Chapter 14

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  Depois disso nossa conversa ficou meio estranha (para mim pelo menos, porque ele parecia bem confortável com tudo isso ).

  Enquanto eu o acompanhava até seu apartamento tentei, discretamente, voltar o assunto para aquela história louca das flores. Não consegui muita informação, mas pelo menos sabia que tinha uma " loja de livros esquisita" (palavras dele) onde eu provavelmente encontraria algo mais sobre o assunto.

  Assim que chegamos na frente do prédio dele nossa conversa foi ficando mais lenta. Não tínhamos pressa, porque não sabíamos quando nos veríamos novamente depois de nos despedirmos.

  Ele murmurou um "até mais" e já estava entrando no prédio quando baixou um espírito de não sei o quê em mim que fez com que eu segurasse seu braço e o puxasse pra perto.

  Ele ficou surpreso por um momento, mas logo voltou a sorrir. Eu ainda encarava seu rosto, pensando nos milhares de sorrisos como aquele que eu tinha visto hoje, quando ele se aproximou mais e colou nossos lábios.

  Não queria reagir; aquele não era eu.
  Mas eu não resisti e quando dei por mim já estava pressionando seu corpo contra o meu e a parede do prédio. Ele parou, um pouco ofegante e me encarou com seus olhos brilhantes.

  Nós nos despedimos (embora eu pudesse jurar que ele estava a um fio de me chamar para entrar, convite que eu aceitaria rapidamente) e eu segui o caminho até minha casa. A noite já tinha caído e o céu estava completamente escuro. Assim que cheguei, parei ao lado do meu jardim para sentir o doce aroma das flores.

  Uma havia murchado. Tentei me lembrar se ela já estava assim quando eu saí,mas estava tão agitado que não reparei.

Estranho. Talvez ela tenho murchado porque eu não prestei muita atenção quando Frank me explicou como tratá-la. Mas porquê as outras estão bem?

  Foi quando olhei para dentro de casa e percebi que as luzes estavam acesas, mesmo me lembrando perfeitamente de ter deixado tudo apagado antes de sair.

  Caminhei lentamente até a porta e consegui abrí-la sem fazer barulho. Olhei para a sala e não havia sinal de quem pudesse estar ali.

  Ouvi um barulho vindo da cozinha e me posicionei entre o corredor e a porta da sala de forma que quem quer que fosse não conseguiria me ver. Os passos se aproximavam de onde eu estava. Quando comecei a poder escutar sua respiração me virei rapidamente. Em um pulo, o empurrei para a parede e segurei seu pescoço com uma mão. Foi nesse momento que encontrei dois olhos castanhos muito assustados.

- Michael ?!

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Vampires Will Never Hurt You /Frerard/Onde histórias criam vida. Descubra agora