Depois de um tempo tentando me distrair, tomei coragem e fui em direção a Tom. Ele estava em um canto conversando com alguns fãs e rindo, mas quando me viu, a expressão dele mudou um pouco.

— Ei, podemos conversar? — perguntei, tentando parecer casual.

— Agora? — ele respondeu, com um olhar que não deixava claro se estava realmente interessado. — Eu estou tentando aproveitar a noite, Mia. É o meu primeiro show fora do país, sabe?

Senti meu coração apertar. — Eu só quero esclarecer algumas coisas...

— A gente conversa depois, no hotel, tá? — ele disse, já virando de volta para os amigos. — Quero curtir a noite.

Aquilo me deixou frustrada, mas eu sabia que não podia forçar. Então, respirei fundo e decidi que, se ele queria aproveitar a noite, eu também poderia fazer o mesmo. O clima estava bom, as risadas estavam rolando e, de certa forma, eu ainda sentia a energia do show.

A música pulsava ao nosso redor, e eu me deixei levar pela animação. Comecei a dançar e me divertir com Karine e as outras meninas. Às vezes, lançava olhares furtivos para Tom, que parecia estar se divertindo, mas havia algo no ar que não se dissipava.

Ele me olhava de volta, e, em meio à animação, havia uma estranha mistura de sentimentos nos nossos olhares. Era como se estivéssemos em um jogo de empurra-empurra emocional, tentando esconder o que realmente sentíamos. O sorriso dele não chegava a atingir os olhos, e isso me deixava inquieta.

Enquanto eu tentava me soltar e aproveitar a noite, algo chamou minha atenção. Fui até o bar para pegar um drink e, de lá, vi Tom e Bill em um canto mais afastado, conversando em voz baixa. Mas o tom de voz deles não era amigável.

— Você foi um idiota, jogou tudo no lixo! — Bill disse, com uma expressão séria.

Meu coração disparou ao ouvir a frase. O que Bill estava falando? Eu não conseguia ouvir mais nada, pois Karine apareceu do meu lado, puxando-me para dançar.

— Vamos, Mia! Você precisa se soltar! — ela exclamou, me puxando para o meio da pista de dança.

— Karine, espera! — tentei protestar, mas ela não me ouviu. A música estava alta e a energia do lugar me envolveu. Dancei, mas minha mente estava a mil, tentando entender o que tinha acabado de ouvir.

A visão de Tom e Bill discutindo ficou gravada na minha cabeça. O que Bill queria dizer? O que Tom tinha feito? A mistura de alegria e preocupação me deixou confusa enquanto tentava acompanhar o ritmo da música.

Conforme a noite avançava, eu não conseguia esquecer as palavras de Bill. Algo estava acontecendo, e eu precisava descobrir o que era. A dúvida e a ansiedade só aumentavam, e a ideia de conversar com Tom no hotel parecia mais urgente do que nunca.

Voltamos para o hotel super animados, com risadas e histórias do show ainda ecoando nas nossas cabeças. Gustav, que estava na recepção, nos cumprimentou com um sorriso largo e logo notou que havia algo estranho entre mim e Tom.

— E aí, por que vocês dois estão tão estranhos? — ele perguntou, levantando uma sobrancelha.

Tom me lançou um olhar nervoso, mas eu apenas dei de ombros, tentando disfarçar a tensão que ainda sentia. — Ah, só cansados, eu acho. — respondi, mas a verdade era que a situação estava me deixando cada vez mais inquieta.

Assim que chegamos ao nosso andar, nos despedimos e nos dividimos em nossos quartos. Tom e eu entramos no nosso, e o silêncio parecia quase ensurdecedor. O clima tenso de antes voltava a ficar palpável.

— Mia… — Tom começou, hesitando. Ele respirou fundo antes de continuar. — Eu preciso te contar uma coisa.

Senti meu coração acelerar. — O que foi?

— A mensagem do Aaron… — ele começou, e eu já sabia que era sobre a aposta. — Era verdade. Ele fez isso como parte de uma brincadeira, mas no meio dessa aposta, eu me apaixonei de verdade por você.

Suas palavras me deixaram paralisada. Ele estava sendo honesto, e mesmo que a confissão fosse um alívio, eu sentia uma mistura de emoções se formando dentro de mim.

— E eu amo você, Mia. — Tom disse, olhando nos meus olhos. Mas a intensidade do olhar dele só aumentou a confusão que estava sentindo.

Eu não consegui responder imediatamente. As palavras estavam na ponta da minha língua, mas a realidade do que ele disse parecia pesada demais. Aquelas promessas de amor eram verdadeiras, mas como eu poderia ignorar a situação complicada em que estávamos?

— Eu… eu preciso de um ar. — foi a única coisa que consegui dizer, antes de sair do quarto e me afastar dele.

Subi para a parte de cima do hotel, onde havia um espaço ao ar livre. O ar fresco da noite me atingiu como um bálsamo, e eu deixei escapar um longo suspiro. Olhei para as luzes de Londres lá embaixo, tentando processar tudo o que havia acontecido.

Meu coração estava em conflito. Tom realmente se apaixonara por mim durante uma aposta? E se tudo isso fosse apenas uma fase? O que eu deveria fazer agora? As perguntas martelavam em minha cabeça, e eu precisava de um tempo sozinha para pensar.

Enquanto contemplava a cidade iluminada, percebi que estava em um ponto de virada. As decisões que eu tomasse a partir daquele momento moldariam nosso relacionamento, e a ideia de perder Tom me deixava angustiada. Mas será que o amor dele era suficiente para superar tudo isso?

𝐌𝐞𝐮 𝐕𝐢𝐳𝐢𝐧𝐡𝐨 - 𝘛𝘰𝘮 𝘒𝘢𝘶𝘭𝘪𝘵𝘻Onde histórias criam vida. Descubra agora