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Eu perdi o rei de vista. Fiquei tanto tempo parada, estagnada no mesmo lugar, que não saberia dizer para onde ele foi. Mas minha cabeça rodava e rodopiava diversas vezes na mesma pauta.

Ayaz manipulou tudo. Renoward já havia dito isso a mim, sim, mas ainda era um choque. Até onde mais sabia, o rei de Tuorc, da minha vida?

Aparentemente, era difícil saber até que ponto Ayaz nos manipulava. Até onde ele gostava de brincar com as peças do jogo. O que me fazia questionar se ele estava, de fato, do nosso lado.

Entrementes, também não tinha certeza se Aaden e Renoward deixariam isso passar com tanta facilidade.

E se Ayaz fazia comentários absurdos apenas para nos manter longe, qual era a intenção? Ele havia ido conosco naquela viagem maluca. Decidiu que precisava estar ali, apesar de que sua cabeça agregava muito mais do que suas habilidades militares.

O rei poderia estar nos observando para alguém. Ou faria algo em relação ao exército, mas lembrei que me foi dito que ele não tinha mais controle sobre o próprio reino.

Talvez isso fosse sinônimo de um rei ruim. Entretanto, Ayaz me parecia todo tipo de rei, menos ruim.

Cruzei os corredores, chamando por ele. Será que o rei me deixaria sozinha apenas porque não gostou de ser questionado sobre isso?

Eu me aproximei de uma escadaria. Ela levava apenas para o andar de baixo, mas eu não queria descer. Queria encontrar Ayaz.

Não tinha certeza se o questionaria quando retornasse, mas definitivamente precisava achá-lo.

Dei um passo, mas me deparei com algo.

Senti as pernas falharem.

Pregado na parede por tarraxas vermelhas escuras, havia uma máscara preta, dura e impermeável. Havia rastros de sangue, escorrendo pela parede. Pegadas de poeira e dor marcavam o chão sujo.

Senti os olhos ficarem empoçados.

Renoward...

Arthora | A Ascensão dos Sete ReisOnde histórias criam vida. Descubra agora