026

102 6 0
                                    


Sexta-feira, 07:18

Passei três dias no hospital, e agora, finalmente, de manhã, me deram alta. A droga realmente tomou conta de mim, precisei fazer vários exames e ficar em observação. Mas agora estou livre, e o pessoal disse que vai me visitar em casa.

Mesmo com a alta, preciso ficar de repouso, então esse final de semana vai ser um saco. Mas pelo menos vou poder finalmente comer os chocolates da cesta.

Saí do hospital e entrei no carro com meu pai. Ele parecia preocupado, e eu sabia que precisava falar algo.

— Pai, me desculpa por essa dor de cabeça — disse, com um nó na garganta.

— O quê? Tá doida, filha? Vou tomar as providências contra esse Aaron — disse ele, ligando o carro. — Fico feliz que tenha me contado a verdade. O que ele fez com você foi muito grave, e eu vou agradecer ao Tom por ter te protegido.

— Eu prometo que não vou mais sair para festas tão cedo e não vou te dar mais dor de cabeça — falei, já com lágrimas nos olhos.

— Fica tranquila, filha. Eu vou cuidar disso — ele disse, me lançando um olhar reconfortante.

08:31

Chegamos em casa e eu fui direto para a cama. Não consegui dormir direito no hospital; as enfermeiras me acordavam o tempo todo. Eu precisava descansar de verdade.

---

Tom's Pov

Desde que soube que a Mia foi para o hospital, minha cabeça não parou. Não consegui pensar em outra coisa. Queria correr para lá e ficar com ela o tempo todo, mas achei que ela não quisesse me ver.

Ela voltou para casa agora, pelo que vi no grupo. Vou deixar ela se recuperar e depois converso. Confesso que esses dias sem ela foram complicados. Saí com outras meninas, mas nenhuma é como ela.

— Bill, pode conversar? — perguntei.

— Claro, fala — respondeu ele, fechando a porta do quarto.

— Eu pensei muito na Mia. Como ela tá? Você disse que tinha uma notícia que ia me deixar puto.

— Ela tá bem, mas... o Aaron drogou a bebida dela na boate. E ele já tinha ameaçado ela antes — explicou Bill, com uma expressão séria.

— Filho da puta! — eu disse, levantando rapidamente. — Eu mato aquele desgraçado!

— Calma, o pai dela já está cuidando disso. Ele não vai deixar barato — Bill tentou me acalmar. — Mas você não pode fazer nada precipitado.

— Vou quebrar a cara dele de qualquer jeito — eu disse, ainda furioso.

Depois de um tempo conversando, Bill me convenceu a mandar uma mensagem para Mia. Não queria que ela pensasse sobre a gente agora, queria que ela descansasse. Enviei a mensagem e, como esperado, ela não respondeu. Deve estar descansando.

— Queridos, querem ir comigo levar uma torta para a Mia? — perguntou nossa mãe, entrando no quarto. Bill me olhou e disse:

— Claro, mãe. Quando estiver saindo, avisa.

— Bill, você tá louco? Não fui nem no hospital, agora vou aparecer na casa dela? Tô com medo da reação dela — eu disse, confuso.

— Tom, falei com ela ontem. Ela quer te ver. Pode confiar — ele disse e saiu do quarto.

Assim que Bill saiu, recebi uma notificação da Mia. Meu coração disparou. Não sei se devo responder ou só aparecer na casa dela.

---

Mia's pov

Tá, estranho. Tom me mandou mensagem. Acho que é para saber se estou brava com ele. Na verdade, eu estou, mas sinto tanta falta dele. Não sabia que me afastar do Tom seria tão difícil.

O que esse garoto fez comigo? Ele mexe comigo de um jeito que é impossível descrever. Meu pai disse que a senhora Kaulitz quer me ver e que, provavelmente, Bill e Tom vão vir com ela. Talvez ele tenha mandado mensagem por causa disso.

Não sabia que afastar do Tom seria tão difícil assim. Mesmo ele sendo um idiota comigo, eu ainda sinto falta dele. No fundo, sei que o Kaulitz pode mudar, mas isso depende dele.

13:16

Me levantei, tomei um banho decente e coloquei uma roupa confortável. Desci e almocei, mas a cabeça estava longe. Meu pai falou sobre Aaron e como ele vai acabar com a vida do garoto, mas eu só pensava no Tom.

Subi para o meu quarto, abri a cesta de chocolate e peguei o ursinho. Fiquei olhando para ele, sem pensar em nada, até que alguém bateu na porta.

— Oiii, minha linda amiga! — Bill entrou e quase pulou em cima de mim.

— Ai, meu Deus! — eu ri. — Também estava com saudades. E o Tom?

— Nossa, eu tô aqui e você pergunta pelo Tom? Ele tá atrás da porta, com vergonha de entrar. ENTRA, TOM! — Bill gritou, e Tom entrou, meio sem jeito.

— Oi, Mia — ele disse, claramente desconfortável.

— Tá, já tô saindo — Bill falou, deixando a gente a sós.

— Oi, Kaulitz — eu disse, meio sem saber o que dizer.

— Ai, se me quebra. "Kaulitz" é quando você tá brava comigo — ele disse, sentando na beirada da cama.

— Tinha esquecido como você tem senso de humor — eu brinquei. — Esses dias sem falar com você pareceram...

— Uma eternidade. Eu sei — ele completou.

— Eu pensei que você estivesse bravo comigo depois que disse que não confiava em você — eu disse, mexendo no ursinho.

— Fiquei chateado, mas quis dar um tempo para você pensar. Aliás, fui eu que errei com você. E sinto muito mesmo por não ter ido ao hospital. Pensei que você não me queria lá.

— Sim, você mancou. Mas você sabe que, no fundo, pode mudar, mas isso depende de você. Eu queria muito você lá.

— Sei disso. Pelo menos vi que gostou da cesta — ele disse, sorrindo.

— Foi você que mandou? — perguntei, surpresa.

— Sim. Eu disse que você ia fazer coleção de ursinhos, né?

Não consegui segurar o sorriso. Talvez, só talvez, ele ainda pudesse mudar. E, no fundo, eu só queria que isso acontecesse.

𝐌𝐞𝐮 𝐕𝐢𝐳𝐢𝐧𝐡𝐨 - 𝘛𝘰𝘮 𝘒𝘢𝘶𝘭𝘪𝘵𝘻Onde histórias criam vida. Descubra agora