Chapter 29

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  Se Michael sabia onde Frank estava, por que ele não me falou nada? Quer dizer, ele sabia que eu estava..hm..me apegando demais ao pequeno.

  Não pude acreditar que ele estaria envolvido com o sumiço de Frank, então apenas pensei que soubesse onde encontrá-lo. Do mesmo jeito, não entendi porquê ele havia escondido isso tudo de mim.

Talvez ele só esteja "trabalhando" para alguém.

  Eu caminhava de um lado ao outro na calçada em frente à loja do Ray, que ainda estava trancada. Começava a desconfiar que alguma coisa tinha acontecido com ele.

  Resolvi invadir...invadir não,é uma palavra muito forte...bem, entrar educadamente pela porta dos fundos e procurar qualquer sinal dele.

  Assim que botei meus pés ali dentro pude perceber muitas coisas fora do lugar. Vários livros estavam no chão e tinha até uma estante meio tombada. Fui rapidamente para a mesinha e constatei que o livro ainda estava escondido ali, o que me tranquilizou um pouco.

  Revirei o resto da loja, mas não pude encontrar nada que me dissesse onde Ray estava.

Se ele fosse embora ele me avisaria, certo?

  Coloquei as coisas de volta em seus lugares (não me julgue, odeio bagunça) e saí do estabelecimento. Tentei o celular de Raymond algumas vezes, mas ele não atendeu. Essa história já estava ficando sinistra demais. Eu já tinha muito com o que me preocupar e mais essa agora!

  Voltei para casa e fiquei um bom tempo no banho tentando esquecer, pelo menos por alguns minutos, aquilo tudo. Liguei a tv, escutei música, tentei desenhar, mas nada me fazia esquecer o que estava acontecendo, e pior, eu simplesmente não conseguia resolver mais nada a rspeito disso.

  Tentei ligar para Ray mais algumas vezes, mas só caiu na caixa postal. Tinha quase certeza que alguém o havia ameaçado, fazendo ele fugir sem ao menos me dar satisfações.
Me joguei no sofá tão cansado que acabei pegando no sono. Foi aí que tudo ficou mais estranho.

  Tive um sonho meio bizarro. Eu estava no quarto onde encontrei Frank novamente. Na verdade, eu não estava realmente no quarto como da outra vez, eu nem ao menos podia ouví-los, mas conseguia ver o que acontecia no cômodo. Frank estava sentado na cama escrevendo em alguns papéis quando a porta se abriu bruscamente e Ray foi jogado ali dentro. Ele se apresentou e rapidamente ganhou a confiança de Frank, provavelmente dizendo que estava me ajudando. De repente, Ray levou as mãos à cabeça e eu pude ver seus olhos se tornando esbranquiçados de novo. Sua voz começou a ecoar em minha mente.

"Gerard, não sei se você pode me ouvir, mas estamos bem. Frank escreveu um bilhete. Você precisa nos encontrar."

Vampires Will Never Hurt You /Frerard/Onde histórias criam vida. Descubra agora