Mais tarde, de volta ao hotel, depois de um longo e exaustivo dia no evento, senti finalmente o peso de toda a viagem me atingir. Estella, como sempre, estava ao meu lado, disposta a fazer qualquer coisa para me distrair e me dar suporte. Nos sentamos no lounge do hotel, observando as luzes de Londres iluminarem a noite enquanto eu tentava processar tudo o que havia acontecido.

— Quer pedir alguma coisa? Chá, café… ou até um drink? — Estella ofereceu, tentando me arrancar um sorriso.

— Um chá vai ser ótimo. Preciso me acalmar — respondi, soltando um suspiro. — Sabe, Stel, eu não pensei que essa viagem seria assim… tão complicada.

Ela assentiu, compreensiva.

— Mia, ninguém esperava por isso. Mas você está sendo forte, mais do que pensa. E sabe, as fãs adoram você. Elas vêem essa sua força.

Olhei para o teto, tentando disfarçar a emoção. Ter o apoio delas e dos meus amigos realmente me dava forças, mas eu não podia negar o quanto doía.

— Eu só... queria entender o porquê. Quero dizer, a aposta, o motivo de tudo isso. E pior, pensar que eu realmente acreditei nele. — Minha voz saiu em um sussurro, como se fosse mais fácil admitir assim.

Estella segurou minha mão.

— Isso vai passar, Mia. Vai levar tempo, mas vai passar. Até lá, você tem a gente. E você sabe que eu e o Bill estamos com você, aconteça o que acontecer.

Abracei Estella, agradecida por sua amizade. Era bom saber que eu não precisava passar por isso sozinha, mesmo que a dor ainda estivesse ali.

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Na manhã seguinte, todos tinham algumas horas livres antes do próximo show, então decidimos dar uma última volta por Londres. Estella e eu nos juntamos a Gustav e Georg, enquanto Bill e Tom ficaram no hotel para resolver algumas coisas da banda. Senti um alívio ao saber que Tom não estaria conosco naquela manhã.

Caminhamos pelas ruas antigas, visitando alguns lugares turísticos e experimentando comidas locais. Gustav e Georg faziam de tudo para nos fazer rir, transformando até os momentos mais simples em algo divertido. Estella, com seu jeito leve e engraçado, tornava o ambiente mais acolhedor e me lembrava de que havia muito mais para aproveitar nessa viagem.

Em certo momento, enquanto passávamos por uma loja de discos, Gustav parou em frente a uma vitrine, segurando um álbum e me olhando com um sorriso.

— Mia, esse disco aqui é a sua cara! — disse ele, levantando o LP como se fosse um troféu.

Eu ri, percebendo que ele fazia de tudo para me animar. A energia deles era contagiante, e, por um momento, consegui esquecer de tudo e me sentir leve, como se estivesse em uma aventura com amigos de longa data.

Após algumas horas de passeio, voltamos ao hotel para nos prepararmos para o show daquela noite. Ao subir para o quarto, senti o nervosismo crescer. Sabia que veria Tom nos bastidores e que seria inevitável manter a distância. Mas, dessa vez, estava mais preparada. Eu tinha decidido que seguiria em frente, deixando a dor de lado, pelo menos por hoje, para aproveitar o que ainda restava dessa experiência.

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**No show**

A energia do local era intensa, e o som das fãs cantando junto com os meninos me fez lembrar do motivo pelo qual eu estava ali: apoiar o sonho deles. Bill e Tom dividiam o palco com uma sintonia impressionante, enquanto Gustav e Georg mantinham o ritmo, levando a multidão à loucura.

Eu e Estella assistíamos dos bastidores, cantando junto com as fãs e celebrando o talento deles. Por mais difícil que fosse, eu me permiti sentir orgulho do que eles estavam construindo, do esforço e da paixão que traziam ao palco.

𝐌𝐞𝐮 𝐕𝐢𝐳𝐢𝐧𝐡𝐨 - 𝘛𝘰𝘮 𝘒𝘢𝘶𝘭𝘪𝘵𝘻Onde histórias criam vida. Descubra agora