Capítulo 70 - Onde Terminamos

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*Logan*

— Três meses de fisioterapia e sem praticar qualquer tipo de exercício físico. — O médico diz enquanto rabisca a prancheta.

— Meu Deus... — Minha mãe expira com força, e aperta minha mão que descansa na cama hospitalar.

— Poderia ter sido pior. — ele retoma. — Por que não veio assim que se feriu?

— Eu... — Pigarreio e passo as mãos pelo rosto, evitando desabar bem na frente do médico.

Acontece que depois que soube que a Chloé estava a caminho de Paris e não de São Francisco como imaginei, meu chão sumiu. Não deixei nenhum recado, porque o que eu falaria? "Oi Chloé! Precisei levar mais de uma hora no campo para ver que eu não queria estar em outro lugar á não ser ao seu lado, mas quando me dei conta disso e vim até sua casa, descobri que você está indo para Paris. Me liga quando chegar. Ou quando voltar."

Porque não havia outra coisa a ser dita além disso!

— Bom, seja o que for, você agiu errado em não ter vindo direto para cá. — o médico prossegue, desistindo da minha explicação. 

— Ele vai ficar bem, doutor? — minha mãe pergunta.

— Se seguir a fisioterapia direito e não comprometer de forma alguma a recuperação do joelho, sim. Logo mais ele estará de volta aos campos e bem á tempo de começar a temporada na universidade. — ele diz, abrindo um leve sorriso. — Você deu muita sorte, rapaz.

Sorte? Eu não estou vendo sorte nenhuma nisso!

E não estou falando do meu joelho!

— Tudo bem, obrigada doutor.

Descanso a cabeça no travesseiro e fecho os olhos, respirando fundo. O que eu iria fazer agora? Chloé está do outro lado do mundo... Em nenhum momento me preparei para isso. E ela ainda não sabia que foi a Suzanne que descobriu tudo por conta própria, e não por minha causa.

— Está sentindo dor?

Sinto minha mãe acariciar meus cabelos.

— Sim.

— Quer que eu chame o médico? — Sua voz assume um tom de preocupação.

— Ele não pode me ajudar com essa dor, mãe.

— Você quer conversar? — indaga, e puxa uma cadeira para sentar-se ao lado da minha cama.

Encaro minha perna enfeixada até a coxa, e solto um suspiro.

— Não há o que dizer.

— É sobre a Chloé? Foi por que vocês terminaram de novo?

— Nós nunca estivemos juntos, mãe.

Ela ri com desdém.

— Eu já te disse que...

— Você não entendeu.

— Então o que quis dizer?

— Nós... Nós namoramos de mentira.

Abro os olhos e encaro-a. Sua expressão é de completa confusão, mas não esperava menos. Não havia porque contar isso para a minha mãe agora, mas eu estou cansado de guardar toda essa mentira e deixá-la acreditando que Chloé e eu tivemos, de fato, um relacionamento.

Aluga-se um CoraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora