17:55

O jogo finalmente acabou, e para nossa infelicidade, ou melhor, a infelicidade do meu pai e do Tom, o Bayern perdeu de 3x2 para o Borussia Dortmund.

— Sacanagem, eu jogo melhor que esses caras — Tom disse, se levantando do sofá e pegando os pacotes de picolé.

— O Leroy Sané jogou que nem bosta — meu pai comentou, frustrado.

— Amor! — Melanie o cutucou.

— Mas é verdade! Se ele não tivesse perdido aquele gol, pelo menos a gente teria empatado — meu pai continuou, revoltado, levantando-se do sofá.

— Quem vai arrumar essa bagunça do sofá? — perguntei, levantando do puff.

— A gente — meu pai respondeu.

Eu subi para o meu quarto, me sentindo um pouco mal. Minha cabeça estava doendo; eles gritaram tanto durante o jogo que, meu Deus...

Tomei um remédio, coloquei uma camiseta e um short folgado e me deitei na cama. O pôr do sol estava lindo, refletindo pela janela aberta. As cores eram tão bonitas que decidi deixá-las entrar e fiquei olhando por um tempo.

— Posso entrar? — Tom perguntou, já abrindo a porta.

— De preferência não. Por que não vai ficar com a Cloe? — eu disse, virando-me para a parede.

— Qual é, você ficou brava? — Tom fechou a porta e veio até a cama.

— Que pergunta mais idiota, Kaulitz — eu respondi, ainda de costas para ele.

— Você acha que eu quero ficar com ela? É isso? — Tom se deitou na cama e abraçou minha cintura.

— Eu não disse nada, você já está se entregando — eu falei, sem olhar para ele.

— Eu sei como você é. Isso passou pela sua cabeça com certeza — Tom disse, e de fato, passou.

— Tá, agora me deixa dormir. Estou com dor — eu pedi.

— Certo, patroa — Tom disse, movendo meu cabelo para o lado e dando beijos lentos no meu pescoço.

— Tom, para — eu disse, tentando afastá-lo. Ele estava tentando se "resolver" com um pouco de carinho.

— Tá — ele respondeu, virando-se de costas para mim.

Eu me virei, peguei o braço dele e o envolvi na minha cintura, segurando-o.

— Viu? — ele riu.

— Shiu — eu pedi.

Logo, adormeci. O remédio que tomei me deixou com muito sono.

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18:24

Acordei com meu pai conversando com Tom. Estava grogue de sono e não consegui entender muito bem. Me virei e me aninhei no peitoral de Tom, que estava deitado de barriga para cima, assistindo televisão.

— Meu pai já foi? — perguntei, sonolenta.

— Já sim. Melanie foi com ele — Tom respondeu.

— E a Cloe? — perguntei, subindo sobre Tom, mas ainda deitada.

— Está lá embaixo — Tom disse. — Você está melhor?

— Um pouco. Estou com frio — eu falei.

— Mas está calor — Tom disse, colocando a mão na minha testa. — Você está quente. Acho que é febre. Vai tomar um banho fresco.

— Tá bom — eu concordei e me levantei.

— Vou preparar algo para você comer — Tom disse, enquanto eu ia para o banheiro.

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Eu tenho pressão baixa, então qualquer coisa pode me fazer sentir fraqueza. Levantar rápido demais, ficar sem comer, ou até se espreguiçar pode causar isso.

Dessa vez, não sei o que me aconteceu. Estava no box tomando um banho fresco, como Tom sugeriu. Entrei por completo no chuveiro e fiquei olhando para o nada. De repente, minha vista escureceu e meu corpo começou a formigar. Sentei no chão e encostei a cabeça na parede. Não, isso não é sinal de gravidez, né? Eu tomei a pílula.

Fiquei sentada por uns 15 minutos, até que Tom bateu na porta.

— Mia, tá tudo bem aí? — Tom perguntou, sua voz estava baixa.

— Não — eu respondi, e Tom entrou no banheiro, vendo-me sentada no chão sem forças.

— MIA! O que houve? — Tom exclamou, desligando o chuveiro e pegando uma toalha. — Vou ter que te levar ao hospital.

— Não, por favor. Não quero preocupar meu pai. Eu vou ficar bem — eu disse, enquanto Tom me envolvia com a toalha e me ajudava a voltar para a cama.

— Não sai daí. Vou ver o que posso fazer para você lá embaixo — Tom disse.

Eu aproveitei para colocar um roupão de pelo que tinha, sem levantar da cama. O que estava acontecendo comigo?

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— Toma esse remédio — Tom disse, me dando um comprimido e um pouco de água. — Vou ficar aqui com você, tá bom?

𝐌𝐞𝐮 𝐕𝐢𝐳𝐢𝐧𝐡𝐨 - 𝘛𝘰𝘮 𝘒𝘢𝘶𝘭𝘪𝘵𝘻Onde histórias criam vida. Descubra agora