Chapter 4

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  Depois que acordei, passei o resto do dia em casa tentando pensar em alguma coisa que não me lembrasse Mikey.. Em vão.

  Estava sentado no sofá com a tv ligada já há um tempo e nem ao menos sabia o que eu estava assistindo. Peguei meu celular em cima da mesa de centro e olhei as horas.

hm..se fosse ontem,eu estaria prestes à reencontrar meu irmão..

  Eu encarava a tela do aparelho enquanto tentava desesperadamente lutar contra o impulso me levantar e ir correndo para a rua onde, ontem, vi Michael . Só precisava de uma 'desculpa' pra fazer isso.

  Desliguei a tv e fui para a janela da sala, que ficava de frente para o meu jardim. Não consegui conter minha cara de espanto quando olhei para as rosas e vi que a flor branca que tanto me atraiu ontem estava murcha. Completamente murcha! Ela estava tão saudável ontem à noite..não consegui sequer imaginar o que pode ter acontecido. Mas pelo menos agora eu já tinha um motivo pra voltar ao centro da cidade.

~

  As ruas estavam tão movimentadas quanto ontem. Eu caminhava calmamente e mantinha meu olhar atento para qualquer sinal de Michael.

Até agora nada , pensei.

  Uma moça simpática me parou e me entregou um panfleto. Peguei, sem vontade, e já ia jogar fora, quando vi uma pequena imagem no canto inferior esquerdo que me chamou a atenção. Era uma pequena flor branca, assim como a que estava em meu jardim. Dobrei o papel com cuidado e o guardei no bolso de trás da calça preta que eu vestia.

  Avistei a loja que procurava bem na esquina. Quando abri a porta, aquele clássico barulho de sino avisou que alguém tinha chegado. A floricultura estava vazia, mas o perfume das flores praticamente enchia aquele lugar. Passei meus olhos rapidamente sobre os arranjos.. Flores vermelhas, amarelas, violetas..nenhuma branca.

- Posso te ajudar?- disse uma voz mais grave atrás de mim. Me virei apenas para me deparar com um ser encantador que me olhava atentamente. Seus cabelos eram pretos, como os meus, mas na altura dos ombros, sua boca era fina e avermelhada e o que mais me chamou atenção foram seus olhos, uma mescla de castanho e verde que eu não conseguia parar de olhar.

-Hm...você trabalha aqui?- sim,a pergunta mais idiota que eu podia fazer. Ele soltou uma pequena risada.

- Sim.

-Bem...você por acaso teria essa flor aqui?- peguei o panfleto que estava em meu bolso e entreguei a ele.

-Escolha interessante - comentou, ainda encarando o papel.- Vou ficar te devendo.

- Ah...- não consegui esconder meu desapontamento.

  Agora era ele quem encarava meus olhos.

Claro, ninguém consegue resistir aos meus olhos verde oliva..

- Na verdade, - ele continuou,depois de um tempo- acho que eu consigo arrumar algumas pra você.Sei onde encontrar.

-Se não for te dar muito trabalho..

- Você pode me passar seu telefone?- arqueei minha sobrancelha.- err.. Caso eu consiga as flores..vou precisar entrar em contato.

  Ele me estendeu um bloquinho de notas e uma caneta.

  Você não vai passar seu número pra ele,certo Gerard?

Num impulso, peguei a caneta e rabisquei o número do meu telefone fixo (sim,ainda tenho um). Ele olhou o papel e não conseguiu esconder um sorrisinho de vitória..

-Ah, a propósito,- ele disse,me estendendo a mão. Na verdade, acho que nunca vi um sorriso tão bonito quanto o que ele abriu naquele momento - meu nome é Frank.

Vampires Will Never Hurt You /Frerard/Onde histórias criam vida. Descubra agora