Capítulo 50 - Broken

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Depois daquela conversa eu estava mais calma, ainda estava muito machucada, apesar de uma parte de mim entender a atitude da Ana a outra parte estava triste,  pensava que ela aceitava bem o meu passado. O que fazer se meu passado será sempre um atraso na minha vida?  Ser puta me tirou a Camila e agora também queria tirar a Ana de mim. Era como uma maldição que acabava afastando o amor da minha vida, Ana se esforçava para parecer natural, porém podia enxergar os efeito do furação Pietra, ela estava mais ciumenta, desconfiada, grudada, estava de um jeito que eu não ia nem na padaria sozinha, isso acabava me matando, poderia entender seus ciumes, mas sua desconfiança não tinha motivos.


A Camila ia sempre lá em casa, dava um jeito de não encontra-la, Ana sempre percebeu que estava me afastando, mas nada falava, nesse ritmo se passou um mês desde que chegamos.  Nada de extraordinário voltou a acontecer, as aulas tinham voltado, a rotina voltou ao normal, voltei para academia, as terças e quintas ficava para o MMA, final de semana íamos para o hospital, e durante a semana depois da faculdade íamos para biblioteca estudar, acabamos nos escrevendo em outros projetos da universidade e estávamos bem perto de entrar numa pesquisa.


Depois do ocorrido na balada evitei sair, Dani tentou saber mais sobre aquela noite, mas dei jeito de encerrar o assunto, pensei que estava livre da Pietra e do meu passado, mas nem tudo que a gente espera acontece, a maior prova disso foi da de cara com a Pietra no Hospital em pleno sábado pela manhã, foi um choque, tentei parecer tranquila, apertei a mão da Ana e já tinha passado por ela sem olha-la, mas a Pietra é a Pietra, não se deu por satisfeita.


--Agora passa por mim e não me conhece, mas a um tempo atrás não podia me ver, gemia tão gostoso quando trepava comigo e me fazia a mulher mais feliz do mundo. -Meu sangue subiu rápido, mas me controlei, porém a Ana se soltou da minha mão e agarrou a Pietra pelos cabelos e foi a empurrando para fora, não demorou para chamar a atenção de alguns curiosos. Apesar de odiar mortalmente a Pietra, era pacifista e tratei de separar as duas e tentar acalmar os ânimos, mas a essa altura a Ana já me olhava com aquele azul cortante, você não faz noção que a cor do olhar pode mudar tanto até conhecer a pessoa a fundo, aí você vai ver que cada emoção faz o olho se comportar de maneira diferente, você passa a reparar em expressões que para os outros acabam passando despercebido, a essa altura do campeonato já conhecia os olhares da Ana, todas as expressões, o franzido da testa e o jeito de arquear a sobrancelha quando duvidava do que estava acontecendo.


--Ana solta ela, não vale a pena parti para agressão.


--Não acredito que você tem coragem de defender essa víbora.


--Ana, não estou defendendo, só estou dizendo que não vale a pena, solte ela agora, estamos num ambiente que não é legal isso.


--Porque você ficou nervosinha Ana, ela ainda não contou a você o que eu e ela já fizemos, porque você não conta a ela que adorava transar comigo, que me fazia ir nas nuvens e que já gozou muito comigo. -Pietra disse desaforada e Ana partiu para cima dela, fiquei segurando a Ana .


--Cala a boca sua nojenta. -Ana gritou para Pietra e eu tentei acalma-la.


--Ana não liga, ela quer chamar atenção, não liga.


--Eu não quero chamar atenção nenhuma, ela merece saber o que eu e você já fizemos, você já contou sobre o seu trabalho?  Ela sabe que você... -Ela não terminou de falar que eu tampei a boca dela.


--Não ouse dizer mais nada Pietra, vá embora agora. -Falei firme, mas acho que Pietra não estava disposta a paz, ela chegou próximo a Ana e falou baixinho.


--Ela era minha puta preferida, pagava com gosto por ela, ela sabe como fazer, faz gostoso, gamei de primeira, até hoje não encontrei ninguém que faça tão bom quanto ela, ela era minha puta, minha só não, foi da camila, e de mais algumas dezenas ou centenas de riquinhos que tinham dinheiro para pagar por ela.

O que há dentro do dragãoOnde histórias criam vida. Descubra agora