A batida na porta foi como um sinal de alerta. Eu sabia que estava prestes a ter uma conversa que poderia mudar tudo entre mim e Tom. Respirei fundo, tentando acalmar os nervos enquanto me levantava para abrir.
— Oi — ele disse, um pouco hesitante, como se estivesse pisando em ovos.
— Oi — respondi, gesticulando para ele entrar. A sala estava iluminada suavemente, e o clima era tenso, quase palpável.
Ele fechou a porta atrás de si e se virou para mim, com os olhos cheios de emoções conflitantes.
— Eu realmente sinto muito por tudo, Mia. A aposta, a maneira como as coisas aconteceram... eu não deveria ter deixado que isso interferisse no que nós tínhamos — começou ele, a voz firme, mas com um leve tremor.
Eu me sentei na cama, gesticulando para ele se juntar a mim.
— Tom, isso tudo é muito confuso para mim. Eu não sei o que pensar — disse, a frustração se acumulando em minha garganta. — A música foi incrível, mas... você sabe que não pode simplesmente usar isso como uma desculpa.
Ele se aproximou um pouco mais, como se quisesse reduzir a distância entre nós.
— Eu não estou tentando usar a música como desculpa. Eu me deixei levar, e percebi tarde demais que o que eu sentia por você era real. A aposta foi uma besteira, algo que eu não queria que se tornasse algo mais — ele disse, seus olhos fixos em mim, cheios de sinceridade. — O que sinto por você não é uma piada, e eu estou disposto a fazer o que for preciso para mostrar isso.
Havia uma determinação em sua voz que me fez hesitar. Parte de mim queria acreditar, mas a outra parte ainda estava ferida e desconfiada.
— E o que você quer, Tom? O que você espera que aconteça entre nós? — Perguntei, desafiando-o a ser claro.
Ele se afastou um pouco, como se estivesse considerando suas palavras com cuidado.
— Quero que você saiba que eu quero algo verdadeiro. Não quero mais brincadeiras ou apostas. Eu só quero você. Mas entendo que isso leva tempo. Eu só peço que você me dê uma chance de me provar — disse, passando a mão pelos cabelos, uma expressão de vulnerabilidade que não conseguia ignorar.
— Não sei, Tom. Eu preciso de tempo para processar isso tudo. Você quebrou a confiança que eu tinha em você, e isso não é algo que eu possa ignorar — respondi, o tom da minha voz firme, mas o meu coração estava dividido.
Ele assentiu, seu rosto mostrando um misto de compreensão e frustração.
— Eu entendo. E eu não estou aqui para pressioná-la. Só queria que você soubesse o que sinto — ele disse, seu tom mais suave agora. — E, se você estiver disposta, eu gostaria de tentar consertar as coisas entre nós, mesmo que isso leve tempo.
Aquelas palavras ecoaram na sala, e uma parte de mim queria gritar "sim!" e pular em seus braços. Mas a outra parte me lembrava das feridas ainda abertas, e eu não podia deixar que a emoção falasse mais alto que a razão.
— Eu vou precisar de tempo, Tom. Eu não posso prometer nada agora. Vamos ver o que acontece — respondi, tentando ser o mais honesta possível.
Um sorriso tímido apareceu em seu rosto, e ele respirou fundo, como se estivesse aliviado por eu ainda estar disposta a considerar as coisas.
— Isso é tudo o que eu peço. E estarei aqui, esperando — ele disse, seu olhar sincero e firme.
Tom se afastou um pouco, e o clima na sala pareceu ficar mais leve, embora a tensão ainda estivesse presente. O que mais me intrigava era a sensação de que, de alguma forma, ele estava disposto a lutar pelo que tinha, e essa determinação me fez sentir algo que eu não esperava.

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𝐌𝐞𝐮 𝐕𝐢𝐳𝐢𝐧𝐡𝐨 - 𝘛𝘰𝘮 𝘒𝘢𝘶𝘭𝘪𝘵𝘻
ФанфикMia Schmitz, uma jovem de 15 anos, vê sua vida mudar radicalmente, após a morte de sua mãe, quando se muda da Itália para a Alemanha com seu pai e seu irmão mais novo. Perdida em um país onde não conhece ninguém além da distante família paterna, Mia...