Capítulo 60 - Tortura

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Os dias serviam para me sentir mais unida a Camila, nosso amor se mostrava mais forte, meu desejo só aumentava, ela por sua vez se mantinha irredutível na ideia de começar devagar. Claro que entendia seu motivo, afinal ela sofreu tanto, precisava ver que não era capricho ou desejo.

Uma semana depois da visita da Pietra recebi os exames do laboratório, rapidamente entrei em contato com o responsável.

--Bom dia, esses exames que acabei de receber, são mesmo da minha paciente?


--São sim Doutora.


--O senhor tem certeza? Tem como ter havido algum engano?


--Tenho certeza sim. Não há possibilidade de ter ocorrido engano.


--Obrigada. -Desliguei o telefone, mas continuei ali parada, aérea, sem conseguir assimilar bem as coisas, tinha tanta certeza que ela estava mentindo, mas não estava, a Pietra tinha um problema grave, muito grave, com todo meu conhecimento, que não era pouco, não sabia se ela sobreviveria a operação, as chances de sucesso eram mínimas, talvez por isso nenhum médico quis opera-la.


Em poucas situações me senti tão incapaz, apesar de não gostar da Pietra, não queria vê-la morrer assim, no auge da sua vida, com tão pouca idade, ao mesmo tempo era um risco enorme opera-la, não sabia nem o que fazer, a melhor coisa a se fazer nessas horas é reunir a equipe e criar ideias.


Marquei de me reunir depois com a equipe de neuro  e voltei ao trabalho.

Fui fazer minha visita diária a Camila, com um linda rosa vermelha nas mãos, fui caminhando entre os corredores, não me importava de ser piegas, de mandar flores, de fazer declarações fora de hora, amava aquela mulher, qualquer pessoa que me via caminhando até a sala dela sabia que eu caminhava de encontro ao meu coração.
--Bom dia Lívia.


--Bom dia Doutora, pode entrar.


--Ja pedi pra nao me chamar de Doutora. Obrigada.


Entrei e dei de cara com minha linda namorada concentrada no computador.
--Bom dia amor. -Lhe entreguei a flor.


--Bom dia meu bem, obrigada.


--Almoça comigo hoje?


--Hoje vou comer por aqui, muito trabalho, tenho que fechar essas contas hoje.


--Hummm, que tal jantar lá em casa, depois do trabalho eu e você vamos lá para casa.


--Melhor não meu amor, amanhã tenho que acordar cedo, quando vou para sua casa nunca saio cedo de lá.


--Tudo bem, então hoje jantamos juntas.


--Que tal você ir lá em casa. -Ela falou e minha mente já voou longe, fazia muito tempo que nao ia a sua casa.


--Então tá certo. -Beijei seus lábios e voltei para minha sala.

Recebi uma ligação da Dani, muito preocupada com a Luciana, que estava com uma dilatação anormal, então deixei tudo e fui encontrar a Dani.
--O que ela tem?


--Calma Ju, ela esta bem, só tem uma pequena dilatação, tem que ser acompanhada, porque se continuar dilatando ela pode perder o bebe.


--O que a gente faz?


--Calma, primeiro de tudo ela não pode se estressar, nem pode fazer  esforço físico, depois é melhor ela ficar sendo acompanhada semanalmente, e se ela sentir algo anormal voltar.


--Você já falou com ela?


--Falei, mas ela não quer deixar o trabalho, ela disse que é nova e que esta gostando muito.

O que há dentro do dragãoOnde histórias criam vida. Descubra agora