Na manhã seguinte, eu estava em casa, cercada por caixas e a sensação de que estava prestes a deixar muito mais do que apenas um lugar. O dia estava ensolarado, mas dentro de mim havia uma tempestade de emoções. A mudança para a Itália se aproximava, e a ideia de deixar tudo — meus amigos, minha escola, e até mesmo Tom — me deixava apreensiva.

Enquanto organizava as últimas coisas, ouvi a campainha tocar. Fui até a porta, e meu coração deu um salto quando vi quem estava do outro lado. Tom estava ali, com uma expressão séria, mas seus olhos brilhavam com uma mistura de nervosismo e determinação.

— Oi, Mia — ele disse, um sorriso tímido surgindo em seus lábios.

— Oi, Tom — respondi, tentando esconder a emoção que começou a borbulhar dentro de mim.

Ele entrou, e o ar ao nosso redor parecia carregado de tensão. Olhei para ele, sentindo o peso do que estava prestes a acontecer.

— Eu só queria passar para me despedir antes de você ir — ele disse, suas palavras carregadas de significado.

— Eu... obrigada por vir — eu disse, tentando manter a voz firme.

Nos sentamos na sala, e o silêncio que se seguiu era denso. Os dois sabíamos que era um momento importante. Tom começou a falar sobre o show da noite anterior, tentando quebrar o gelo.

— Você se saiu incrível, mesmo estando no backstage. Eu vi você lá e fiquei tão feliz por você ter vindo — ele disse, os olhos fixos nos meus.

— Obrigada. Eu realmente queria estar lá para apoiar vocês — respondi, tentando sorrir, mas o nó na minha garganta dificultava isso.

— Eu estou muito feliz por você ter sido parte da minha vida, Mia — ele disse, e a sinceridade na sua voz era inegável. — Eu sei que fiz escolhas erradas, e eu sinto muito. Não era minha intenção te machucar.

Senti um misto de dor e compaixão por ele. Apesar de tudo o que aconteceu, uma parte de mim ainda se importava profundamente.

— Eu sei que você não quis — murmurei, olhando para baixo. — Mas as coisas não podem voltar a ser como eram.

Ele se aproximou, e o espaço entre nós parecia diminuir. O olhar dele era intenso, e eu podia ver a luta interna que ele enfrentava.

— Eu realmente quero tentar fazer as coisas certas, Mia. Mesmo que você esteja indo para a Itália, eu quero que você saiba que eu estarei aqui. Sempre.

Quando nossos olhos se encontraram novamente, a tensão no ar se tornou quase elétrica. Eu podia sentir meu coração acelerando, e a lembrança de todos os momentos que compartilhamos inundou minha mente. As risadas, os olhares, e até mesmo os momentos difíceis. Era como se o mundo tivesse parado por um instante.

— Tom... — eu comecei, mas não consegui terminar a frase.

Ele não hesitou. Com um movimento suave, ele se inclinou em minha direção, e antes que eu pudesse pensar em recuar, seus lábios encontraram os meus. O beijo era suave no início, cheio de emoção contida, como se estivéssemos tentando transmitir tudo o que não conseguimos dizer em palavras.

Quando nossos lábios se separaram, eu me sentia tonta. O beijo tinha sido inesperado, mas ao mesmo tempo, não. Era como se tudo ao nosso redor tivesse desaparecido, e só existíssemos nós dois.

— Eu... — ele começou, mas eu o interrompi.

— Não. Vamos aproveitar esse momento — eu disse, a voz trêmula, mas determinada.

Ele assentiu, e sem pensar, me aproximei novamente, tocando seus lábios com os meus uma vez mais. O beijo se aprofundou, e o mundo ao nosso redor tornou-se um borrão. Era uma despedida, mas também um reconhecimento de tudo que ainda existia entre nós, uma chama que ainda não havia se apagado.

𝐌𝐞𝐮 𝐕𝐢𝐳𝐢𝐧𝐡𝐨 - 𝘛𝘰𝘮 𝘒𝘢𝘶𝘭𝘪𝘵𝘻Onde histórias criam vida. Descubra agora