Estávamos todas reunidas no quarto da Karine, a casa escolhida para nos arrumarmos juntas antes do show. Roupas estavam espalhadas por todo canto, e a mesa de maquiagem estava uma verdadeira zona. Karine, como sempre, falava sem parar, nervosa.
— Será que ele vai me ver hoje? — perguntou, ajeitando o cabelo pela décima vez.
Cloe riu, ajustando seu vestido. — Se você gritar o nome dele bem alto, acho que sim.
— Não precisa disso, Karine. Só você estar lá já vai deixar o Gustav sem jeito — acrescentei, passando meu batom no espelho.
Estella, que até então estava concentrada no próprio reflexo, suspirou. — Todo mundo pronto? Os meninos já devem estar no bar.
— Mais do que pronta — disse, sentindo o frio na barriga de sempre quando pensava em ver Tom tocar.
A energia estava lá em cima quando saímos. O bar já estava cheio quando chegamos, e logo encontramos nossos pais conversando perto da pista. Leoni, a mãe de Tom e Bill, parecia particularmente orgulhosa. Meu pai e Melanie estavam mais discretos, mas eu sabia que também estavam ansiosos para ver o show. Cloe e Clara logo se juntaram ao grupo, trocando olhares cúmplices.
Nós quatro — Karine, Estella, Camilly e eu — fomos direto para o camarim antes que os meninos nos vissem. Assim que a porta se abriu, o barulho da multidão lá fora ficou distante, e a atmosfera dentro do camarim era de pura concentração. Tom, de costas, segurava a guitarra, mas virou assim que me viu entrar.
— Oi, anjo — ele disse, com aquele sorriso que fazia tudo valer a pena.
Eu sorri de volta, o coração disparado. — Pronto pra arrasar?
Tom deu de ombros, brincalhão. — Eu sempre tô, né? — Disse o Tom me dando um beijo logo em seguida
Enquanto isso, Estella ajudava Bill a O camarim estava agitado, mas a tensão de Karine era diferente daquela de alguns dias atrás. Ela e Gustav estavam juntos há cinco dias, e dava para ver no jeito que ela olhava para ele que algo tinha mudado.
— Não olha assim pra ele que ele vai desmaiar antes do show — brinquei, cutucando Karine de leve.
Ela riu, tentando esconder o nervosismo. — Não consigo evitar.
Gustav, que estava ajeitando as baquetas, olhou para ela com um sorriso tímido. — Pode continuar olhando. Eu não vou desmaiar, não.
— Por enquanto, né? — Bill provocou, fazendo todos rirem.
O clima descontraído ajudava a aliviar a pressão que sentíamos por estarmos prestes a assistir os meninos no palco.ajeitar o cabelo, e Karine tentava disfarçar a ansiedade, lançando olhares para Gustav.
Estella, que sempre tinha um comentário na ponta da língua, sorriu para Bill e disse:
— Vai ver é você que desmaia primeiro, amor. Cuidado.
Bill revirou os olhos, mas sorriu também, claramente à vontade. Tom, por sua vez, parecia concentrado, mas quando se aproximou de mim, não resistiu a uma piadinha.
— E você, Mia? Vai conseguir me ver no palco sem ficar babando?
Eu ri, empurrando de leve o ombro dele. — Você tem sorte que eu já me acostumei com seu ego.
Ele riu também, mas logo ficou sério. — Na real, fico nervoso toda vez que você tá na plateia. É diferente... mas é bom. Me faz querer ser melhor.
O olhar que ele me deu foi rápido, mas sincero, e meu coração deu um salto. Antes que eu pudesse responder, a porta do camarim se abriu de novo, e um dos técnicos entrou para avisar que faltava pouco para começarem.
— Vocês estão prontos? — ele perguntou, sem dar muito tempo para qualquer resposta.
Tom e Bill se entreolharam, enquanto Gustav dava um último ajuste nas baquetas e Georg mexia nos cabos do baixo. O clima descontraído de antes deu lugar a uma concentração intensa.
— Então vamos nessa — Tom disse, puxando a alça da guitarra sobre o ombro.
Antes de sair, ele me deu um beijo rápido. — Aproveita o show.
Eu sorri, sentindo o nervosismo crescer, mas ao mesmo tempo, aquela sensação de orgulho por ele. Eu sabia que eles iam arrasar, como sempre.
Quando os meninos saíram do camarim, eu, Karine, Estella e Camilly nos entreolhamos, todas sentindo a excitação no ar.
— Agora é nossa vez de aproveitar — Camilly disse, sorrindo.
Saímos do camarim logo atrás dos meninos, e o som da multidão já começava a ganhar força enquanto caminhávamos para a área reservada ao lado do palco. A sensação de estar nos bastidores, observando tudo tão de perto, era empolgante, mas, ao mesmo tempo, meu coração batia mais rápido com a expectativa de ver Tom se apresentar. Eu olhei para as outras meninas, e todas pareciam sentir a mesma coisa, cada uma com um brilho diferente nos olhos.
Karine estava especialmente radiante, os olhos fixos em Gustav enquanto ele se posicionava na bateria. Estella ficou de mãos dadas com Camilly, ambas parecendo prestes a explodir de animação.
— É agora — disse Karine, nervosa e animada ao mesmo tempo.
Os primeiros acordes ressoaram, e a multidão enlouqueceu. Tom, Bill, Gustav e Georg estavam prontos, e a energia no palco era avassaladora. Tom parecia outra pessoa, completamente focado, sua confiança irradiando em cada nota. A guitarra parecia uma extensão dele, e era impossível não ficar hipnotizada. Eu podia sentir o orgulho crescendo dentro de mim, aquele sentimento que só aumentava a cada vez que o via performar.
— Olha o Gustav! — Karine quase gritou no meu ouvido, tentando controlar a empolgação. — Ele tá incrível!
Eu sorri, sabendo que ela não conseguiria tirar os olhos dele durante o show inteiro. Cada uma de nós estava conectada ao momento de alguma forma, seja através dos meninos ou da música em si, que pulsava no ar.
A apresentação seguiu em um ritmo alucinante, e a resposta do público era intensa. Em cada pausa entre as músicas, dava para ver o brilho nos olhos dos meninos. Eles estavam no controle, e nós, ali do lado, estávamos no meio dessa tempestade de emoções, vivendo cada segundo.
Quando o show finalmente terminou, com um final estrondoso, o bar inteiro entrou em euforia. A sensação de alívio e orgulho se misturava no ar, e eu sabia que, ao olhar para Tom, não precisaria dizer nada. Ele sabia o quanto eu estava impressionada.
As luzes baixaram um pouco, e, enquanto os meninos saíam do palco, nossos olhares se encontraram. O sorriso dele era cansado, mas vitorioso.
— E aí, o que achou? — ele perguntou, ainda sem fôlego, ao chegar perto.
— Nem preciso responder, né? — sorri de volta. — Vocês arrasaram, como sempre.
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𝐌𝐞𝐮 𝐕𝐢𝐳𝐢𝐧𝐡𝐨 - 𝘛𝘰𝘮 𝘒𝘢𝘶𝘭𝘪𝘵𝘻
FanfictionMia Schmitz, uma jovem de 15 anos, vê sua vida mudar radicalmente, após a morte de sua mãe, quando se muda da Itália para a Alemanha com seu pai e seu irmão mais novo. Perdida em um país onde não conhece ninguém além da distante família paterna, Mia...