Eu estava completamente devastada. Meu pai poderia ficar furioso comigo, e isso me deixava paralisada de medo. Estella tentava me acalmar.— Calma, amiga. Pode ser apenas o efeito do almoço, ou o fato de ser a sua primeira vez e o corpo estar reagindo de maneira estranha. Fica tranquila — ela dizia, tentando me confortar.
Mesmo com as palavras dela, eu estava tomada pela preocupação e sentia que tinha arruinado minha vida.
— A Estella passou por algo semelhante, e ela superou, então você vai conseguir também — Bill falou, tentando me dar um pouco de esperança.
— Mas vocês usaram camisinha, né? — perguntei, e todos ficaram paralisados.
— Porra, Mia, você está pedindo também, né? — Georg exclamou, colocando as mãos na cabeça.
— Calma, ela não teve culpa. Nessas horas, ninguém pensa em nada — Estella defendeu, tentando aliviar a tensão.
Todos ficaram em silêncio, reflexivos, e logo Tom chegou.
— Cheguei com o teste de gravidez, pílula do dia seguinte, anticoncepcional e remédios — Tom disse, mexendo nas sacolas.
— Comprou camisinha também? — Georg perguntou, cruzando os braços.
— Sim, comprei, seu idiota — Tom respondeu, entregando o teste de gravidez a mim. — Aqui, moreninha, vai lá no banheiro.
Fui ao banheiro e me sentei no vaso, olhando para o teste. Meu coração estava acelerado e minha mente corria com pensamentos sobre o futuro.
— Tá tudo bem aí, Mia? — Tom bateu na porta.
— Está sim — respondi, tentando manter a calma.
Fiz o teste e coloquei-o de volta na caixa, jogando o xixi fora. Sai do banheiro, sabendo que todos estavam tão nervosos quanto eu.
— O que deu? — Tom perguntou, ansioso.
— Não sei, está dentro da caixinha ainda — respondi.
— Esses testes realmente demoram — Estella comentou, tentando manter a calma. — Vamos tentar relaxar um pouco.
Sentamos no sofá em um silêncio constrangedor.
— Acho que já deu, vê aí — Tom disse, olhando para mim.
— Gente, não dá para confirmar uma gravidez de um dia para o outro, ainda mais com sintomas — Estella observou. — Vamos tentar pensar com calma.
— É verdade, né? — eu disse, abrindo a caixa e verificando o teste. — Negativo.
— Graças a Deus — Tom suspirou aliviado. — Mas eu gostaria de ter um filho algum dia.
— Tom, não é o momento para isso — Bill interrompeu. — Além disso, você mal consegue cuidar de si mesmo.
— Cala a boca — Tom respondeu.
— Mas então, tome a pílula do dia seguinte que o Tom comprou, só para garantir, já que não pensamos nisso na hora — Estella sugeriu.
Tomei a pílula e percebi que, de fato, não dá para confirmar uma gravidez tão rapidamente. Foi apenas um susto, mas serviu como lição.
[...]
16:41
Algum tempo depois, o clima estava tenso. Georg foi embora, e logo a mãe dos meninos chegou.
— Oi, queridos — Senhora Kaulitz cumprimentou. — O que aconteceu com essas caras?
— Não tem nada para fazer — Bill respondeu.
— Tem sim, vocês podem arrumar o quarto de vocês enquanto eu converso com as meninas, o que acham? — Senhora Kaulitz sugeriu, rindo.
— Ah, mãe, não — Tom resmungou.
Os garotos foram arrumar o quarto enquanto eu conversava com Estella e com a mãe dos meninos. Eu estava ansiosa para contar o que tinha acontecido, mas também estava insegura sobre se eu estava fazendo a coisa certa ao me entregar totalmente a Tom.
No dia seguinte, teria que encarar as consequências do que aconteceu.
17:23
— Com licença, vou subir agora — eu disse.
— Fique à vontade — Senhora Kaulitz respondeu, continuando a conversa com Estella.
Subi até o quarto de Tom, nervosa sobre como ele poderia reagir.
— Posso entrar? — perguntei, vendo Tom fechar a porta do guarda-roupa.
— Claro, amor — Tom disse, aproximando-se de mim. — O que foi?
— Está tudo bem entre a gente, né? — perguntei, fechando a porta atrás de mim.
— Claro, por que não estaria? — Tom respondeu, olhando para mim com carinho.
— Pelo que aconteceu hoje — eu disse.
— Fica tranquila, foi uma lição para nós — Tom falou, colocando as mãos na minha cintura.
— Que bom. Eu te amo — eu disse, e Tom me beijou suavemente.
— Eu também te amo, moreninha — Tom respondeu. — Quer tirar um cochilo?
— Quero — eu ri.
Tom fechou as cortinas e deitou-se ao meu lado na cama. Ele me abraçou, e logo eu adormeci, exausta.
18:17
Acordei com meu celular vibrando. Era meu pai.
— Tá viva? Não dá mais notícias?
— Me desculpa, pai. Eu estava dormindo. A noite passada foi difícil — respondi.
— Tudo bem, mas me avise quando estiver viva, por favor.
— Desculpe.
— Quero você em casa antes que eu saia para trabalhar.
— Certo.
Desliguei a ligação, surpresa com o tom incomum de meu pai.
Levantei da cama devagar, saí do quarto sem acordar Tom e me despedi da Senhora Kaulitz, agradecendo antes de ir para casa.
— Oi, pai, cheguei — eu disse ao entrar.
Ele me ignorou.
— O que você tem? — perguntei.
— Nada, estou indo trabalhar — ele respondeu.
Subi para o meu quarto, preocupada com o comportamento estranho dele. Normalmente, meu pai não ficava de mau humor assim.
Joguei-me na cama e dormi. Não sabia de onde vinha tanto cansaço, mas provavelmente não iria para a escola no dia seguinte.
VOCÊ ESTÁ LENDO
𝐌𝐞𝐮 𝐕𝐢𝐳𝐢𝐧𝐡𝐨 - 𝘛𝘰𝘮 𝘒𝘢𝘶𝘭𝘪𝘵𝘻
FanfictionMia Schmitz, uma jovem de 15 anos, vê sua vida mudar radicalmente, após a morte de sua mãe, quando se muda da Itália para a Alemanha com seu pai e seu irmão mais novo. Perdida em um país onde não conhece ninguém além da distante família paterna, Mia...