As férias acabou e voltei com tudo para a universidade, me dedicava a cada dia ao meu curso e as atividades extracurriculares, o tempo livre era sempre preenchido da melhor maneira, Ana se tornou minha amiga, rara era as vezes que ela se esquecia disso e me cantava, saiamos juntas e tudo. Descobri que a Ana era uma pessoa boa, e pode acreditar que isso demorou muito, mas quando aconteceu se tornou quase impossível não lhe querer bem, Ana aos poucos foi me encantando e conquistando minha amizade, ela não deixou de ser mimada e metida, mas isso não era mais problema.
Janeiro, fevereiro e março passou voando, Camila uma vez ao mês frequentava minha casa e eu fugia dela como o vampiro foge da cruz. Evitava aquele contato porque me fazia sofrer, olhar sem poder tocar, te-la tão perto e ao mesmo tempo tão longe acabava comigo, preferia fugir.
Minha rotina se mantinha a mesma, faculdade, academia, bebedeira na quinta feira, sexta e sábado trabalho, domingo estagio no hospital.
Na quinta sempre saia, para a balada ou saia para o happy hour com as meninas do MMA. Durante todo o mês de março não voltei a ver Camila, semana sim outra não lhe enviava flores, e ligava sempre privado só para ouvir sua voz. Voltei a encontrar a Fernanda, mas não voltamos a ficar. Eu sabia que nunca seria o amor de ninguém, talvez nunca amasse outra como amava a Camila e não era justo colocar ninguém nessa posição.
Sentia a falta da Camila cada vez mais, tinha nojo de mim e do meu trabalho, era difícil viver sem ter-la por perto, porém já diz o ditado: o que os olhos não vê, o coração não sente, porém o meu sentia sem ver, porque sabia que a Lívia estava com ela, que tinha seu carinho, seu toque, seu cheiro, e eu tinha dor, sofria mais a cada dia. Aquilo abalava meu psicológico, o destino era cruel e fazia em poucos meses as pessoas parecerem estranhas, eu não sabia mais nada dela, do seu dia a dia, o que estava sentindo, suas tristezas ou alegrias, viramos estranhas uma da outra e eu nem sabia se um dia voltaríamos a ter aquela ligação.
Primeira quinta feira de abril e as meninas do MMA queriam ir num barzinho com música ao vivo, fomos para um bem legal, chegamos e nos acomodamos, pedimos cerveja e batata frita, a cantora era linda e tocava vários instrumentos, gaita, violão, teclado, pandeiro e triângulo. No auge da bebedeira Lana e Kelly chamam minha atenção.
--Aquela que esta ali é a Camila? -Elas apontaram.
--Parece que sim. -Olhei e era e estava com a Lívia aos beijos e Janaína e Leandra a acompanhando.
--Vocês não estão juntas? -Perguntou Deborah.
--Infelizmente não. -E a culpa era minha, porém só eu sabia disso, depois de dizer isso me olharam com aquela cara de pena que ninguém merece receber.Voltei a beber, mas já não conseguia ignorar a presença delas, e numa atitude de mulher apaixonada que bebeu e criou coragem decidi anuncia minha presença em grande estilo.
--Meninas, licença, vou ali ver se suborno a cantora para cantar.
--Não vai nada, fica quieta aí. -Monica falou, elas viram a Lívia aos beijos com a Camila e estavam com pena de mim, mas a Lana não, ela sabia que eu estava colhendo os frutos das minhas atitudes.
--Eu vou, canto super bem, vocês vão ver. -Sai em direção ao palco, fique esperando a cantora terminar a música e pedi para ela se aproximar.
--Oi, eu sou a Juliane, será que você deixaria eu cantar duas músicas, eu pago 50 reais. -Mostrei a nota.
--Agora?
--Sim, eu canto bem, e se o dono reclamar eu converso com ele. -Pisquei e ela balançou a cabeça.
--Tudo bem, sobe aí.
Subi no palco, Camila, Lívia, Leandra e Janaína ficaram me olhando assim como as meninas do MMA. Pedi o violão da cantora e ela me apresentou.
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O que há dentro do dragão
RomanceO que você seria capaz de fazer para ajudar sua família? Até onde você iria para não desistir de seus sonhos? Juliane foi capaz de criar uma segunda identidade para não desistir de seus sonhos nem de sua familia, em algumas noites do mês ela é Maria...