𝐌𝐞𝐮 𝐕𝐢𝐳𝐢𝐧𝐡𝐨 - 𝘛𝘰𝘮 𝘒𝘢𝘶𝘭𝘪𝘵𝘻

086

Na manhã seguinte, acordei com uma dor no peito, perdida em uma cama que não era a minha — estava no quarto de Georg, enquanto ele dormia em um colchão no chão. Ao olhar ao redor, percebi que Estella também não estava mais lá. A leveza da noite de sono não diminuiu o peso que senti ao lembrar dos últimos dias.

Hoje, o grupo planejava mais um dia cheio de passeios turísticos, mas eu só queria ficar ali, quieta, sem ver ninguém, especialmente Tom. Ele tinha quebrado meu coração ao ponto de me deixar sem forças para fingir que nada estava acontecendo. Como eu poderia olhar para ele, sabendo que começou a namorar comigo por uma aposta?

Olhei o relógio no celular, marcava 08:21 da manhã. Decidi que iria sair sozinha por aí, explorar as ruas de Londres como se isso fosse capaz de me distrair, de me fazer esquecer Tom, nem que fosse por algumas horas. Tomei um banho rápido e, antes que alguém acordasse e visse, saí do quarto e segui em direção à rua, deixando meu telefone em silêncio no bolso. Não queria ouvir ninguém.

Tom's Pov

Acordei exausto, com o peso das lembranças da noite inteira em claro. Eu arruinei tudo. Eu me deixei levar por uma aposta idiota, uma brincadeira entre amigos que acabou transformando tudo de forma irreversível, especialmente com Aaron ajudando a complicar ainda mais.

Eu nunca quis que as coisas terminassem assim. Desde o início, a ideia da aposta me incomodava, e foi por isso que tentei me afastar da Mia. Mas eu não consegui — ela era a única pessoa que eu realmente amava, mesmo antes de eu entender isso. Como vou me explicar para o pai dela agora? Prometi que cuidaria dela, que não a machucaria, e que seria o melhor que pudesse para ela.

Hoje temos um evento, uma entrevista e um encontro com os fãs para tirar fotos e dar autógrafos. Querem que a Mia participe também, e eu não sei como vou encarar isso. Mesmo depois de tudo, mesmo depois de tudo o que eu fiz, eu ainda a amo.

Enquanto eu estava jogado na cama, mergulhado nesses pensamentos, ouvi alguém batendo na porta. Levantei devagar, esperando que fosse ela. Mas, ao abrir, encontrei Bill do outro lado.

— Mia? — Perguntei, a esperança ainda acesa, mesmo que eu soubesse que era improvável.

— Não, seu idiota. Sou eu. — Bill entrou no quarto, com uma expressão séria.

— O que você quer? — Perguntei, tentando esconder a frustração na minha voz.

— A Mia sumiu. — Ele disse, e eu senti o pânico crescendo.

— Como assim sumiu?! Sumiu como? Faz quanto tempo? — Meu coração disparou.

— Não sabemos ao certo. Já mandei mensagens, liguei para ela, mas nada. Vamos esperar um pouco. O lado bom é que as coisas dela ainda estão no quarto.

— Eu não vou a lugar nenhum até saber que ela está bem. — Falei, fechando a porta atrás de Bill.

Tudo isso era culpa minha. E, nesse instante, percebi o tamanho do erro que cometi. Ela estava lá fora, sozinha em uma cidade estranha, enquanto eu, por causa de um erro estúpido, me tornei o causador do vazio que ela estava sentindo.

Mia's Pov

O vento frio de Londres me ajudava a manter a mente focada em qualquer coisa que não fosse Tom. Caminhei pelas ruas movimentadas, sem destino, apenas me deixando levar pelas ruas antigas e pelos cheiros novos.

As mensagens e chamadas começaram a surgir no meu celular, mas eu ignorei. Não estava pronta para lidar com ninguém. Queria apenas um pouco de paz, um pouco de tempo para entender o que fazer a partir dali.

De repente, parei em frente a uma pequena cafeteria e decidi entrar. Pedi um chá quente e sentei em uma mesa perto da janela, observando o movimento da rua. Queria me perder na multidão, esquecer quem eu era por um instante.