Antes de me mudar para cá, eu estava ficando com o Matteo. Acho que me ferrei um pouco, já que ainda sinto algo por ele. E, tecnicamente, eu e o Tom não temos nada... Não há problema, certo?
Eu estava quase pronta, só faltava escovar os dentes. Subi rapidamente, escovei os dentes e passei o meu gloss preferido, guardando-o na bolsa. Karine havia me mandado uma mensagem dizendo que já estava chegando.
Desci, me despedi do meu pai e peguei o cartão com ele. Esperei as meninas na calçada. Assim que chegaram, pegamos um Uber e fomos direto ao shopping. Fomos a uma loja específica onde eu já sabia mais ou menos o que queria.
Escolhi um vestido que brilhava, refletindo luzes como uma constelação. Era mais caro que os das meninas, mas valia cada centavo. Karine escolheu um modelo elegante, simples, mas muito sofisticado, e Estella optou por algo mais ousado, com cortes geométricos.
Depois das compras, Bill ligou para Estella, dizendo que os meninos nos esperariam na área de jogos. Com os vestidos escolhidos, decidimos comprar algumas maquiagens. Adquiri um novo gloss — amo gloss! —, um de cereja, outro de morango, e um iluminador que promete dar aquele brilho especial.
Quando encontramos os meninos, percebi que Georg não estava. Nem precisávamos perguntar o motivo. Pegamos os créditos e nos jogamos nos brinquedos. Sorte que trouxe minha câmera fotográfica, aquela antiga que encontrei ao remexer nas minhas coisas. Tinha colocado novas pilhas e um cartão de memória. Queria registrar todos os momentos.
— Vamos ver quem é o mais forte! — Gustav correu para o saco de pancadas, ansioso para testar sua força.
— Nossa, vou te amassar! — Tom correu atrás dele, competitivo.
— Nem tento, sou fracote — disse Bill, arrancando risadas enquanto passava o braço em volta da cintura de Estella.
— Vamos ver o show desses dois — falei, rindo também.
Após a contagem regressiva, Gustav deu um soco forte: 753 pontos. Tom zombou, autoconfiante.
— Só isso? Aprende com o pai. — Ele se posicionou, focado. A contagem começou novamente e, quando o soco saiu, marcou impressionantes 998 pontos. Sorri involuntariamente.
— Caralho, mandou bem! — disse Gustav, cumprimentando Tom.
— Parabéns, Tomzinho — brinquei, apertando o braço dele, que riu.
Continuamos nos divertindo, jogando em várias máquinas e acumulando fichas. Eu e Tom fizemos uma competição em uma daquelas motos de corrida, e Estella tirou uma foto nossa, uma das muitas que eu registraria nesse dia.
Em um momento, avistei uma mesa de sinuca. Eu sou craque na sinuca.
— Quem quer levar um pau? — desafiei, confiante.
— Que pau o quê! Deve ser mó ruim — provocou Gustav. — Eu vou.
— Eu também — disse Tom.
Jogamos e, claro, ganhei fácil dos dois. Gustav e Tom riram, dizendo que só estavam pegando leve comigo. Depois, acabaram as fichas, e decidimos dar uma volta pelo shopping até o fechamento.
No Uber de volta, discutimos sobre a festa de amanhã. Todos confirmaram presença. Despedi-me de todos e fui para casa, sabendo que a noite de amanhã prometia ser longa.
[...]
14h07. Como eu dormi tanto assim?!
Tinha várias chamadas perdidas de Karine e, ao ver as mensagens, liguei para ela imediatamente.
— Amiga, tá viva? Tá no hospital? — perguntou Karine, exagerando como sempre.
— Não, eu só tava dormindo. Não sei como apaguei desse jeito.
— Imaginava! Você só dorme!
— Acho que vou para a sua casa umas 20h.
— Você se arruma em 2h? — ela perguntou, incrédula.
— Sim, eu já vou de banho tomado e cabelo arrumado. Aí só coloco a roupa e faço a maquiagem.
— Tá bom, então. Estella vai chegar às 19h. Você vai dormir aqui, né?
— Vou sim, amiga. Beijo, beijo!
Desliguei e desci para falar com meu pai sobre a festa e que eu ia dormir na casa da Karine. Me sinto um pouco distante dele ultimamente. Semana que vem, vou aproveitar bastante com ele. Ele mencionou que vai buscar meu irmão para passar o dia do meu aniversário, domingo, com a gente.
— Pai, prometo que vou passar a semana que vem inteira com você — disse, abraçando-o forte.
— Fica tranquila, filha. Fico feliz que você esteja se divertindo.
Subi para tomar banho, fiz uma hidratação rápida no cabelo e comecei a organizar minhas coisas para não esquecer nada.
Tom's Pov
Acordei agora. Droga, 15h. Dormi às 4h da manhã, conversando com uma garota que vai estar na festa hoje. Alguém bateu na porta.
— Finalmente acordou. Achei que ia hibernar. Vai na festa hoje, né? — Bill entrou, abrindo a cortina. A luz me incomodava.
— Vou, né. Vai umas gostosas com quem eu converso. Fecha isso aí, na moral — reclamei.
— Nossa, você realmente não presta. Somos gêmeos muito diferentes — ele riu. — Mas e a Mia?
— Presto sim. Gosto da amizade dela e tal. Estamos ficando, mas nada sério.
— Acho que ela gosta de você. Mancada fazer a menina criar expectativas.
— Mas ela é muito b— parei de falar. Algo me travou.
— Tom? O que foi? — Bill perguntou. Eu estava paralisado, olhando pela janela. Era Mia, enrolada numa toalha.
— Tá vendo que é só amizade. Fecha a boca, vai entrar mosca — brincou Bill.
— Para. Quer saber a verdade? — suspirei. — Eu gosto dela sim. Foi à primeira vista. O jeitinho dela me encanta, os olhos verdes me deixam louco. Nunca vi uma morena tão linda. E olha que só pegava loiras. Tento distrair meu sentimento com outras, mas com ela... não consigo. Se eu me declarar e ela me ver com outra, vai ficar estranha comigo. E se eu acabar com tudo e ficar só na amizade? Não quero que ela crie expectativas e se machuque. Ter ela como amiga já seria suficiente. Se eu tentar algo sério, vou acabar machucando-a.
— Porra, Tom, não esperava por essa — disse Bill.

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𝐌𝐞𝐮 𝐕𝐢𝐳𝐢𝐧𝐡𝐨 - 𝘛𝘰𝘮 𝘒𝘢𝘶𝘭𝘪𝘵𝘻
FanficMia Schmitz, uma jovem de 15 anos, vê sua vida mudar radicalmente, após a morte de sua mãe, quando se muda da Itália para a Alemanha com seu pai e seu irmão mais novo. Perdida em um país onde não conhece ninguém além da distante família paterna, Mia...