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Não acredito. Quem chamou ela? Só podia ser coisa do Tom, claro.

— Mariana?! Quem te chamou? — Bill pergunta, surpreso.

— Fui eu. Já que vocês estão todos de casal, e ela é minha amiga, pelo menos me faz companhia. — Georg responde, parecendo despreocupado.

Tom lança um olhar cínico para o irmão e ri: — Caramba, agora você se superou, Georg.

— Meu Deus… — Estella murmura, me encarando com uma expressão de puro desgosto. Ela se aproxima e sussurra: — Vem aqui, Mia.

— O que foi? — pergunto, confusa com a urgência dela.

— Ele nem falou com você antes de chamar a Mariana. Ninguém fala com ela, e você sabe disso. — Estella parecia indignada.

— E o que eu posso fazer? — Respondi sem saber o que sentir. A chegada de Mariana mexia comigo de um jeito que eu não esperava.

Por dentro, estava irritada. Georg sabia que a dinâmica entre nós estava diferente, mas mesmo assim trouxe a Mariana sem sequer me avisar. Era difícil não me sentir traída, mas me forcei a continuar, afinal, isso não podia estragar minha noite.

Eles decidiram continuar com o jogo de verdade ou desafio, como se nada tivesse acontecido. Sentamos novamente no chão ao redor da mesinha.

— Verdade ou desafio, Georg? — Tom pergunta com aquele tom provocador que ele sempre usava quando queria causar confusão.

— Verdade. — Georg responde, sem pensar muito.

— É verdade que você é viado? Por isso tá encalhado? — Tom dispara, e a sala explode em gargalhadas.

Georg fica sério, visivelmente incomodado. — Vai se ferrar, Tom. Claro que não! — Ele se levanta abruptamente e sai da roda, subindo as escadas sem dizer mais nada.

O riso morre no ar, e eu sinto o peso da situação. — Vou atrás dele. — Me levanto e sigo Georg, preocupada.

No meu quarto, encontro Georg sentado na minha cama, cabisbaixo.

— Georg, o que foi? — pergunto suavemente, sentando ao lado dele.

Ele suspira, parecendo derrotado. — O Tom só arrasta, sabe? É que... eu gosto de uma pessoa, mas ela não sente o mesmo. E isso dói.

— Quem? Você nunca mencionou gostar de alguém. É a Mariana? — Minha curiosidade cresce, mas quando ele me olha, vejo algo que eu não estava preparada para enfrentar.

— Não, Mia... é você. — As palavras dele caem pesadas, e por um segundo, tudo ao meu redor parece ficar em câmera lenta.

Fico em choque. Nunca pensei em Georg dessa forma. Ele sempre foi um amigo querido, alguém em quem eu podia confiar, mas nunca com segundas intenções.

— Eu... eu não sei o que dizer, Georg. Você é meu amigo, e eu gosto de você, mas não desse jeito. — Tento ser o mais gentil possível, mas vejo a tristeza em seus olhos.

— Tudo bem, eu já esperava por isso. — Ele força um sorriso, mas não consegue esconder a decepção.

— Vamos descer. Eu falo para eles pararem com as brincadeiras. — Ofereço minha mão, e ele a segura, concordando.

𝐌𝐞𝐮 𝐕𝐢𝐳𝐢𝐧𝐡𝐨 - 𝘛𝘰𝘮 𝘒𝘢𝘶𝘭𝘪𝘵𝘻Onde histórias criam vida. Descubra agora