Capítulo 12 Como não se apaixonar?

978 67 7
                                    


Eu iria matar a Dani, como ela sai desse quarto e me deixa sozinha com a Ana, mantive minha calma e fui em direção a minha bolsa e fingi que não a vi, quando penso que não pode fica pior a mulher fala:
--Você só sai daqui quando acabamos o que começamos pela manhã. -Eu sabia que era mentira, ela não queria sexo, ela queria retaliação.

Eu já estava sem paciência e fui super rude.

--Ana veste a sua roupa e me da essa chave, não quero nada com você, porque você não entende? Desde que começou o curso você me xinga, me destrata, e agora você vem bancar a apaixonada, não vai rolar, você não faz meu tipo, quem sabe no dia que você aprender a dar mais valor as pessoas e menos ao dinheiro e coisas superficiais.

--O que eu faço para você mudar de ideia? Você não tem noção do que faz comigo, desde o primeiro dia de aula gostei de você, eu quero você. Não posso ficar com uma pobre como você, mas meu corpo não entende isso e depois de te ver hoje só de biquíni não sai mais da minha cabeça. Quer saber porque implico com você? É Porque você é diferente do meu mundo e mesmo assim consegue ser melhor que eu, sei que não fui muito gentil com você mas estou desposta a mudar, só e da uma chance? -Será que ela estava sendo sincera? Ou era mais uma tentativa de fazer pouco de mim.

--Ana você não entende, não quero você, tu representa o que mais repudio, você humilha , pensa que seu dinheiro compra tudo, mas vou te desapontar, seu dinheiro não me compra, tem magoa demais entre nós para rolar qualquer coisa, alem disso não estou na fase de ter alguém, vai vai rolar.

Acho que dessa vez deu certo porque ela se vestiu e me deu a chave, agora tinha que matar alguém, desci em busca da
Dani e a encontrei bebendo com os meninos.

--Dani, preciso conversa com você.

--O que foi? -Ela perguntou com uma cara sínica.

--Porra Dani, como tu me deixa sozinha com a Ana, não pedi para tu ficar esperando eu terminar meu banho? Ela quer vingança, ela quer entrar na minha mente, e você parece estar dando uma de cupido, mas não vai rolar.

--Foi mal Juliane, mas a Ana pediu com um jeito tão gentil que pensei que vocês estavam se entendendo e deixei vocês curtirem a noite, tava até disposta a dormi em outro quarto. -Ela falou com a cara mais safada do mundo.

--Não estamos nos entendendo, e outra coisa tô indo embora, porque se eu dormir naquele quarto não vai prestar, tô fora dessa patricinha rude, e ela não vai ganhar, se ela me quer não vai ter, quem sabe assim ela muda e se transforma numa pessoa melhor.

Dani até que tentou me convencer a ficar, mas não adiantou.


Eu estava castigando a Ana, mas a verdade é que eu não curtia aquele jogo,  quando a gente tá numa guerra tem que saber o exato momento de se retira, e o meu havia chegado. Liguei para uma companhia de táxi e fui para meu apartamento, cheguei e ainda nem era 8 horas, liguei o celular da Mariane para ver se tinha algo agendado para amanhã e tinha uma mensagem da Camila querendo sair hoje, apesar de já ser tarde liguei para saber se ainda havia interesse da parte dela.

--Alô.

--Oi Camila, é a Mariane, você ainda estar interessada em sair hoje?

Silencio por alguns segundos, eu não deveria ter ligado, também 8 horas da noite, claro que ela não esta interessada, já deve ter ligado para outra acompanhante.

--Tô sim, Mariane, só não sei se você esta interessada na minha proposta. -Eu sabia,era algum fetiche, ninguém poderia ser tão perfeito como ela era.

--Qual sua proposta? -Perguntei curiosa.

--Eu quero te levar num show, mas o artista é surpresa. -Falou sorrindo, e eu me repreendi lentamente por pensar que seria alguma putaria, acho que estava tão errada, era possível sim alguém ser perfeito como ela.

--Não sei não heim, se você me levar para um show da Ana Carolina vai ter que ficar agarrada comigo, senão vão me roubar de você. -Falei sorrindo.

