𝐌𝐞𝐮 𝐕𝐢𝐳𝐢𝐧𝐡𝐨 - 𝘛𝘰𝘮 𝘒𝘢𝘶𝘭𝘪𝘵𝘻

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Dois dias se passaram desde a reunião na praça, e a noite do show finalmente havia chegado. Eu estava em meu quarto, cercada por caixas de papelão, algumas já cheias de roupas e lembranças, enquanto outras estavam apenas começando a ser arrumadas. Os últimos dias foram uma mistura de emoções e tarefas.

Depois que decidi que era hora de arrumar as coisas, fui à escola para me despedir de alguns colegas. A sensação de deixar tudo para trás era esmagadora. Eu não fui mais ao trabalho no shopping; era difícil concentrar-me em algo quando minha mente estava a mil por hora, pensando sobre a mudança e os amigos que estava prestes a deixar.

Passar os dias organizando meu quarto foi um desafio emocional. A cada item que eu pegava, uma memória surgia. O vestido que usei no meu primeiro encontro com Tom, a camiseta de banda que meu pai me deu, fotos de momentos felizes com meus amigos. Tudo parecia importante, e ao mesmo tempo, eu queria me despir dessas lembranças para começar uma nova fase. Por outro lado, eu não queria esquecer.

Finalmente, na noite do show, decidi que precisava me arrumar de forma especial. Era a minha última apresentação dos meninos, e eu queria que fosse memorável. Escolhi um vestido preto que realçava minhas curvas, combinando com uma jaqueta de couro que sempre foi minha favorita. Meu cabelo estava solto, com ondas suaves que caíam sobre meus ombros. Enquanto me olhava no espelho, tentei não pensar no que estava prestes a acontecer, mas na energia que estava prestes a viver.

Enquanto me arrumava, os pensamentos sobre os últimos dias invadiram minha mente. O tempo que passei organizando meu quarto foi um misto de nostalgia e aceitação. Eu estava empacotando mais do que objetos; estava empacotando pedaços da minha vida que deixaria para trás. Os amigos me apoiaram durante esse processo, mandando mensagens de encorajamento e planejando o último show juntos.

— Você está linda! — Cloe entrou no quarto, animada. Ela usava um vestido colorido, completamente radiante. — O que você acha de tirarmos uma foto antes de irmos?

— Claro! — respondi, animada com a ideia. Aquela noite precisava de recordações.

Tiramos algumas fotos, sorrisos nos rostos, e Cloe me ajudou a dar os últimos toques na maquiagem. A atmosfera estava leve, e isso me fez sentir um pouco melhor.

— Você está pronta para arrasar lá fora! — Cloe disse, fazendo uma pose engraçada. Eu ri, sentindo um calor no coração. Era bom ter a minha irmã ao meu lado, mesmo que ela não fosse de sangue.

Finalmente, quando todos estavam prontos, decidimos sair de casa e seguir para o local do show. No caminho, o carro estava cheio de risos e músicas, uma mistura de excitação e saudade. A expectativa estava no ar, e isso me ajudou a esquecer um pouco da tristeza que vinha acumulando.

Quando chegamos ao local, a multidão já estava começando a se aglomerar, e a energia era contagiante. Os meninos estavam nos bastidores, se preparando, e nós, as meninas, fomos até lá para apoiá-los.

— Olha quem chegou! — Gustav disse, assim que entramos. Ele sorriu amplamente e me puxou para um abraço.

— Boa sorte hoje! — eu disse, tentando manter a voz firme.

Tom estava sentado em um canto, com a guitarra nas mãos, mas parecia distante. Nossos olhares se cruzaram, e um misto de emoções passou entre nós. Eu sabia que ele queria falar, mas agora não era o momento. Havia tantas coisas não ditas, mas aquela noite precisava ser sobre celebrar o que tínhamos e não sobre o que poderíamos ter perdido.

— Vamos fazer isso! — Bill disse, animado, quebrando a tensão. — É a nossa última apresentação juntos, e deve ser incrível!

— Com certeza! — respondi, tentando me animar. — Vamos arrasar!