair!
- Ogro. — ela disse e me deu língua.
- Bruxa. — dei banana a ela e lhe virei ás costas.
***
Voltei para casa e passei a mão pela cabeça. Eu deveria estar maluco quando deixei que isso acontecesse, agora toda a bagunça sobrou para mim e eu vou me ferrar sozinho. Comecei a pegar sacos de lixo e jogar toda a sujeira dentro. Fiz isso por horas, e acabei pegando no sono no sofá; Acordei em um sobressalto. Meu telefone tocava e minha cabeça doía. Maldita bebida amarela! Peguei o celular e atendi sem me dar ao trabalho de ver quem era.
- Alô? — atendi grogue.
- Logan Parker! — minha mãe disse do outro lado da linha e meu coração parou. — Oi querido — riu e eu franzi as sobrancelhas. — Estou voltando pra casa com seu pai, a reunião de negócios foi adiada.
- O-o-o quê? Por que? — perguntei e fui levantando, tentando limpar o resto da casa — Quando vocês chegam?
- Daqui a uns trinta minutos, meu anjinho. Te amo.
- Também, tchau mãe!
Desliguei o celular e, correndo, comecei a recolher tudo que encontrava na frente. Peguei a vassoura e um detergente, e saí esfregando tudo. Eu nunca tinha pegado nessas coisas em toda a minha vida, mas, para não ser morto eu o faria.
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Aluga-se um Coração
RomanceDizem que farpas trocadas não doem e, quanto a isso, eles dois entendem bem. Chloé Smith e Logan Parker se odeiam e todo mundo sabe disso. A única coisa que Chloé queria para seu último ano no ensino médio era sossego, mas claro que seu maior inimi...