O que há dentro do dragão

Capítulo 8 Preciso desencantar

Acordei com o despertar do celular  as 9:00 da manhã, estava cansada o programa do dia anterior tinha sido longo, estava cansada mas precisava me preparar para almoçar com Camila. Desde a promessa de outro encontro me pegava pensando nela, queria muito mais dela, esta com ela tinha me feito esquecer que estava trabalhando, sua companhia foi a melhor coisa que me aconteceu nos últimos meses.

Tomei banho, retoquei as unhas com a mesma cor que já virou marca especial da Mariane, o vermelho, escolhi uma lingerie simples preta, coloquei um dos vestidos que a Camila tinha me dado, passei o perfume coloquei as lentes de contato e fiz uma maquiagem leve e caprichei no batom bem vermelho, na minha cabeça eu só pensava em conhecer mais da camila, ela me deixou interessada apesar de ter plena consciência que entre nós não passaria de uma relação de cliente e vendedora de amor.

Eu tentava não pensar, nem me empolgar com possibilidade do que poderia acontecer, mas era impossível, ela em tão pouco tempo despertou em mim uma curiosidade, um carinho, e por mais que tentasse fugir, não tinha como não reconhecer que ela não era uma mulher comum e isso me deixou muito fragilizada, era como se no primeiro encontro um buraco enorme tivesse sido feito no meu muro de proteção, sentia que ela estava Prestes a quebrar o muro e por mais que meu sexto sentido me alertasse não conseguiria fugir.

Liguei para confirma o almoço e Camila já estava a caminho do restaurante. Chamei Karla para me levar e durante o caminho conversamos um pouco.

--Você tá pensativa hoje. -Falou Karla.

--Pensando na minha vida, rsrsrsrsrsrsrs. -Falei sorrindo, mas estava pensando nela, na Camila.

--Você gosta de forró? -Perguntou ela enquanto o sinal estava vermelho procurando um cd dentre tantos que ela tinha.

--Gosto de tudo Karla, onde tiver um batuque e to me mexendo. -Falei com ar de riso.

Karla escolheu um cd de forro de uma banda muito boa, e durante o caminho eu pude ouvi aquelas musicas sobre amor, parecia que o universo estava conspirando para fica apaixonada pela Camila.

Cheguei no restaurante e já avistei Camila numa mesa próxima a entrada do restaurante, cheguei perto e ela não tirou um minuto os olhos de mim, o que me fez ficar nervosa, e em forma de fuga andei mais rápido para romper aquela atmosfera de olhares que falam mais que palavras. Sentia minha pele queimar, seu olhar não era do tipo que estava acostumada, ela não me via como um corpo, com luxuria, ela me olhava com um olhar tão meigo e ao mesmo tempo sedutor, meu deus aqueles olhos grudados em mim estavam me enlouquecendo.

--Bom dia Camila. -Falei dando um beijo em sua bochecha, senti meus lábios queimar.

--Bom dia Mariane, sente-se.

--Bonito lugar para almoçar. -Falei puxando assunto para desviar a atenção dos olhares dela em direção a minha boca.

--Não mais bonito que você. -Senti meu coração palpitando, minha boca ficou seca e quis me afogar nos seus lábios.

--Tenho que discorda Camila, pois a sua beleza é esplêndida, deixando a minha e a desse lugar como figurante. -Falei olhando nos olhos dela, estava pronta para entrar no jogo de flerte dela, e não estava disposta a perder. Uma parte de mim rezava para ela me levar logo pra cama, pra ela ser uma insensível e me foder como uma puta, queria desencantar de vez, mas ao invés disso ela era cada vez mais linda, perfeita, fofa, encantadora, eu não tinha chances por isso me forçava a ser apenas profissional.

Ela sorriu, como só ela fazia e chamou o garçom que chegou prontamente entregando o menu e falando francês, e eu para impressiona-la dei um pouco do ar da graça dos tantos cursos de idiomas que fiz durante minha vida, e falei em francês, Camila me olhou impressionada e assim que o garçom saiu nos deixando a sós para escolher o pedido ela falou: