005

171 6 1
                                    

Sábado 11:36 da manhã

05.07

Acordo com o sol batendo no meu rosto. Droga, esqueci de fechar as cortinas. Do jeito que o Tom é, aposto que deve ter me espionado enquanto eu dormia. Ele é do tipo que faria isso sem nem piscar.

Levanto, lavo o rosto e faço minha rotina de skincare. Depois, desço para tomar café e me despedir do meu irmão. Até pensei em ir com ele para a casa da vovó, mas prefiro aproveitar as férias com meus novos amigos. Vou passar praticamente todos os dias sozinha em casa, então, quem sabe, posso fazer uma festa do pijama depois.

— Bom dia, homens da minha vida — digo, sentando à mesa com meu pai e meu irmão.

— Bom dia, flor do dia — meu pai responde, animado como sempre.

— Bom dia, irmã! Incluindo o Tom entre os "homens da sua vida", né? — Peter solta, malicioso.

— Como assim? — pergunto, tentando esconder o nervosismo enquanto meu pai me olha curioso.

— Vocês brigam tanto... só pode ser amor — Peter diz, rindo.

— Engraçado você, né? — rebato, bagunçando o cabelo dele. — Vou sentir sua falta.

— Eu também vou sentir, mana — ele responde, com um sorriso sincero.

— Tchau, filha. Daqui a pouco estou de volta — meu pai diz, já se preparando para sair.

— Pai, só pra avisar: vou à praia com meus amigos, tudo bem? — pergunto. Ele apenas acena, me dando permissão.

Subo para me arrumar e, de repente, meu celular toca. Tom? O que ele quer?

— Oi, o que você quer?

— Nossa, bom dia pra você também, moreninha. Vai pra praia, né?

— Desde quando você se importa? Você só me maltrata. Sim, vou. Vão passar aqui ao meio-dia?

— Sim. Só pra te avisar, o Bill vai direto encontrar a gente lá, ele vai buscar a Estella em casa.

— Tá bom. E vê se não se atrasa.

— Tá bom, moreninha.

Confesso, adoro quando ele me chama assim. É um apelido que ele mesmo criou e, mesmo sendo o chato que é, ele nunca deixou de me chamar assim.

[...]

Já estou pronta, com minha ecobag: celular, carregador, toalha, protetor solar e uma troca de roupa. Visto um vestido preto colado e, assim que estou trancando a porta, a campainha toca. É o Tom, pontual pela primeira vez.

— Nossa, estou até orgulhosa. Mas e a loirinha, cadê?

— Não enche. Não estou mais com ela — ele responde.

— Deve ser porque você pega várias — digo, rindo.

— Então, vamos de bike ou a pé?

— O pneu da minha bicicleta murchou — respondo.

— Então, vai ter que ir na minha garupa — ele diz, rindo.

𝐌𝐞𝐮 𝐕𝐢𝐳𝐢𝐧𝐡𝐨 - 𝘛𝘰𝘮 𝘒𝘢𝘶𝘭𝘪𝘵𝘻Onde histórias criam vida. Descubra agora