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Eu ainda não acredito que me vi nessa situação. Agora sou eu que tenho que puxar o Tom para o beijo? Me poupe, né. Só de pensar nisso, dei um jeito de disfarçar e escapei com um selinho. Que burra...

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BILL NARRANDO

Eu estava no sofá com o Tom, vendo qualquer coisa na TV. Nem sei mais o que era, porque o Tom estava mais concentrado no celular do que no filme.

— EI, MEU SANDUÍCHE! — Tom gritou, enquanto Safira, nossa cachorrinha, pegava o lanche dele e saía correndo. Eu não me aguentei e comecei a rir.

Ele foi atrás da Safira, deixando o celular desbloqueado no sofá. Não sou de bisbilhotar, mas uma notificação chegou, e eu, só de canto de olho, vi que era a Mia. Esses dois, viu.

Detalhe: eu já sabia de tudo entre eles. Tom me conta tudo, mas eu finjo que sou o irmão mais velho desatento.

E por pura coincidência, a Mia me ligou naquele exato momento.

— Billy, me ajuda! — ela disse, nervosa.

— O que foi, Mia? — perguntei, já sabendo que vinha confusão.

— O Georg me chamou para tomar açaí... só eu e ele... tô nervosa, não sei o que fazer!

— Calma. Ele não vai te puxar pra beijar nem nada do tipo. Eu acho... — tentei tranquilizá-la.

— VOCÊ ACHA? — Mia respondeu, claramente mais aflita. — É só um passeio entre amigos, né?

— Claro que é. Mas por que você tá tão nervosa? Talvez ele só queira desabafar sobre os sentimentos, sabe? Isso é normal.

— Eu só não quero machucar ele. Me coloco muito no lugar das pessoas... — ela murmurou, mais pra si mesma.

— Relaxa, vai dar tudo certo. Depois, você passa aqui em casa. Aí aproveita e dá o beijo que o Tom está esperando, né? — Eu não resisti à provocação.

— QUE BEIJO, TÁ DOIDO? — Mia ficou visivelmente nervosa.

— Eu vi a mensagem no celular dele. Safira roubou o sanduíche e ele deixou o celular aqui desbloqueado. Não resisti.

— Ai meu Deus... desculpa por não ter te contado antes. O Tom ia...

— Fica tranquila. Ele já tinha falado comigo também — eu disse, rindo. — Sério, passa aqui em casa depois. A gente resolve esse rolo todo.

— Tá bom, tá bom... Vou lá. Beijo!

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MIA NARRANDO

Porra, o Tom é foda... de um jeito ruim, claro.

17:09

A campainha tocou, e fui abrir. Era o Georg. Dei um tchau pro meu pai, que me entregou uns trocados para o açaí. Fomos andando até a sorveteria, era pertinho.

Chegando lá, pedi meu açaí, e o Georg pediu o dele.

— Deixa que eu pago — ele disse, tranquilo.

𝐌𝐞𝐮 𝐕𝐢𝐳𝐢𝐧𝐡𝐨 - 𝘛𝘰𝘮 𝘒𝘢𝘶𝘭𝘪𝘵𝘻Onde histórias criam vida. Descubra agora