𝐌𝐞𝐮 𝐕𝐢𝐳𝐢𝐧𝐡𝐨 - 𝘛𝘰𝘮 𝘒𝘢𝘶𝘭𝘪𝘵𝘻

085

Enquanto eu tentava reunir meus pensamentos, lágrimas começaram a escorregar pelo meu rosto. A confusão e a dor pareciam insuportáveis. Foi então que senti uma presença ao meu lado.

- Ei, Mia, você está bem? - era Georg, com uma expressão de preocupação.

Eu rapidamente limpei o rosto, tentando esconder que estava chorando, mas não consegui evitar. Ele se sentou ao meu lado, olhando para mim com empatia.

- Não estou. - respondi, minha voz tremendo. - É tudo tão complicado. Eu não sei o que pensar.

Georg assentiu, entendendo. - Eu sei que você se importa com o Tom, mas essa situação é confusa. Às vezes, é difícil ver o que realmente importa.

- Eu não consigo entender como tudo isso aconteceu. Ele disse que me ama, mas como eu posso confiar nisso se começou como uma aposta? - minha voz saiu entrecortada, enquanto o desabafo fluía.

- Olha, Mia, as pessoas são complicadas. Às vezes, as melhores coisas vêm de lugares inesperados. Mas você tem todo o direito de se sentir assim. - Georg disse, com a voz calma, me passando uma sensação de segurança.

- Eu só não quero ver ele agora. - confessei, enxugando as lágrimas. - Estou tão confusa e magoada.

Georg pensou por um momento. - Você quer ficar no meu quarto? Talvez passar um tempo longe dele ajude a distrair sua mente.

- Sim, isso seria ótimo. - eu respondi, sentindo um alívio ao pensar que poderia escapar da situação por um tempo. - Não quero ficar sozinha e não quero ver o Tom agora.

- Pode deixar, nao vou deixar você sozinha, vou arrumar o quarto. - Georg disse, levantando-se. Ele foi embora, e eu fiquei ali, tentando respirar e acalmar meu coração acelerado.

Enquanto isso, fui até o meu quarto e peguei minha mala, sem olhar para Tom. Ele estava lá, provavelmente pensando no que tinha acontecido, mas eu não consegui encarar.

- Pra onde você vai? - Tom perguntou

Fechei a porta do meu quarto sem dizer uma palavra, deixando-o no vácuo. O silêncio era ensurdecedor, mas eu sabia que precisava desse tempo longe dele.

Desci de volta até a área ao ar livre, onde Georg e Estella me aguardava. Quando ela me viu, imediatamente se aproximou.

- O que aconteceu? - Estella perguntou, preocupada.

- Eu só... preciso de um tempo. - respondi, tentando ser firme.

Estella assentiu, entendendo a gravidade da situação. - Vamos ficar juntas, então. Estou aqui pra te apoiar, não se preocupe.

Assim que nos afastamos do hotel e fomos para o quarto do Georg uma sensação de alívio me invadiu. Eu ainda estava confusa e triste, mas estar cercada por amigas e longe de Tom me dava um pouco de paz.

Enquanto nos acomodávamos no quarto, eu sabia que a conversa que eu precisava ter com Tom ainda estava por vir, mas, por agora, eu apenas queria esquecer e tentar me divertir com as pessoas que se importavam comigo.

Assim que Estella me ajudou a me acomodar, olhei em volta e percebi que o quarto de Georg era bem simples, mas acolhedor.

- Então, você vai ficar aqui com o Georg? - Estella perguntou, sentando-se na beirada da cama enquanto me olhava com uma expressão encorajadora.

- Sim, eu não queria ver o Tom agora. Preciso de um tempo pra pensar - respondi, sentindo um misto de alívio e ansiedade.

Georg apareceu na porta, com uma expressão de preocupação no rosto.

- Oi, Mia. Eu trouxe um lanche. - Ele segurava uma bandeja com algumas barras de cereal e frutas. - Você precisa comer algo.

- Obrigada, Georg. - Sorri, apreciando o gesto. Ele sempre soube como me deixar um pouco mais leve.

- Quer saber? - disse Georg, piscando pra mim. - Vamos fazer uma maratona de filmes e esquecer os problemas por um tempo.

- Isso soa ótimo! - Eu precisava de uma distração, e filmes eram uma boa maneira de fazer isso.

Nos acomodamos na cama de Georg, que se juntou a nós, colocando um filme qualquer. Começamos a rir e a nos divertir, mas a mente de vez em quando me levava de volta à situação com Tom. Ele estava lá no hotel, provavelmente pensando em mim, e eu me perguntava se ele estava arrependido.

Depois de um tempo, a porta do quarto se abriu, e Tom entrou sem aviso. Eu congelei ao vê-lo, sentindo uma mistura de nervosismo e raiva.

- O que você está fazendo aqui? - Georg perguntou, sua voz carregando um tom de reprovação.

- Eu só... queria falar com a Mia. - Tom olhou pra mim, e eu podia ver a preocupação em seus olhos.

- Agora não é um bom momento, Tom. - eu disse, tentando manter a voz firme. Não queria que a conversa entre nós começasse assim, cheia de tensão.

- Por favor, Mia. Eu só quero explicar. - Ele fez um movimento para se aproximar, mas Georg ficou entre nós, como um escudo.

- Olha, Tom, eu não sei se é o melhor momento pra isso. Ela precisa de um tempo. - Georg respondeu, claramente protetivo.

- Mas eu não consigo deixar assim! - Tom insistiu, a frustração transparecendo em seu rosto.

Eu não queria essa conversa agora, mas também não queria ser cruel.

- Tom, por favor. Pode me dar um tempo? Eu só preciso processar tudo isso.

Ele olhou para mim por um momento, como se estivesse pesando minhas palavras. Finalmente, soltou um suspiro derrotado.

- Tá bom. Vou respeitar. - Ele se virou e saiu do quarto, fechando a porta atrás de si.

Uma sensação de alívio e tristeza tomou conta de mim ao mesmo tempo. Eu queria muito que tudo fosse diferente, mas, por enquanto, precisava focar em mim mesma e no que estava acontecendo dentro de mim. E, com a companhia de Georg e Estella eu esperava conseguir encontrar um pouco de paz.