Sábado à tarde, casa de Tom

Eu estava revirando a casa, nervoso, e tentando pensar em um lugar perfeito. Toda ideia parecia banal, e eu não conseguia achar nada que fosse realmente especial. Até que desci pra sala e encontrei Bill e Estella assistindo TV. Resolvi engolir o orgulho e pedir ajuda.

— Preciso de uma mão aqui… é sobre o encontro com a Mia hoje.

Bill deu um sorriso, com um olhar de quem já sabia exatamente o que eu queria.

— Tá ansioso, hein? O que você tem em mente?

— Eu quero que seja algo diferente, especial. Nada de restaurante ou cinema. Preciso de um lugar que ela não vá esquecer.

Estella trocou um olhar com Bill e sugeriu, com um sorriso:

— E se você a levasse pra algum lugar ao ar livre? Que tal uma colina com uma vista incrível da cidade? Leva umas luzes e faz um piquenique. Vai ser romântico e, ao mesmo tempo, um pouco mais... vocês.

A ideia fez total sentido. Eu já conseguia imaginar Mia encantada com a vista e com o toque especial. Agora, só faltava o mais difícil: o que vestir.

Fui pro quarto, pegando minhas roupas largas de sempre, e tentei montar algo que não parecesse desleixado. Peguei uma camisa branca, três vezes maior que eu, e uma jaqueta preta que ia quase até os joelhos. Bill apareceu na porta, rindo baixinho.

— Tá se vestindo pra uma sessão de fotos de rap, Tom? — ele provocou. — Ok, não é hora de mudar seu estilo, mas pelo menos coloca uma corrente ou alguma coisa pra dar um toque diferente.

Agradeci e segui o conselho dele, com as mãos ainda tremendo. Quando olhei no espelho, vi a camisa branca larga caindo até metade da coxa e a jaqueta oversized, mas, de algum jeito, aquilo parecia certo.

Estella deu uma última olhada antes de eu sair, me dando um sorriso encorajador.

— Vai ser perfeito, Tom. Ela vai perceber o quanto você se esforçou.

Com o coração acelerado, peguei tudo e saí de casa, torcendo pra que o encontro fosse tão especial quanto eu imaginava.

Sábado à noite

Tom pegou minha mão assim que saímos do carro, e eu percebi um sorriso discreto no rosto dele. Ele parecia mais calado que o normal, mas dava pra sentir a ansiedade dele — e isso me deixava ainda mais curiosa sobre o que ele estava planejando. O caminho era um pouco íngreme, e o vento da noite deixava tudo ainda mais silencioso, como se o mundo estivesse esperando pelo que estava por vir.

— Tá tudo bem, Tom? — perguntei, rindo enquanto ele tentava ajeitar a jaqueta gigante no ombro, que descia toda vez que ele se mexia.

Ele soltou uma risada, meio envergonhado, ajeitando a corrente no pescoço.

— É que eu… — ele hesitou um pouco, depois me olhou nos olhos. — Quero que essa noite seja especial pra você. Tô um pouco nervoso, admito.

Meu coração deu um salto. Tom, o cara mais confiante que eu conhecia, estava nervoso por mim. Puxei ele pela mão e entrelacei nossos dedos, tentando mostrar que tudo que ele fizesse já seria perfeito.

— Eu não preciso de nada além de você aqui comigo, sabia? — murmurei, apertando a mão dele.

Ele sorriu de lado, aquela expressão que sempre me derretia, e continuamos subindo juntos. Quando chegamos ao topo da colina, eu fiquei sem palavras. A cidade inteira se espalhava lá embaixo, com milhares de luzes piscando, e as estrelas no céu brilhavam tão forte que pareciam refletir na vista.

𝐌𝐞𝐮 𝐕𝐢𝐳𝐢𝐧𝐡𝐨 - 𝘛𝘰𝘮 𝘒𝘢𝘶𝘭𝘪𝘵𝘻Onde histórias criam vida. Descubra agora