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14:30

Eu e Tom estávamos assistindo a um filme recém-lançado quando ele adormeceu. Talvez o carinho que eu estava fazendo nas costas dele tenha contribuído para isso.

Alguém bateu na porta.

— Filha, tem problema se a Cloe dormir aqui hoje? — perguntou meu pai. — Assim vocês se conhecem.

— Por mim, tudo bem, pai, mas amanhã eu tenho aula — respondi.

— Falta amanhã de novo — disse meu pai. — Ela deve chegar logo.

— Tá certo — confirmei e voltei a me concentrar no filme.

— Depois vamos conversar? — meu pai perguntou.

— Sobre? — perguntei, e ele apontou para Tom, que estava dormindo. — Tá bom, pai.

Assim, meu pai saiu do quarto.

Não demorou muito para Tom acordar.

— Tá aconchegante aí? — perguntou ele, enquanto acabava de colocar a mão no meu peito.

— Tá, e muito — ele respondeu, ainda na mesma posição.

— Daqui a pouco minha nova meia-irmã vai chegar para ficar aqui — eu disse.

— Sério? Mas e a escola amanhã? Ela é da sua escola também? — Tom perguntou, ainda acomodado.

— Meu pai falou para eu faltar de novo — eu respondi.

— Ah, não, mais um dia sem você na escola — Tom resmungou. — Vou faltar também.

— E você não me contou como foi seu dia na escola sem mim — eu disse.

— Foi horrível. Aquela Mariana chata quase me beijou — Tom revelou, e eu senti uma pontada no peito.

— O quê? E você fez o quê? — perguntei, intrigada.

— O mais óbvio, não a beijei — Tom disse, e eu senti um alívio imediato.

— Nossa, achei que você ia dizer: "Nós não temos nada, eu beijei ela só para ela não encher o saco" — eu disse, e Tom levantou a cabeça para me olhar.

— Você tá de brincadeira, né? — Tom perguntou. — Eu já te disse que você não é como as outras.

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15:32

— Com licença, você é a Mia, né? — perguntou uma menina ao entrar no meu quarto.

— Sim, sou eu. Você é a Cloe? — perguntei.

— Sou, sim. Não queria atrapalhar vocês — ela se referia a mim e Tom. — Mas onde posso deixar isso? — ela levantou a mala.

— Pode deixar na cadeira da penteadeira. Eu já vou descer — eu disse, e Tom se levantou.

— Prazer, sou o Tom — ele estendeu a mão para Cloe, que a apertou.

𝐌𝐞𝐮 𝐕𝐢𝐳𝐢𝐧𝐡𝐨 - 𝘛𝘰𝘮 𝘒𝘢𝘶𝘭𝘪𝘵𝘻Onde histórias criam vida. Descubra agora