Chapter 46

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  Passamos boa parte da noite tentando montar aquilo, mas não tivemos praticamente nenhum progresso. Ray insistiu para que fôssemos para casa, mas eu realmente estava motivado a acabar logo com aquilo, então resolvemos (para a infelicidade de Frank) que passaríamos a noite ali tentando montar esse quebra-cabeças.

  A casa de Ray era bem confortável, embora um tanto..mística. Nós nos alimentamos e tomamos banho e logo já estávamos de volta ao trabalho. O dia foi extremamente cansativo, mas nós estávamos apostando que aquele tal "esquema" serviria para esclarecer definitivamente as nossas dúvidas.

  Nós havíamos organizado os papéis um ao lado do outro de acordo com o sentido dos traços e pontas das setas. O problema maior era que as anotações eram muito avulsas, então não estávamos conseguindo montar aquilo com algum sentido muito facilmente.

  Frank estava cansado e se sentou por um tempo em uma poltrona no canto da sala para descansar, visto que já era bem tarde. Ray e eu insistíamos em resolver o tal esquema em cima da mesa e após várias tentativas falhas chegamos no que consideramos ser a combinação certa.
  O esquema ficou:

Profecia.      Flor branca      Menino
                 --  >               -- >            |
                                                        V
                                          Escorpião
                                                        |
                                                       V
Final(ou início?)      Sangue     pureza
                               < --          <--  

  Ray e eu encarávamos os papéis distribuídos em cima da mesa mais confusos que antes. Estávamos cansados demais para tentar entender aquilo tudo e achamos melhor parar para descansar um pouco.

  Me virei e vi Frank encolhido na poltrona enquanto dormia calmamente e eu não pude conter um sorriso. Enquanto Ray me esperava na porta, me abaixei um pouco e peguei aquele pequeno ser no colo, ao que ele, ainda sem acordar, passou os braços a minha volta quando eu comecei a caminhar em direção à porta.

  Apesar da insistência de Ray, dispensei a ideia de dormir em seu quarto ("visitas sempre em primeiro lugar"), mas aceitei o de hóspedes apenas para Frank. Ele me ajudou a arrumar a cama e separar os cobertores e travesseiros, visto que eu ainda estava carregando Frank na maior normalidade, antes de ir se deitar.

  O coloquei, lentamente, em cima do lençol frio e o ajudei a se livrar apenas dos sapatos (realmente não achava confortável que ele dormisse com a calça jeans, mas achei melhor não arriscar). Antes de sair do quarto, me certifiquei de que ele estava bem coberto para que não sentisse frio durante a noite e murmurei um "Boa noite" quando apaguei as luzes.

  Enquanto me dirigia à sala, onde eu passaria a noite, me peguei tentado a voltar e me deitar ao seu lado, mas não me sentia livre o suficiente para fazer isso, por não estar em casa. Assim, tive que me contentar com o apertado, embora mais confortável do que aparentava, sofá-cama. Me deitei ainda com as roupas que usava e, mesmo com o cobertor, senti um pouco de frio.

  Tentei ignorar o vento que corria pelo cômodo e puxei o cobertor mais para cima, quando ouvi um barulho seguido de alguns palavrões.

  Me virei e vi Frank, ainda sonolento, trilhando seu caminho até o sofá esbarrando em, praticamente, todos os móveis. Ele havia se livrado de sua jeans e usava apenas sua blusa, que batia na altura de suas coxas.

  Eu ainda o observava meio abobado quando ele se jogou ao meu lado, se cobriu e me abraçou, sussurrando um "Boa noite, Gee" antes de apoiar sua cabeça em meu ombro.

  Passei os braços por sua cintura, meio sem jeito, e deixei seu perfume me levar para outra dimensão. Já não sentia mais frio. Ao contrário, um calor incrível percorria meu corpo à medida que ele se mexia e roçava seu corpo no meu.

Já vi que a noite vai ser longa..

Vampires Will Never Hurt You /Frerard/Onde histórias criam vida. Descubra agora