Assim que falo que Mariana estava vendo a gente, Tom se afastou na hora. Porra, não esperava por essa reação tão rápida. Será que ele deve mesmo estar ficando com ela? O jeito que ele parou...— Nossa, nem brinca com isso — disse ele, rindo sem graça, voltando logo a se aproximar.
— Ah, então você deve... — soltei uma risada falsa, tentando tirar o clima tenso, mas por dentro eu já estava imaginando mil coisas. Olhei para o lado e brinquei: — Olha o Georg aí também! — Só para ver se descontraía de vez, mas claro que ele nem olhou dessa vez. Só focou no que estava fazendo, como se minha brincadeira fosse insignificante.
Voltamos para o sofá, sem falar muito sobre o que tinha acabado de acontecer. O silêncio não era desconfortável, mas havia uma tensão no ar que não estava lá antes. Gustav e Karine desceram do quarto logo depois, com um ar meio suspeito, mas ninguém perguntou nada. Estella e Bill chegaram logo em seguida, sem Georg, e decidimos assistir a um filme.
*18:37*
Escolheram um filme de suspense policial, e por mais que eu adorasse, meu corpo não aguentava mais. Eu estava exausta. O filme era bom, mas longo demais. Enquanto todos estavam entretidos, eu fui afundando no sofá. Estava deitada ao lado do Tom e, sem perceber, me ajeitei no peito dele. Uma hora, acordei com ele ajeitando o braço ao meu redor, mas eu estava tão cansada que nem pensei muito. Acabei dormindo de novo.
*21:17*
— Moreninha, acorda, vamos pedir um Uber — Tom sussurrou no meu ouvido, me acordando suavemente.
Eu resmunguei algo incompreensível, ainda sonolenta, e me arrastei para levantar. Enquanto Bill chamava o Uber, ajudei Karine a dobrar as cobertas e arrumar as coisas. Estella ficou para dormir lá, mas eu só queria ir para casa.
Nos despedimos, e logo entramos no Uber. Gustav pegou outro, pois morava em outro caminho. Ficamos preocupados, mas ele logo mandou mensagem confirmando que chegou bem.
Chegando na minha casa, Bill perguntou:
— Certeza que você vai ficar bem aí sozinha?
— Sim, Billy. Só vou dormir. — Respondi, já imaginando minha cama me chamando.
— Tranca tudo e qualquer coisa, liga pra gente — disse Tom, preocupado.
Agradeci aos dois e entrei em casa. Fui direto para o banho, ainda com o cheiro de cloro da piscina no corpo, e apesar de saber que não deveria, acabei dormindo com o cabelo molhado.
*07:07 — 12:24*
Meu celular começou a vibrar sem parar, me tirando de um sono profundo. Atendi no automático, sem ver quem era.
— Alô?
— Boa tarde, dorminhoca. Tá com voz de sono. — Era Georg.
— Ah... estava dormindo. Vou continuar depois que desligar.
— Desculpa, não queria incomodar. Mas e aí, quer sair mais tarde, tomar um açaí?
Parei um momento. Georg gostava de mim, e a ideia de sair só nós dois me deixava nervosa. Ele era praticamente um irmão para mim.
— Pode ser. Me pega às 17h?
— Claro, combinado. Até mais tarde.
Desliguei e voltei a dormir.
*13:29*
Acordei de novo, dessa vez por um barulho insuportável vindo de fora. Era o Tom, tocando guitarra. Que saco, só queria dormir.
Levantei, me troquei e desci. Meu pai estava na sala vendo TV.
— Nossa, a mulher das cavernas saiu da caverna — ele disse, rindo. — Tem comida no fogão e uma louça te esperando.
— Certo, chefe — respondi, rindo de volta. Depois de comer, lavei a louça e fui me deitar ao lado dele no sofá.
— Pai, o Georg me chamou para sair mais tarde, tomar açaí.
— Que bom, filha — respondeu ele.
— Mas... será que ele vai falar sobre gostar de mim? E se ele pedir uma chance? Eu não quero machucá-lo, mas também não quero nada. O que eu faço?
Meu pai sorriu, sabia que eu estava confusa.
— Filha, você precisa ser honesta com ele. Ele vai entender. Não pare sua vida por medo de machucar os outros. Seja sincera, e as coisas vão se resolver.
Assenti, agradecendo. Passei o resto da tarde conversando com meu pai, aproveitando aquele momento com ele.
*15:48*
Subi para me arrumar para sair com Georg. Enquanto isso, meu celular explodia com notificações. Mais de 49 mensagens. Aparentemente, Bill ia para uma festa, e parecia que metade da cidade também. Um detalhe me chamou a atenção: uma mensagem de Tom.
"Nem deu meu beijo hoje."
Revirei os olhos, rindo. Tom e suas provocações...
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𝐌𝐞𝐮 𝐕𝐢𝐳𝐢𝐧𝐡𝐨 - 𝘛𝘰𝘮 𝘒𝘢𝘶𝘭𝘪𝘵𝘻
FanfictionMia Schmitz, uma jovem de 15 anos, vê sua vida mudar radicalmente, após a morte de sua mãe, quando se muda da Itália para a Alemanha com seu pai e seu irmão mais novo. Perdida em um país onde não conhece ninguém além da distante família paterna, Mia...