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A ideia de uma festa do pijama estava ganhando força. Seria uma ótima forma de comemorar minhas novas amizades. Todo mundo parecia animado.

— Eu acho uma ótima ideia! — Estella concordou com entusiasmo.

— Também! Nunca fui a uma antes. — Gustav parecia animado e meio nervoso ao mesmo tempo. — Então, está todo mundo dentro, né?

Todos afirmaram, e Tom voltou com vários picolés nas mãos.

— O que eu perdi? — Ele perguntou, entregando os picolés para o grupo.

— A Mia vai fazer uma festa do pijama! — Bill anunciou com um sorriso.

— Ótima ideia. Quer dizer, se ela me convidar, né? — Tom me olhou com aquele sorriso convencido, e eu sabia que não poderia deixar de convidá-lo, por mais "raiva" que ele me causasse.

— Hm... deixa eu pensar... Claro que você pode vir, bocó! — Respondi rindo, e Tom suspirou aliviado.

— Eu sabia! Você me ama. — Ele piscou para mim, e eu revirei os olhos, mostrando o dedo do meio em resposta.

Ficamos na praia até por volta das três da tarde. Depois, cada um foi para sua casa, mas Bill decidiu ir comigo para ajudar a organizar as coisas da festa. Marcamos para as 19h, no exato momento em que meu pai estaria saindo para o trabalho.

— Pai, cheguei. O Bill está aqui também! — Gritei ao entrar, mas não ouvi resposta. Talvez ele ainda estivesse na rua.

— Hoje vai ser ótimo. Tenho vários planos para a noite! — Bill disse com seu entusiasmo habitual.

— Vai mesmo. Quer tomar um banho antes? — Perguntei.

— Se não for incômodo, eu aceito! — Bill respondeu educadamente.

— Claro, vai lá no meu banheiro. As toalhas estão dobradas no armário. — Informei enquanto ele subia para o quarto.

Com Bill no banho, aproveitei para organizar a cozinha. Separei os potes para a comida que eles trariam e mandei uma mensagem para meu pai avisando sobre a festa do pijama. Ele não respondeu de imediato, então subi para trocar de roupa. Acabei entrando no mar, e meu vestido estava completamente molhado. No momento em que tirei o vestido, a campainha tocou.

Peguei uma toalha rápida e fui atender a porta.

— Oi! O que foi? — Perguntei ao ver Tom parado na minha porta.

— Oi, moreninha. O Bill está aqui, né? — Ele perguntou, com um sorriso.

— Sim, ele está no banho. — Respondi.

— Acho que ele ficou com o meu celular na bolsa dele. — Explicou.

— Ah, quer subir e pegar? — Ofereci, já que seria mais fácil do que eu tentar adivinhar qual era o celular dele.

Subimos juntos, e Tom começou a mexer na bolsa.

— Achou? — Perguntei enquanto abria meu guarda-roupa.

— Achei, mas... tem problema eu ficar aqui com vocês? — Ele perguntou, já deitado na minha cama, como se fosse a coisa mais natural do mundo.

— Desde que você não faça bagunça... — Respondi rindo.

— Não vou fazer, tia. — Ele brincou, afundando mais ainda no colchão. — Que cama macia...

— Você tomou banho, né? — Perguntei desconfiada.

— Claro que tomei! Diferente de alguém... — Ele disse, olhando para mim de cima a baixo e rindo.

— O Bill está no banho, bocó! — Respondi, fingindo irritação.

— Pronto! — Bill saiu do banheiro. — Estavam se pegando, é?

— O que você acha? — Respondi, com uma cara de "sério, Bill?"

— Ela me pediu para fazer companhia. Né, Mia? — Tom entrou na brincadeira.

— Com certeza... — Falei, debochando. — Ele só veio pegar o celular, que estava na sua bolsa, por sinal.

— Mas ele não trouxe celular para a praia... — Bill disse, rindo.

Tom me olhou, meio sem graça.

— Podemos dizer que foi uma desculpa para vir pra cá. — Ele admitiu, e todos rimos.

Fui tomar banho, deixando os dois lá, esperando que não destruíssem a casa. Enquanto eu me lavava, meu celular vibrou: era uma mensagem do meu pai.

"Claro, filha, se comportem e aproveitem."

Ufa! Sabia que ele deixaria.

Depois de um banho demorado e uma boa hidratação no cabelo, me vesti e saí do banheiro. Mal abri a porta e me deparei com uma cena bizarra.

— TOM?! O QUE É ISSO? — Quase gritei, vendo ele com o meu sutiã.

— Gostou? Prefiro o vermelho. — Ele respondeu, caindo na gargalhada.

— Tira isso agora! Que vergonha! — Eu disse, completamente envergonhada.

— Caramba, tô com mó peitão. Igualzinho você! — Ele piscou e continuou rindo.

— Para com isso! — Falei, tirando o sutiã dele.

— Tá bom, moreninha. — Ele disse, ainda rindo, mas devolvendo o sutiã ao seu lugar.

— Você não tem jeito... — Resmunguei, passando perfume enquanto Tom me olhava.

— Deixa eu sentir o cheiro do perfume. — Ele pediu, se aproximando.

Entreguei o frasco, mas, em vez de cheirar o vidro, ele se inclinou e cheirou meu pescoço. Me arrepiei inteira.

— Nossa, arrepiou! — Ele riu, notando minha reação.

— Claro, logo no ponto fraco... — Admiti, minhas bochechas ficando vermelhas.

— Bom saber. — Ele disse, com um sorriso malicioso, passando a mão no meu rosto.

— Você não desiste, né? — Perguntei, saindo do quarto. — Vamos descer, já já meu pai chega.

— Você que manda, moreninha. — Ele respondeu, me seguindo.

Já eram quase cinco da tarde quando meu pai chegou. Ele foi direto para o quarto, enquanto nós ficamos na cozinha conversando e comendo.

— Queria que seu irmão estivesse aqui pra jogar videogame com ele. — Tom disse, mordendo uma maçã.

— Pra perder todas as partidas? — Provoquei.

— Quem disse que eu perco? — Ele debochou, me olhando com aquele sorriso arrogante.

A campainha tocou, e Bill se levantou para atender.

— Oi, Estella! — Ele disse, abrindo a porta para a garota.

— Trouxe doces e salgadinhos! — Ela disse animada.

O Tom, é claro, já se animou.

— Opa! Já gostei! Tem de cebola? — Ele perguntou, fazendo todos rirem.

Enquanto preparávamos o fondue, a campainha tocou de novo. Era Karine, Gustav e Georg, todos carregando sacolas.

— Olha o que eu trouxe! — Karine disse, tirando de sua bolsa uma garrafa e um baralho de cartas. — Verdade ou desafiooooo!

— Ai meu Deus... Isso não vai acabar bem. — Falei, mas, no fundo, estava animada.

𝐌𝐞𝐮 𝐕𝐢𝐳𝐢𝐧𝐡𝐨 - 𝘛𝘰𝘮 𝘒𝘢𝘶𝘭𝘪𝘵𝘻Onde histórias criam vida. Descubra agora