O que há dentro do dragão

Capítulo 59 - É amor

O não eu já tinha, então arrisquei o sim, no fundo sabia que a resposta tinha 80% de chance de ser negativa, mas arrisquei.

--Eu quero sim. -Quase não acreditei, ela aceitou subir, entramos no edifício, ela estacionou o carro, segurei sua mão, fomos de mãos dadas andando até o elevador, não controlava o riso bobo no rosto e ela logo percebeu.

--Para de cantar vitória, aceitei beber alguma coisa porque estou com sede, não pense que vou passar a noite no seu apartamento, doutora Juliane.

--Eu nem estava pensando nisso. Estou feliz por passa mais um tempo com você, na maioria das vezes que nos encontramos ou estamos trabalhando, ou brigando, ou nos pegando, ou as vezes estamos fazendo tudo , gosto de estar com você. -Sorri e ela também sorriu, chegamos no meu andar e continuamos de mãos dadas, só soltei sua mão para abrir a porta, agradeci mentalmente por ter deixado tudo limpinho.

--É bom visitar sua casa sem toda aquela agitação da festa, agora da para presta mais atenção na decoração. -Ela falou assim que entramos.

--Fique a vontade, o que quer beber?

--Uma agua, por favor. -Fui para cozinha pegar a água e ela ficou olhando as fotos que eu tinha espalhadas pela sala.

--Vejo que achou a minha preferida. -Falei entregando o copo.

--Eu também tenho uma foto dessa. -Era uma das muitas fotos que tiramos durante nossas saídas.

--Adoro essa foto.

--Eu não gostava muito dela, quando eu comecei a me envolver sério com a Fernanda peguei todas as nossas coisas e coloquei numa caixa e escondi, mas assim que meu casamento acabou foi impossível não tirar as lembranças da caixa e colocar uma foto dessa lá no meu quarto.

--Se serve de consolo, além dessa tem uma na minha mesa de cabeceira, lá também esta nossa aliança de compromisso, antes de dormir já virou ritual olhar sua foto, nossa aliança e pedir a Deus que me dê uma segunda chance, embora tenha consciência que não mereço.

--Porque você faz isso comigo hein? É um jogo? Você quer mostrar que pode me ter quando quer? Você quer me tocar, quer que eu acredite que ainda guarda aquela aliança, a pelo menos 8 anos você guardou um anel que não é mais digno de sua riqueza, lembra que me disse que so guarda as coisas enquanto elas fazem sentido? Quer me fazer acredita que aquele anel ainda faz sentido para você?-Ela perguntou com um olhar angustiado.

--Não tô jogando, tudo que eu tinha para perder eu já perdi Camila, não tenho jogos para jogar, só quero uma segunda chance, não se trata de jogo, capricho, ou algo do tipo, é amor. Não preciso provar nada a ninguém, mas se você quiser a você eu provo, faço o que me pedir, tudo que pedir, tudo mesmo Camila. E sobre o anel guardei sim, se quiser te mostro agora, me magoa o jeito que fala de mim ou do meu dinheiro, se você ao menos se esforça-se um pouco saberia o que faço com tanta riqueza como você mesma diz, mas sabe de uma coisa, não quero brigar, guardei o anel assim como guardo tudo que me traz boas recordações, guardo fotos suas, tenho algumas miniaturas iguais aquelas que me mostrou uma vez quando fui na sua sala, aposto que disso você não sabia, assim como não sabe muita coisa boa sobre mim.

--Eu não quero que prove nada, quero sentir que é de verdade, não quero mais uma desilusão, não posso viver de lembranças. Não tenho nada contra seu dinheiro, ganhou de formar honesta, pois trabalhou por ele!

--Então esqueça as lembranças, e vamos construir outras lembranças, dessa vez não cometerei os mesmo erros, mudei, mudo de novo.

 
--Não mudou não Juliane, você continua a mesma fujona, ou não lembra que assim que viu a Lívia foi embora. Não posso entrar de cabeça nessa história.