O que há dentro do dragão

Capítulo 34 Pra você restou a vida que escolheu

Camila

1º de janeiro, a ligação mais difícil da minha vida, estava triste sem a mulher que eu amo, e ela lá com um cara, não aguentava mais essa relação, meu coração estava ferido, não conseguia mais seguir assim, a queria so para mim, era pedir demais? Seu amor era como a música do Djavan.

Djavan - Samurai

Aaaaaiii...
Quanto querer
Cabe em meu coração..

Aaaaaiii...
Me faz sofrer
Faz que me mata
E se não mata fere...

Vaaaaiii...
Sem me dizer
Na casa da paixão...

Saaaaii...
Quando bem quer
Traz uma praga
E me afaga a pele..

Crescei, luar
Prá iluminar as trevas
Fundas da paixão...

Eu quis lutar
Contra o poder do amor
Cai nos pés do vencedor
Para ser o serviçal
De um samurai
Mas eu tô tão feliz!
Dizem que o amor
Atrai...

Por maior que fosse aquela dor, bastava um toque ou um olhar para me render ao seu amor, seu amor era verdadeiro, e ela não queria meu dinheiro, nunca desejei tanto que uma mulher quisesse meu dinheiro como desejava que a Juliane o fizesse, mas ela se negava a aceitar meu investimento e continuava vendendo seu tempo, isso me destruía e por mais que ela dissesse que me amava e que era só um personagem isso não entrava na minha cabeça. Sofria tanto que isso se refletia me minha vida, vivia perdida, distraída, e tinha tantos ciúmes que não conseguia controlar.

Estava arrasada, não queria mais isso, ou ela ficava comigo ou com o seu trabalho, pedi para quando a Mariane fosse embora a Juliane me ligasse, e ela ligou, tentei rejeitar, mas depois de tantas chamadas aceitei e foi a conversa mais difícil da minha vida, doía ser por telefone, porém não poderia nem conseguiria falar pessoalmente. Amava como nunca havia amado, e sabia que seria difícil, mas se não fosse assim nunca conseguiria te-la somente para mim. Tentava fazer ela sair de cima do muro, queria que aceitasse logo minha ajuda e deixasse aquela vida dupla.

--Camila meu amor, precisamos conversa, vou na sua casa.

--Juliane ou Mariane? -Perguntei irônica.

--Claro que é a Juliane, tô morrendo de saudades.

--Eu não quero mais te ver, já deu Juliane, para você é fácil separar Mariane da Juliane,  mas para mim não, não quero isso para mim, eu vi as fotos, vocês estava curtindo muito seu cliente, acho que você gosta do que faz. -Estava com tanta raiva que falei tudo que vinha na minha cabeça.

--Não fala assim, é só trabalho. -Não era só trabalho, porque ela não podia aceitar minha ajuda?

--É mesmo, você sente prazer? Você pensa em mim quando transa? Será que é só trabalho?

--Por favor, me entende, eu amo você, não me deixa, não posso ficar sem você, vamos conversa, não quero falar pelo telefone. -Ela pediu, mas não dava para conversar pessoalmente, a amo demais para fazer isso. Não dava para deixa-la, não depois de olhar aqueles olhos, ou depois de sentir seu cheiro, tinha uma atração fora do comum, daquelas que não se explica nessa vida, talvez fossemos almas gêmeas, e aquela atração era reflexo de vidas anteriores.