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O príncipe de Sulman se chamava Zayin.

Nossa. Acho que não estava preparada para essa revelação. Eu imaginei que ele não fosse mesmo falar.

Acho que fiquei tão chocada que paralisei.

— Eu sabia que ninguém em Parvin sabia meu nome. Se encontrassem que te entreguei as armas, poderiam vir atrás de mim, então eu só evitei um estresse a mais.

— Seu nome é Zayin Renoward?

Ele riu. Soube que ele abriu um sorriso.

Eu já o encarava a tempos, sem sair do casulo de plumas.

— Não. Renoward é um sobrenome que adotei em Álix para que não me reconhecessem. Como soldado, ninguém precisava saber meu nome, então estabeleci apenas Renoward.

— Então qual seu nome completo?

— Zayin Erverhart.

Quando fiquei em silêncio, abismada, o soldado voltou a dizer.

— Se você reparar, minha irmã não me chama de Renoward porque este não é meu sobrenome.

— Zayin Erverhart... — testei as palavras. E soavam bem juntas. — Gostei do seu nome.

— Que bom. — Ele riu.

Quando me deitei de novo, apoiada no peito dele, aquela informação foi e voltou em movimentos rápidos. Era até difícil decidir o que pensar sobre.

Eu pesquei os olhos de novo depois de um tempo. Não contei o tique-taque dentro da minha cabeça. Só soube que tinha passado bastante tempo porque os passarinhos começaram a cantar.

— Assim que amanhecer, vamos procurar um lugar que possa ajudar você e Zylia — disse Renoward. — Você pode dormir. Eu não vou sair daqui.

Não consegui responder.

— E não se preocupe. Eu não vou esquecer que você me deve dois segredos.

Sorri antes de fechar os olhos.

— Tudo bem, Zayin de Sulman — falei. — Eu te devo mesmo depois disso.

Adormeci como se não houvesse amanhã.

Arthora | A Ascensão dos Sete ReisOnde histórias criam vida. Descubra agora