Capítulo 6 Aqueles olhos indecifráveis

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As 7:00 meu celular despertou me tirando do meu sono merecido, na minha cabeça só vinha curiosidade sobre minha cliente, que pessoa marca um programa as 9:00 da manhã? Que pessoa marcaria de me encontrar no shopping?

Fui me arrumar para o programa, tomei um banho bem frio para despertar e fui me vestir, escolhi uma lingerie rosa, um vestido mais recatado de cor azul, pois o encontro seria num shopping, pus as lentes e o perfume, uma maquiagem leve e liguei para a cliente confirmando o programa, ela pediu para encontra-la na praça de alimentação. Liguei para Karla me pegar e ela veio, em 30 minutos chegamos no shopping paguei Karla e me despedi.

Cheguei na praça de alimentação, não fazia ideia de como ela era então liguei e fiquei observando, eu tinha o don de conhecer as pessoas só de observa-las, depois de alguns toques vejo uma mulher linda atender.

--Alô?

--Oi Camila, cheguei agora, tô na frente da pizzaria. Acenei um tchau.

Ela se levantou e veio em minha direção, que mulher era aquela, os olhos cor de mel, cabelos ondulados na altura do ombro, castanho, olhos puxados, nariz arrebitado e lábios grossos, parecia uma atriz global. Veio com o sorriso mais lindo que eu já pude ver, e me cumprimentou com um sorriso, nunca tinha ficado tao abobalhada por um sorriso.

--Oi, sou a Camila. -Me deu um beijo em cada bochecha e me abraçou, senti meu corpo todo tremer com o contato, sorri sem jeito e lembro bem daqueles olhos indecifráveis me olhando, ela tinha lindos olhos, cor de mel, misteriosos e amáveis.

--Olá, sou Mariane, prazer em conhece-lá Camila.

Ela sorrio e me levou em direção a uma das lojas, perguntou se eu comia de tudo, ou se preferia algo mais natural, e disse que iria comer com ela e não aceitaria não como resposta.

Fomos numa loja de sanduíches e ela pediu dois sanduíches e suco, depois de pegar os lanches fomos sentar para comer, ela estava um pouco nervosa, pois não parava de tagarelar, sobre coisas comuns, como o que gostava de comer, o que eu gostava, até ir ficando sem assunto e começar a falar sobre livros, aí foi a parte mais legal, ela já tinha lido os meus livros preferidos, nossos gostos eram semelhantes, ela amava literatura brasileira, descobri que tinha 22 anos e era filha unica, conversamos muito durante refeição.

--Acho que você já leu tudo que eu li.

--Já sim, mas acho que deve haver alguma coisa que não tenhamos em comum. -Falei sorrindo.

--Tem sim, você é linda, tem um rosto incrivelmente perfeito e um dragão que dar um ar de mistério.

--Você gostou? Acha que ficou bonito?

--Ainda não vi pessoalmente, quer dizer, so da pra ver um pedaço com esse vestido, mas pelas fotos eu amei.

--Sabe que pode ver quando quiser, é so dar as ordens e a gente sai daqui. -Falei sorrindo e ela corou.

--Você me deixou sem graça.

--Não foi minha intenção.

Ela me olhava de um jeito tão especial e intenso que quase poderia sentir ela decifrando minha alma.

Depois de comer ela me levou para fazer compras com ela, ajudei a escolher para ela e fez questão de me presentear, assim que terminamos as compras já era hora de almoçar e novamente comemos juntas regadas a conversas gostosas sobre livros, história, artes, etc, quanto mais conversava com ela mais me assustava com a sintonia entre nós. Ela era apaixonante, simples, delicada, fina, muito educada, humilde e gentil.

--Você comprou muita coisa. -Falei sorrindo, em tão pouco tempo me sentia tão ligada a ela.

--Comprei não, gostou dos seus presentes?

--Gostei sim. Falei que você comprou demais, mas não to reclamando.

--Então não reclama, são presentes e presentes a gente não pode reclamar.

--Não posso nem quero reclamar, teus olhos me deixam desarmada. -Falei e ela sorriu, meu deus eu estava flertando com ela e nem estava dado conta.

Ela era tão perfeita, parecia ter saído da minha maquina dos desejos, tão gentil, e me olhava de igual para igual, o poder que aqueles olhos tinha sobre mim era coisa de outro mundo.

Terminamos o almoço e ela perguntou se eu estava livre amanhã as 11:00, respondi que estava ela combinou de me encontrar em um restaurante. Pediu para acompanha-la até seu carro, quando chegamos ela tirou da bolsa um envelope e me entregou, prontamente recusei, não poderia aceita, só o que ela me comprou já pagava as horas que passamos juntas, ela insistiu até eu pegar o envelope, me abraçou e me deu um beijo no canto da boca.

--Foi um prazer conhece-lá, estou contando as hora para almoçar com você amanhã. -Ela falou no meu ouvido, fez meu corpo inteiro arrepiar.

--O prazer foi meu. -Sussurrei no seu ouvido, percebi que os pelinhos do seu braço ficou eriçado.

Ela entrou no carro e se foi, me deixando intrigada e sem saber se tudo aquilo era real, olhei o envelope e coloquei na bolsa, liguei para karla me pegar e fui para o meu apartamento.

Camila me surpreendeu, passei uma manhã incrível ao seu lado, nem parecia que estava trabalhando, ela poderia ter a mulher que quise-se e eu não entendia o porque dela sair com uma garota de programa, a toda hora vinha na minha cabeça a frase que eu me repetia todos os dias: eu não preciso de romance, eu preciso de dinheiro. E se ja fosse tarde demais? E se meus pedidos acabassem atraindo o romance pra minha vida? Esperava com todas as forças que não, porque me apaixonar aquela altura significava perder meu norte.

Só pensando em Camila esqueci de abrir o envelope, quando fui abri-lo me surpreendi mais ainda, tinha 2500 reais bem mais do que deveria ser pago.

Aproveitei a tarde para dormir um pouco, pois logo mais tinha outro programa e precisava descansar.

Acordei em cima da hora e logo fui pra o motel, encontrei uma linda morena, que não me deu nome, nem detalhes, queria apenas sexo, e eu dei exatamente o que ela queria.

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Acordei com o despertar do celular as 9:00 da manhã, estava cansada, o programa do dia anterior tinha sido longo, e eu estava morta de cansada mas precisava me preparar para almoçar com Camila.

Camila não saia da minha cabeça, saber que iria encontra-la me dava medo, tinha tanto medo de me apaixonar.

Queria ter conhecido ela em outra ocasião, talvez assim eu tivesse alguma chance.

Continua...


O que há dentro do dragãoOnde histórias criam vida. Descubra agora