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Mia's Pov

Terminei de arrumar minhas coisas e fui tirar a hidratação do cabelo, mas antes de entrar no banho, recebi uma mensagem do Tom. Meu coração deu um salto, e, com as mãos trêmulas, abri o celular.

"Mia, espero que esteja bem e que fique bem depois dessa mensagem. Eu queria dizer que acho melhor sermos só amigos. Não quero te machucar, e não é justo o que estou fazendo com você. Você é incrível, bonita demais, e merece o mundo. Merece alguém muito melhor que eu. Espero que entenda, não quero te perder, então é melhor sermos só amigos. Se cuida."

Um aperto no peito me atingiu como um soco. A vontade de chorar foi instantânea. Encaminhei a mensagem para a Karine, e, sem responder a ele, fui direto para o banho. A água quente caía sobre meu corpo, mas não conseguia aliviar a dor e a confusão que dominavam minha mente. O que eu fiz de errado? Será que fui tão trouxa assim? Ele agiu como se quisesse algo, mas, no fim, era só uma ilusão?

Deixei as lágrimas se misturarem com a água do chuveiro enquanto tentava entender por que ele tinha que ser assim. Eu me apaixonei por cada detalhe dele, por cada palavra, cada gesto. E agora, tudo parecia se dissolver, como se nunca tivesse existido.

— Filha, tá tudo bem aí? Você está há muito tempo no chuveiro. — A voz do meu pai interrompeu meus pensamentos.

— Sim, pai, desculpa. Vou sair agora. — Desliguei o chuveiro e me enrolei na toalha, tentando me recompor.

Peguei o celular, ignorando a nova mensagem do Tom. Arquivei a conversa sem ler e vi as notificações da Karine e do Bill. Karine estava me ligando insistentemente, preocupada. Respondi apenas que estava bem, mas que não queria mais ir à festa.

Vesti um short qualquer e, sem perceber, peguei a camiseta do Tom e a coloquei. Irônico, não? Usando a camiseta dele enquanto tento superar a dor que ele mesmo causou. Deitei na cama, abraçando os joelhos, até ouvir uma batida na porta.

— Entra. — Minha voz saiu baixa.

— Oi, minha irmãzinha. — Bill entrou, com um sorriso meio sem jeito.

— Oi, Billy. — murmurei, ainda sem forças para disfarçar.

— Ué, cadê o look? Era pra você estar arrumando o cabelo. E tá com a camiseta do Tom? — Ele franziu a testa.

— Eu sou muito trouxa, Bill. — As lágrimas que eu tentava segurar finalmente começaram a escorrer.

— Ah, então ele te mandou mensagem... Sinto muito, pequena. Dei uma lição de moral nele, mas... — Bill se sentou ao meu lado e eu desabei, contando tudo o que estava sentindo.

Ficamos muito tempo ali conversando. Eu chorei tanto que, em certo momento, achei que não teria mais forças para falar. Bill me ouviu pacientemente, tentando me consolar.

— Nem eu, que sou irmão dele, entendo o que passa na cabeça dele. Quando você tinha acabado de se mudar, ele ficava me perguntando: "Será que eu fico com a Mia? Mas e o Georg? Ela é linda." — Bill suspirou. — Ele me disse que gosta de você, mas o Tom é complicado. Ele tem medo de machucar as pessoas que ele ama.

Enquanto falávamos, o celular vibrava sem parar com ligações de Karine. Eu não tinha a mínima ideia do que fazer da minha vida.

𝐌𝐞𝐮 𝐕𝐢𝐳𝐢𝐧𝐡𝐨 - 𝘛𝘰𝘮 𝘒𝘢𝘶𝘭𝘪𝘵𝘻Onde histórias criam vida. Descubra agora