Capítulo 5 O segundo programa

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Com as fotos em mãos entrei em contato com o site, enviei as fotos e fiz o pagamento, por ultimo foi a hora de fazer o perfil, ficou assim:
Nome: Mariane;
Idade:18;
Programa: 500 reais a hora;
Disponibilidade: sexta a noite, sábado e domingo;
Exigências: não deixar marcas e usar camisinha;
Sexo: homens e mulheres;
Detalhes: o motel é por conta do cliente, a acompanhante tem 1,70 de altura, olhos castanhos, corpo definido, cabelos longos castanho claro e lábios grossos;
Telefone: envie mensagem de texto.

A minha área no site entrou no ar na terça feira, depois da moderação conferir que eu tinha o "perfil" do site,  o celular para programas passou o dia desligado, assim que sai da faculdade liguei para conferir e já tinha três mensagens, todos os contatos eram de mulheres. Isso me dava segurança, preferia que fosse sempre assim, se bem que nesse ramo não se tem muita preferência.

Meu objetivo era um valor fixo de 5 mil reais, deste dinheiro uma parte iria para minha mãe, outra parte para minhas dispersas e o que sobra-se iria colocar na minha poupança e abrir uma poupança para os meus irmão, não queria que eles passassem pelo que estou passando.

Não queria ficar nessa por muito tempo, so ate ter o suficiente para ficar bem ate me formar, nunca acreditei que poderia enricar com isso, fazer programa não apenas um trabalho temporário.

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As mudanças que vinha sofrendo para viver a Mariane estavam se refletindo na minha vida, por dentro ainda era a mesma, mas por fora havia algo diferente, não sei explicar o que, mas estava diferente, talvez a mudança no cabelo e no corpo estava chamando mais atenção das pessoas com relação a mim, ou talvez apenas tivesse derrubado a barreira e agora enxergava mais os olhares a minha volta.

Era uma grande contradição, passei a vida toda escondendo minha beleza, querendo ser reconhecida pela minha inteligência e agora estava usando justamente minha beleza para ganhar dinheiro. A beleza, era meu instrumento, fiquei refém de cuidados supérfluos, unhas, cabelo, maquiagem, nunca me imaginei assim, mas agora essa era minha realidade

Na universidade apesar de manter minha aparência como sempre foi, cabelo preso, roupas simples, sem maquiagem, estava notando olhares diferentes de alguns dos meninos, chegando até a ser convidada para sair, mas ninguém ali me interessava, ninguém dali se parecia comigo, nem me entendia, todos sempre tiveram tudo de mão beijada, nunca precisaram trabalhar, a maioria eram pessoas superficiais que não tinha aproximação comigo a não ser para fazer trabalhos ou para pedir aulas pois era a melhor aluna da sala. Nunca tive ambição de caçar com algum ricaço ou ricaça daqui, entrei na faculdade para crescer e me tornar a cirurgiã que sempre quis ser.

Eu só tinha uma amiga naquela sala, ela  me conhecia bem até demais, Daniela, minha ex namorada na época do cursinho, a menina que me levou para o The L Word, conheci a Dani no pré-vestibular, foi a primeira mulher por quem me interessei, namoramos durante o cursinho mas com o fim do cursinho foi o fim do nosso romance, percebemos que eramos melhores amigas do que namoradas. Ela me dava uma força enorme e vinha notando a minha diferença física chegou até a pensar que eu estava de namorada.

As vezes sentia falta de ter com quem me abrir, mas não poderia contar nada a ela, acho que não aceitaria, nem entenderia, era coisa minha e ninguém precisava saber.

Na academia a instrutora era só cuidados comigo, apesar de ser uma mulher muito discreta, acabei descobrindo sua sexualidade no primeiro mês de academia, só lendo os olhares dela, não eram olhares de inveja ou despeita, eram olhares de desejo, os homens não percebiam, e viviam a cercando como urubus e enchendo o saco, pobre coitados, não sabiam que não tinha chance alguma.

O que há dentro do dragãoOnde histórias criam vida. Descubra agora