Ele balançou a cabeça, sorrindo, mas dessa vez o sorriso era diferente. Ele parecia nervoso, o que era incomum para ele. Isso só me deixou mais intrigada.
Então, sem aviso, ele colocou a mão no bolso e tirou algo pequeno. Meu coração disparou quando percebi o que era. Uma caixinha de veludo. Ele a abriu devagar, revelando um anel delicado, simples, mas lindo.
— Eu sei que a gente já passou por muita coisa, Mia... — ele disse, sua voz baixa e cheia de emoção. — E, por mais que a gente tenha começado brigando, eu... não consigo mais imaginar a minha vida sem você. Você... me mudou de um jeito que eu nunca achei que fosse possível. Então... — Ele deu uma pequena risada nervosa. — Quer ser minha namorada?
Eu fiquei sem palavras. Eu, Mia Schmitz, que sempre tinha uma resposta pronta para tudo, simplesmente fiquei ali, encarando aquele anel e os olhos de Tom, que me olhavam com uma mistura de expectativa e vulnerabilidade que eu nunca tinha visto antes.
— Tom... — sussurrei, sentindo minhas bochechas esquentarem, mesmo com a brisa fria da praia.
Nesse momento, ouvi uma risada distante. Meu pai, provavelmente. E foi então que percebi que minha família toda estava observando. Todos! Meu pai, Melanie, meu irmão, as meninas. Eles estavam ali, olhando como se já soubessem o que estava acontecendo.
Mas nada mais importava. Naquele momento, só existíamos eu e ele.
— Sim, Tom — respondi, com um sorriso que não cabia em mim. — É claro que eu quero.
Ele sorriu, aquele sorriso genuíno que sempre me fazia sentir como se o mundo inteiro desaparecesse ao nosso redor. Então, sem pensar duas vezes, ele deslizou o anel no meu dedo, e antes que eu pudesse processar tudo, me puxou para um beijo suave, enquanto as ondas quebravam suavemente ao fundo.
Minha família explodiu em aplausos e assovios, mas eu só conseguia rir.
O beijo de Tom durou alguns segundos, e quando nos afastamos, olhei ao redor e percebi que todos estavam nos observando. Minha família estava reunida ao redor da fogueira, aplaudindo e comemorando. Cloe e Antonella estavam na frente, sorrindo como se fossem parte da nossa celebração. Melanie estava ao lado do meu pai, também com um sorriso largo no rosto.
— Aí, que fofos! — gritou Antonella, quebrando o silêncio com entusiasmo.
— Não acredito que vocês estavam planejando isso! — eu exclamei, enquanto se aproximava de todos.
Meu pai se levantou, com um sorriso orgulhoso, e se dirigiu a nós. Ele abraçou Tom e me puxou para um abraço apertado.
— Estou muito feliz por vocês, meus filhos! — ele disse, com a voz embargada. — Não poderia estar mais contente.
— É verdade, o Tom é um ótimo garoto — acrescentou Melanie, ainda com uma expressão de alegria. — Eu sempre soube que vocês dois eram feitos um para o outro.
Peter, que estava na areia brincando com seu balde e pá, correu até nós com uma energia contagiante.
— Eu quero ser o padrinho! — ele declarou, olhando para Tom com olhos brilhantes.
— Padrinho? — Tom repetiu, com uma risada nervosa.
— É, ué! — respondeu Peter, com a certeza de um garotinho de 10 anos. — Porque agora você é parte da nossa família!
Todos rimos, e a tensão do momento foi substituída por uma sensação de calor e aceitação. O som das ondas quebrando e o brilho das estrelas fizeram tudo parecer ainda mais mágico.
Depois de nos recompormos, a festa continuou. A família se reuniu ao redor da fogueira para um jantar ao ar livre. Meu pai havia preparado uma grande variedade de pratos, e a comida estava deliciosa. Todos conversavam e riam, e a atmosfera estava leve e festiva.
— Não acredito que estamos aqui — disse Tom, enquanto nos servíamos de uma travessa de espaguete. — Parece um sonho.
— Eu também não — respondi, pegando um pouco de salada. — É a melhor noite da minha vida.
Antonella se aproximou com um prato de marshmallows para assar na fogueira e sentou-se ao nosso lado.
— A noite não termina aqui, certo? — perguntou ela, com um olhar travesso. — Temos marshmallows para assar e histórias para contar.
Cloe se juntou a nós com um sorriso amplo e um prato de frutas. — Vamos aproveitar cada segundo.
Enquanto o fogo crepitava e o calor das chamas nos envolvia, as conversas se tornaram mais íntimas. Contamos histórias engraçadas e compartilhamos planos para o futuro. Havia uma sensação de união, uma certeza de que estávamos todos juntos ali por um motivo especial.
O tempo passou rapidamente e, antes que percebêssemos, a noite estava chegando ao fim. A lua continuava brilhando sobre o mar, e as estrelas estavam tão próximas que quase parecia que podíamos tocá-las.
Quando a fogueira começou a se apagar, Tom e eu ficamos de mãos dadas, observando a última dança das chamas. As palavras de Peter sobre ser o padrinho ficaram na minha mente. Eu sabia que nossa história estava apenas começando, e que a noite na praia seria uma memória que eu guardaria com carinho para sempre.
— Obrigada, Tom — murmurei, inclinando a cabeça em seu ombro. — Por tornar tudo isso tão perfeito.
Ele me abraçou, e, enquanto o calor da fogueira se esvaía, o calor do seu abraço me fazia sentir que tudo estava exatamente no lugar certo.
— Obrigado a você, Mia — ele sussurrou. — Por estar aqui comigo.
À medida que a noite avançava e as últimas brasas da fogueira se apagavam, mas eram essas pequenas e preciosas memórias que faziam tudo valer a pena. E, enquanto a brisa do mar acariciava nossos rostos, eu não poderia imaginar um lugar mais perfeito para começar essa nova etapa da nossa vida juntos.
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𝐌𝐞𝐮 𝐕𝐢𝐳𝐢𝐧𝐡𝐨 - 𝘛𝘰𝘮 𝘒𝘢𝘶𝘭𝘪𝘵𝘻
FanfictionMia Schmitz, uma jovem de 15 anos, vê sua vida mudar radicalmente, após a morte de sua mãe, quando se muda da Itália para a Alemanha com seu pai e seu irmão mais novo. Perdida em um país onde não conhece ninguém além da distante família paterna, Mia...