Capítulo 19 Ela

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Cheguei no banheiro e Camila estava lá me esperando, quando veio em minha direção, já fui falando:
 --Camila, se quiser algo maque horário, estou  ocupada, só vim para quitar minha divida, quer um nome, vou te dar um, mas se você me chamar por esse nome não atendo ok, para você é Mariane. -Me aproximei dela e gemi no seu ouvido.

 --Juliane. Tchau Camila. - Ia saindo do banheiro mas Camila me impediu.

 --Espera -Me segurou pelo braço e me puxou para ela.

 --Diga Camila. -Tentei parecer indiferente, mas a proximidade dos nossos corpos me deixou desconcertada e  não parava de olhar aqueles lábios lindos, como queria aquele beijo, um beijo só meu, sem ser da acompanhante.

 Camila novamente foi rápida  me prendeu ao seu corpo com os baços em volta das minhas costas, ela me beijou e eu nem me importei de alguém chegar, porque estava desejando esse beijo, senti sua língua pedir passagem a minha boca, e fui abrindo devagar, sem pressa, era um momento especial, o primeiro beijo depois de revelar meu nome, pus a mão no seu pescoço e fui subindo até tocar seu cabelo. Camila é minha Kryptonita, e com ela estava sendo muito difícil manter o personagem. Ela me tirava de órbita, minha maior fraqueza, nunca pensei que era tao difícil nao sentir amor.

 Quando o ar estava faltando paramos o beijo, Camila me olhou e deu um beijo no meu queixo, beijei a sua testa e sai daquele banheiro antes que terminasse de tirar as minhas armaduras. Para muitos o beijo na testa pode nao significar nada, mas naquele momento aquele beijo significou que aquela batalha ela tinha ganhado.


 Voltei para mesa, e continuei a conversa com Letícia, mas não conseguia evitar busca-la com os olhos.
 --Qual seu maior sonho? -Letícia peguntou.

 --Acho que você não vai gostar da resposta, mas é deixar de ser acompanhante, e o seu?

 --Quero viver o suficiente para ter uma família, quero me casar, ter filhos, uma mulher linda como você. -Falou ela toda galanteadora.

 --Nem pense em me pedir em casamento, estava demorando. E deixe desse papo fúnebre de viver tempo suficiente, tem a vida toda pela frente. -Falei sorrindo.

 --Posso fazer uma pergunta delicada?

 --Pode.

 --Porque você é acompanhante? Você é linda, jovem, inteligente, não merece nada disso. -Letícia falou e senti aquelas palavras no fundo da minha alma. Tudo que ela disse era verdade, era tudo isso sim, mas ainda precisava me prostituir, tudo para conseguir dinheiro rápido, poderia trabalhar, mas na minha atuação situação acadêmica só me cabia call center como operadora de telemarketing que paga um salário mínimo e para mante minha família precisava de bem mais que isso.

 --Preciso de dinheiro rápido, pois disponho de pouco tempo para trabalhar, então essa é a maneira mais "fácil". -Não entrei em detalhes, porém não a deixe sem resposta.




 Terminamos a conversa e Letícia pediu a conta, ela pagou e fomos embora no seu carro. Assim que entramos ela foi falando:
 --Vamos encontrar um casal de amigos meu.

 --Não vou mesmo, acertei com você, não vou fazer sexo grupal de jeito nenhum, e se fizer vou cobrar muito caro, dobrado por cada pessoa.

 --Nós não vamos para um motel sua boba, você acha que vou desperdiçar o seu dia de comunista num motel, não mesmo. Hoje você vai conhece na prática o que fazemos.

 --Sério? Você é uma figura sabia?

 --Figura é você achando que o casal de amigos meus iam querer sexo com você, eles são gays. -Falou ela sorrindo e eu senti vergonha de ter sido tão precipitada, mas a situação estava melhorando, aos poucos sentia que levava alegria a ela.

O que há dentro do dragãoOnde histórias criam vida. Descubra agora