Chegamos em casa, todos ainda meio sonolentos, mas com energia suficiente para não encerrar a noite. Alguém sugeriu uma maratona de filmes, e, como ninguém resistiu, logo escolhemos uma sequência de comédias. A sala rapidamente se transformou em um acampamento improvisado.Os risos iniciais foram diminuindo, as vozes baixaram, e, aos poucos, o sofá se tornou uma zona de conforto para todos. Karine foi a primeira a se espreguiçar e se acomodar em uma posição mais confortável. Gustav, percebendo a movimentação, se deitou ao lado dela e puxou um cobertor leve, cobrindo os dois.
Bill e Estella, percebendo o exemplo, decidiram fazer o mesmo. O sofá, que antes parecia espaçoso, agora parecia pequeno para todos nós. Entre uma troca de posições e outra, acabamos todos amontoados de forma que quase todos estavam abraçados. Matteo, sendo o maior, se acomodou na extremidade do sofá, com Natália deitada ao seu lado. Bill, sob o cobertor, tentava se ajeitar enquanto Estella se aconchegava quase em cima dele.
A movimentação era constante, mas ninguém parecia se importar com o aperto. O filme já era quase um som de fundo, pois a proximidade e o conforto tornavam qualquer cena mais interessante que a tela.
Eu, por outro lado, tentava encontrar uma posição confortável ao lado de Tom. Em meio ao cansaço, me aninhei no peito dele. Tom, meio sonolento, soltou uma risada.
— Está confortável? — ele perguntou, a voz baixa e suave.
— Muito. — Respondi, olhando em seus olhos. Natália, envergonhada, se aninhou mais perto de Matteo. Eles formavam um casal adorável, e não pude deixar de sorrir.
Com o passar do tempo, os bocejos começaram a dominar. Estella foi a primeira a adormecer, sua respiração tranquila e regular sobre o ombro de Bill. Georg também já parecia mais próximo dos sonhos do que da realidade, com as pálpebras pesadas. Karine, quase adormecida sobre Gustav, ainda tentava manter os olhos abertos.
Percebendo que todos estavam caindo no sono, decidi melhorar o conforto da nossa improvisada sessão de cinema. Com cuidado, me levantei para buscar alguns travesseiros e cobertores adicionais.
— Onde você vai? — Tom perguntou, me seguindo com o olhar.
— Vou no meu quarto pegar travesseiros e cobertores. Já volto. — Respondi, sorrindo, e Tom se levantou atrás de mim.
Quando chegamos ao meu quarto, ele olhou para os ursinhos de pelúcia que ele tinha me dado e se sentou na cama.
— Eles combinaram aqui na sua cama, hein? — Tom disse, pegando os ursinhos e os observando.
— Eles são lindos — falei, entrando entre as pernas dele. — Igual a quem me deu.
— Nossa, você me elogiando? Que milagre. — Ele riu, segurando minha cintura, e eu ri junto.
— Falei com o Georg — Tom disse, de repente, com um tom mais sério.
— Sério? E como ele reagiu? — perguntei, surpresa.
— Ficou de boa, por incrível que pareça. — Tom acariciava minha cintura e coxas enquanto falava.
O alívio me preencheu, e quando Tom se aproximou para me beijar, eu não hesitei. Seus lábios encontraram os meus em um beijo suave que logo se intensificou. Aproveitei e sentei em seu colo, sentindo o calor de seu corpo contra o meu. Suas mãos exploravam minhas costas e quadris, enquanto eu deslizava minhas mãos por debaixo de sua camiseta.
O beijo se aprofundou, e ele desceu os lábios pelo meu pescoço até o colo dos meus seios. A sensação de seus toques fazia meu coração disparar, e eu respondia com leves arranhões em suas costas. O calor entre nós crescia, mas eu sabia que era hora de parar.
— Tom, vamos devagar. Vamos acertar as coisas primeiro. — Falei, segurando seu rosto com carinho.
— Tudo bem. — Ele sorriu, compreensivo. — Você tem razão. — Me deu vários selinhos, fazendo a tensão diminuir.
Voltar para a sala foi um desafio, mas consegui ajeitar tudo para que todos ficassem mais confortáveis. Finalmente, quando todos estavam acomodados, Tom se deitou ao meu lado e tentou relaxar. O calor do desejo ainda estava presente, mas a sensação de estarmos cercados pelos nossos amigos tornava tudo mais leve.
09:29
Quando o sol começou a aparecer, eu e Georg fomos os primeiros a acordar. Todos os outros ainda dormiam profundamente. Com um aceno silencioso, decidimos não acordá-los e nos dirigimos à cozinha para preparar um café da manhã simples.
— E você e o Tom? — Georg perguntou, enquanto arrumava a mesa.
— Estamos indo devagar. Você está tranquilo com isso? — perguntei, pegando ovos na geladeira.
— Claro, por que eu não estaria? — Ele parecia confuso.
— Ah, não sei... me conta como foi que ele te contou. — Continuei, mexendo os ovos.
— Ele chegou e disse que você estava gostando dele, e que não sabia o que fazer porque não queria me desrespeitar. — Georg explicou. Senti meu sangue ferver. Era tão típico do Tom Kaulitz se fazer de confuso. Mas preferi não demonstrar para Georg.
— Sério? Ele disse isso? — Perguntei, mantendo o tom casual.
O aroma de café fresco e o cheiro de pão assado começaram a preencher a casa. Logo, o resto do grupo foi despertado pelo cheiro delicioso.
Todos se reuniram ao redor da mesa, rindo e comentando sobre a noite anterior.
— Vocês não têm ideia de como foi engraçado ver o Bill dormindo de boca aberta — Tom comentou, e todos caímos na risada.
— Dormimos como uma pequena família, todo mundo grudado um no outro — disse Natália, sorrindo.
— Sim, e é ótimo saber que a gente pode se acomodar tão bem, mesmo em um sofá apertado. — Comentei, divertida.
— Mas seu sofá nem é tão pequeno assim. Só tinha muita gente mesmo. — Estella disse, e todos concordaram, rindo.
A manhã foi preenchida com risos e histórias sobre a noite anterior. As lembranças de ontem eram calorosas e felizes, e todos nós estávamos satisfeitos com o tempo que passamos juntos.
Depois do café, começamos a nos preparar para seguir com o dia. Mesmo com a separação iminente, havia uma sensação de contentamento e satisfação. Nossa amizade havia se fortalecido ainda mais, e aquela noite no sofá se tornaria uma lembrança especial para todos nós.
— Gente, muito obrigada por fazerem meu aniversário mais feliz. Foi uma celebração da amizade, do conforto e da alegria simples de estar com quem realmente importa. — Falei, e todos vieram me abraçar.
— Amiga, eu ainda vou te dar seu presente, viu? — Karine disse, e os outros também afirmaram que ainda me deviam um presente.
— Tchau, princesa — Tom tentou me dar um selinho, mas eu desviei, sorrindo.
— Tchau, Tom. — E fechei a porta.
Aquele aniversário tinha sido muito mais do que eu esperava, uma celebração verdadeira de amizade, companheirismo e novos começos.

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𝐌𝐞𝐮 𝐕𝐢𝐳𝐢𝐧𝐡𝐨 - 𝘛𝘰𝘮 𝘒𝘢𝘶𝘭𝘪𝘵𝘻
Hayran KurguMia Schmitz, uma jovem de 15 anos, vê sua vida mudar radicalmente, após a morte de sua mãe, quando se muda da Itália para a Alemanha com seu pai e seu irmão mais novo. Perdida em um país onde não conhece ninguém além da distante família paterna, Mia...