Capítulo 57 - Seu rosto nunca me deu trégua

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No outro dia antes mesmo de dar a hora de ir trabalhar já estava pronta, com uma hora de antecedência, levei numa mochila roupa para me trocar, todos os utensílios sagrados que uma mulher precisa para sair arrasando, estava tão feliz que nada me perturbava.


O dia acabou voando, olhava o relógio a todo momento, estava ansiosa para tomar logo banhar e ir atrás da Camila.


Ainda era tarde quando atendi meu ultimo paciente e fechei meu expediente, não conseguia conter o sorriso frouxo, o que chamou logo a atenção da Ana.
--Hummmmm, acho que viu o passarinho verde.


--Vi não, mas vou ver já já.


--Ei, quero saber de tudo viu?


--Ok curiosa, você e a Letícia combinam direitinho, conto tudo a vocês, mas antes preciso ir me arrumar, até amanhã.


--Hummmm, e vai sair é cedo hoje, você geralmente fica até mais tarde, aposto que tem compromisso.


--Ana deixa de ser curiosa, tchau.


Fui para o banheiro e tomei meu banho pensando em tudo que poderia acontecer neste jantar, poderia até sair casada dele, queria bem mais da vida do que andar de galho em galho sem amor, tinha certeza que o amor eu só conseguiria ao lado da Camila. So o amor tolera tudo, inclusive todos os contratempos de 10 anos.


Depois de um ritual de maquiagem, perfume, cabelo, enfim sai do banheiro e fui até sua sala, assim que cheguei pedi para Livia anunciar minha chegada.
--Pode entrar Drª.


--Obrigada. -Entrei e dei de cara com a Camila ao lado de uma pilha de pastas.


--Boa noite. -Falei sorrindo.


--Boa noite. -Ela respondeu sem muita animação.


--Então onde você quer ir? -Perguntei.


--Ir para onde Juliane?


--Jantar Camila, onde você quer comer?


--Hoje não vai da Ju, tô terminando uns relatórios, ainda tenho bastante trabalho, não vou poder sair com você.


--Ok Camila, você não pode sair, mas ainda pode comer, então me espera aqui que vou buscar nosso jantar.


--Pelo visto já virou vício você jantar no hospital, fiquei sabendo que um dia desses você também jantou com uma mulher que veio te ver. -Bando de fofoqueiros, com certeza foi a Fernanda.

 
--Pois é, as pessoas daqui falam demais.


--Se falam é porque você da motivos.


--Ok Camila, não vou discutir isso com você, vou buscar nosso jantar, ou melhor, vou pedir nosso jantar, vou ficar aqui deitada naquele sofá esperando o jantar chegar e você da um tempo no trabalho para a gente comer. -Não vou negar que fiquei frustrada, alias, isso era tão fácil de acontecer, principalmente quando as coisas aconteciam totalmente diferente a tudo que tinha programado, estar naquela sala, deslumbrante, afim de sair com ela e ver que ela nem ao menos lembrou de mim foi um soco no meu ego, um banho de água fria.


--Faça como quiser. -Ela falou tentando parecer inerte, mas eu sabia que minha presença mexia com ela, bem mais do que ela pode controlar, seus olhos não conseguiam passar mais que dois minutos seem procurar os meus, sua boca ficava tão seca que ela bebia água a cada 5 minutos.


Liguei e pedi a comida, fiz como tinha avisado, deitei no seu sofá, tirei meu salto e fiz do seu sofá uma cama, fiquei deitada esperando o serviço de entrega chegar.

O que há dentro do dragãoOnde histórias criam vida. Descubra agora