--Eu não to doida de te levar para um show da Ana, você é só minha. -Ela falou sorrindo e eu comecei a rir também, Camila era uma mulher tão especial que esqueci até que estava marcando um programa, com ela não me sentia prostituta, tinha que arrumar urgente um passatempo, algo para me distrair, caso contrario iria me apaixonar por ela, e isso nem era a coisa mais ruim disso, o pior era saber que eu nunca seria digna de alguém como ela.

--Onde eu te encontro e que horas? -Perguntei toda empolgada.

-- 9:30, no shopping Center Recife e de lá te levo para o show que começa as 11, tem um detalhe vai umas amigas minhas e eu disse que talvez iria levar uma garota que estou conhecendo e essa garota é você, só te peço para não contar nada a elas e se perguntarem onde nos conhecemos você fala que foi no shopping o que não deixa de ser verdade.

--Quer dizer que você esta me conhecendo é? hummmmmm, vou adorar conhece você mon amour meu bem ma femme, rsrsrsrsrsrsrsrsrsrs. -Falei sorrindo e cantando o trechinho da música do Reginaldo Rossi.

--Assim não vale, você sempre usa trechos de musicas em francês.

--Vou me arrumar senhorita Camila, te encontro já já, beijos.

--Até mais mon amour. -Ela falou sorrindo.


Fui me arrumar, retocar as unhas, depois fui para o banho, me olhei no espelho estava com um brilho diferente no olhar, será que estava amando? Eu não queria pensar nisso, senão iria ficar travada com a Camila, mas estava me sentindo tão empolgada com essa saída e pensar que poderia ter perdido só para estar naquela casa de praia cheia de gente metida. Apesar de ter pegado pouco sol e ter usado protetor estava um pouco bronzeada.

Sai do banheiro e coloquei um conjunto de calcinha e soutien preto e um dos vestidos que a Camila tinha me dado, coloquei o perfume, as lentes de contato e uma maquiagem para noite e finalizei com um gloss labial, penteei os cabelos e estava pronta. Liguei para Karla me pegar e cheguei no shopping antes do horário combinado liguei para Camila e ela já estava lá, nos encontramos na praça de alimentação e quase cai quando a vi, ela estava usando um vestido justo vermelho os cabelos natural soltos e um perfume que não precisei nem chegar perto para sentir, sua maquiagem estava perfeita e um batom vermelho.

Camila me deu um beijo na bochecha e eu queria que fosse na boca, perdia as contas de quantas vezes passei a língua nos lábios.

--Você esta perfeita. -Foi tudo que consegui dizer.

--Olha quem fala, você é de longe a mulher mais linda deste shopping. -Ela falou e isso me rendeu um arrepio.

--Não mais linda que você, agora precisamos só combinar o que dizer a suas amigas, vamos repassar ok.

--Nós nos conhecemos aqui na praça de alimentação, você estava lendo um livro e não tinha mais lugar vago, então pedi para sentar na sua mesa e você deixou, e daí começamos a conversar. -Ela falou olhando nos meus olhos, meu riso era solto, natural.

--Anotei tudo no meu cérebro, só falta o nome do livro. -Falei olhando nos seus olhos, era tão gostoso ser olhada assim.

--Açúcar Amargo, você e eu já lemos então se elas perguntarem algo da história do livro saberemos. Agora vamos comer.

Eu bem que tentava não babar enquanto ela falava comigo, mas acho que era tão palpável o meu encantamento, qualquer pessoa que nos via juntas percebia que tinha bem mais que amizade.

Não era so o olhar, nem o jeito que eles mudavam de cor de mel para vermelho quando estava excitada, tinha algo mais, talvez fosse o jeito que seus lábios se moviam perfeitamente para vocalizar palavras que pareciam musica ao meu ouvido.

O sorriso dela me fazia tremer na base, perdi as contas de quantas vezes desviei daqueles olhos. Será que ela percebia o quanto estava mudando meu mundo? Será que ela tinha noção do quanto era linda e poderosa e de como eu perdia totalmente o personagem ao seu lado, tijolo a tijolo ela quebrava o muro e estava cada vez mais próxima do meu verdadeiro eu.

Continua...


O que há dentro do dragãoOnde histórias criam vida. Descubra agora