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Porra, que beijo, meus amigos. Esse é o Tom Kaulitz: imprevisível e irresistível. Ele pode ser o babaca que é, mas não consigo me controlar perto dele. Que merda.

— Tudo que eu falei foi por água abaixo. — Ele riu, apoiando os braços nos meus ombros, sem fôlego.

— Realmente, eu tenho raiva de você. — Ri, colocando uma bala de menta na boca para tentar esfriar a cabeça, mas o jeito que ele me olhava não ajudava.

— Me desculpa. — Ele disse, seu olhar ficando mais sério.

— Desculpar pelo quê?

— Por te deixar nessa confusão que é a minha cabeça. — Ele parecia sincero, como se estivesse lutando com algo interno.

— Eu entendo, Tom. De verdade. — Mordi a língua por me sentir tão trouxa, mas eu realmente o entendia. — Já passei por isso. Pegava todo mundo, bebia todas, fumava alguns. Fiz tudo para tentar preencher o vazio que ficou depois que minha mãe morreu. Mas percebi que não adiantava.

Ele respirou fundo, desviando o olhar por um momento.

— Eu fiquei assim depois que meu pai foi embora. — Ele disse, a voz um pouco rouca. — Mas eu não queria te machucar. Você é diferente, Mia. Você merece o melhor.

Meu coração deu um salto. Eu queria acreditar nele. Mas será que ele estava mesmo pronto para mudar?

— Eu quero você, Kaulitz. — Coloquei minha mão em seu rosto, acariciando sua pele áspera.

Ele não hesitou. Me beijou de novo, com uma intensidade que me fez esquecer qualquer pensamento racional. Fomos nos deitando, e ele se posicionou em cima de mim. Suas mãos exploravam minha pele enquanto seus lábios deslizavam pelo meu pescoço e logo voltavam para os meus. De repente, a porta se abriu.

— Opa! Eu não vi nada, tô saindo! — Bill entrou, arregalando os olhos.

— Tá suave, bobão. — Tom disse, rindo, mas não se afastou completamente. Sua mão ainda estava na minha coxa, um toque possessivo.

— Pelo visto, vocês se entenderam, né? — Bill me olhou com um sorriso cúmplice.

— Silêncio, Bill! — Falei, rindo, enquanto tentava ajeitar o cabelo.

— Encontrei o pai da Mia lá embaixo. Ele disse para irmos à casa dela para decidir o que vamos fazer amanhã, já que alguém faz 16 anos! — Bill disse, animado.

— Ah, sim! Vamos sim, só vou me trocar. — Respondi, tentando esconder o nervosismo.

Bill acenou e saiu, deixando nós dois sozinhos de novo. Me levantei rapidamente e fui pegar minhas roupas.

— Quer que eu saia? — Tom perguntou, com um sorriso travesso.

— Você quer sair? — Retruquei, rindo, e ele balançou a cabeça. — Fica aí, bobo. Só arruma a cama para mim.

— Você que manda, morena. — Ele disse, enquanto eu me trocava.

Troquei de roupa rapidamente, sem dar tempo para Tom ver muita coisa. Quando terminei, ele me olhou surpreso.

— Nossa, você é rápida. — Ele comentou, levantando as sobrancelhas.

Guardei as roupas emprestadas de Matteo na mala para lavar depois. Descemos e nos despedimos de Matteo e Mirella, então fomos para minha casa. No caminho, eu só conseguia pensar na confusão que minha cabeça estava. Sentia raiva, atração e algo mais que não conseguia definir.

11:24

Chegamos em casa e fiquei feliz em ver que meu irmão já tinha chegado. Tom foi direto jogar videogame com ele, o que, admito, me encantou. O jeito como ele se conectava com meu irmão, como se tentasse compensar o lado impulsivo e selvagem que tinha comigo.

Meu pai sugeriu alugar uma van para nos levar a um parque de diversões. Todos adoraram a ideia. Decidi quem iria convidar para ele calcular o número de lugares.

- Bill 
- Tom 
- Karine 
- Estella 
- Gustav 
- Georg 
- Matteo 
- Natália 
- Mirella e o namorado dela

Enviei mensagens para confirmar com todos. Mirella não poderia ir, mas Matteo e Natália aceitaram na hora. Meu pai organizou a van e pediu para marcar um ponto de encontro. Marcamos na minha casa. Sairíamos às 9h, o parque era longe e abriria às 11h.

17:55

Todos foram embora depois do almoço, e fiquei exausta. A ressaca e os eventos do dia pesavam na minha cabeça. Tomei um banho rápido e desabei na cama. Dormi até meu pai me acordar.

— Filha, Mia, acorda. — Ele chamou, me sacudindo levemente. — Vou sair para trabalhar, cuida do seu irmão.

Assenti, ainda grogue, enquanto ele me dava um beijo na testa.

20:57

Fiz o jantar para meu irmão, e passamos um tempo brincando. Ele estava cheio de energia, e eu me senti melhor só por estar com ele. Vimos um filme, mas acabei capotando no sofá. Acordei com o celular vibrando. Eram 00:03. Todos haviam me mandado mensagens à meia-noite. Que amor! Agradeci a todos, até que Tom me ligou.

— Parabéns, minha pequena. — Ele disse, com um tom suave que fez meu coração derreter.

— Obrigada, tomate.

— Abre a porta aí. Não vou tocar a campainha para não acordar seu irmão.

— Como você sabe? Doido... Estou indo.

Desliguei o telefone e fui abrir a porta. Tom estava ali, segurando um ursinho e uma caixa de chocolates. Fiquei sem palavras.

— Tá espionando minha casa agora, é?

— Imaginei que ele estivesse dormindo. — Ele riu. — Tudo apagado e só a TV ligada. Isso é para você.

— Que lindo, obrigada, Tom. — Disse, e ele me deu vários selinhos, as mãos na minha cintura, me puxando para mais perto. — Quer entrar?

— Aceito. Quer que eu leve seu irmão para cama? Ele está todo torto no sofá. Vai doer o pescoço.

Assenti, e Tom pegou meu irmão com cuidado, levando-o para o quarto. Quando voltou, se sentou ao meu lado no sofá.

— Quer um chocolatinho? — Perguntei, com um sorriso.

— Eu aceito. — Ele abriu a boca e eu coloquei um pedaço na boca dele.

— Precisamos dar um nome para ele. — Peguei o ursinho na mão, acariciando-o.

— Vai ser... Pitico. Porque ele é pequeno e fofo, igual você. — Ele sorriu, e não pude evitar de sorrir junto.

— Amei. Obrigada, mais uma vez.

O momento era tão tranquilo e íntimo. Ficamos ali, rindo e conversando baixinho, como se fosse nosso pequeno mundo, enquanto todos os problemas lá fora pareciam desaparecer.

𝐌𝐞𝐮 𝐕𝐢𝐳𝐢𝐧𝐡𝐨 - 𝘛𝘰𝘮 𝘒𝘢𝘶𝘭𝘪𝘵𝘻Onde histórias criam vida. Descubra agora