Capítulo 32 Sinais de fogo

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As férias acabou e voltei com tudo para a universidade, me dedicava a cada dia ao meu curso e as atividades extracurriculares, o tempo livre era sempre preenchido da melhor maneira, Ana se tornou minha amiga, rara era as vezes que ela se esquecia disso e me cantava, saiamos juntas e tudo. Descobri que a Ana era uma pessoa boa, e pode acreditar que isso demorou muito, mas quando aconteceu se tornou quase impossível não lhe querer bem, Ana aos poucos foi me encantando e conquistando minha amizade, ela não deixou de ser mimada e metida, mas isso não era mais problema.


Janeiro, fevereiro e março passou voando, Camila uma vez ao mês frequentava minha casa e eu fugia dela como o vampiro foge da cruz. Evitava aquele contato porque me fazia sofrer, olhar sem poder tocar, te-la tão perto e ao mesmo tempo tão longe acabava comigo, preferia fugir.


Minha rotina se mantinha a mesma, faculdade, academia, bebedeira na quinta feira, sexta e sábado trabalho, domingo estagio no hospital.


Na quinta sempre saia, para a balada ou saia para o happy hour com as meninas do MMA. Durante todo o mês de março não voltei a ver Camila, semana sim outra não lhe enviava flores, e ligava sempre privado só para ouvir sua voz. Voltei a encontrar a Fernanda, mas não voltamos a ficar. Eu sabia que nunca seria o amor de ninguém, talvez nunca amasse outra como amava a Camila e não era justo colocar ninguém nessa posição.


Sentia a falta da Camila cada vez mais, tinha nojo de mim e do meu trabalho, era  difícil viver sem ter-la por perto, porém já diz o ditado: o que os olhos não vê, o coração não sente, porém o meu sentia sem ver, porque sabia que a Lívia estava com ela, que tinha seu carinho, seu toque, seu cheiro, e eu tinha dor, sofria mais a cada dia. Aquilo abalava meu psicológico, o destino era cruel e fazia em poucos meses as pessoas parecerem estranhas, eu não sabia mais nada dela, do seu dia a dia, o que estava sentindo, suas tristezas ou alegrias, viramos estranhas uma da outra e eu nem sabia se um dia voltaríamos a ter aquela ligação.


Primeira quinta feira de abril e as meninas do MMA queriam ir num barzinho com música ao vivo, fomos para um bem legal, chegamos e nos acomodamos, pedimos cerveja e batata frita, a cantora era linda e tocava vários instrumentos, gaita, violão, teclado, pandeiro e triângulo. No auge da bebedeira Lana e Kelly chamam minha atenção.
--Aquela que esta ali é a Camila? -Elas apontaram.


--Parece que sim. -Olhei e era e estava com a Lívia aos beijos e Janaína e Leandra a acompanhando.


--Vocês não estão juntas? -Perguntou Deborah.


--Infelizmente não. -E a culpa era minha, porém só eu sabia disso, depois de dizer isso me olharam com aquela cara de pena que ninguém merece receber.

Voltei a beber, mas já não conseguia ignorar a presença delas, e numa atitude de mulher apaixonada que bebeu e criou coragem decidi anuncia minha presença em grande estilo.
--Meninas, licença, vou ali ver se suborno a cantora para cantar.


--Não vai nada, fica quieta aí. -Monica falou, elas viram a Lívia aos beijos com a Camila e estavam com pena de mim, mas a Lana não, ela sabia que eu estava colhendo os frutos das minhas atitudes.


--Eu vou, canto super bem, vocês vão ver. -Sai em direção ao palco, fique esperando a cantora terminar a música e pedi para ela se aproximar.


--Oi, eu sou a Juliane, será que você deixaria eu cantar duas músicas, eu pago 50 reais. -Mostrei a nota.


--Agora?


--Sim, eu canto bem, e se o dono reclamar eu converso com ele. -Pisquei e ela balançou a cabeça.


--Tudo bem, sobe aí.


Subi no palco, Camila, Lívia, Leandra e Janaína ficaram me olhando assim como as meninas do MMA. Pedi o violão da cantora e ela me apresentou.

O que há dentro do dragãoOnde histórias criam vida. Descubra agora