Vampires Will Never Hurt You /Frerard/

Chapter 36

  Não vou mentir e dizer que eu não estava a fim de entrar lá no banheiro, sem me importar com nada e fazer o que há tanto tempo eu pensava en fazer. Inclusive, eu estava há algum tempo parado na porta do banheiro com a mão na maçaneta, escutando a água cair e ele cantar, bem baixinho, enquanto tomava banho.

  Eu já tinha imaginado mil cenas diferentes envolvendo nós dois ali, mas eu havia decidido que esperaria chegar a hora certa (de novo), porque toda aquela conversa sobre Michael tinha feito meu estômago embrulhar de uma maneira absurda.

  Fiquei mais um tempo ali, imaginando a água caindo por toda a superfície de seu corpo, coberto por todas aquelas tattoos que eu tinha certeza que desenharia mais tarde, quando me dei conta de que o chuveiro já havia sido desligado.

  Soltei a maçaneta rapidamente e pouco tempo depois a porta se abriu, revelando uma figura de cabelos e corpo molhados, coberto apenas por uma toalha branca amarrada na cintura. Seus olhos tinham um brilho diferente e eu me peguei desejando infinitamente que aquela toalha caísse, sabendo que eu não me controlaria por muito mais tempo.

-Você está atrasado. - ele comentou, abrindo um sorriso em seguida. - Mas tudo bem, se você quiser a gente pode tomar outro banho.

  Eu tentei ao máximo me conter e percebi que eu, na verdade, tinha um autocontrole surpreendente.

-Você deve estar com fome. Eu vou ver o que eu tenho na cozinha..

  Saí apressado em direção ao tal cômodo e recebi uma risada muito contagiante em resposta. Ele estava se divertindo muito com toda aquela situação e eu não sabia como reagir quando ele veio atrás de mim, tempo depois, usando apenas uma calça escura com a blusa jogada por cima do ombro, ainda exibindo aquele sorriso largo no rosto. Parte de mim queria jogá-lo em cima da mesa naquele instante e acabar com toda aquela vontade que me consumia à dias. E essa parte estava quase ganhando quando eu vi, novamente, os hematomas em sua pele. Toda aquela euforia deu lugar à minha preocupação e necessidade de protegê-lo que crescia mais a cada segundo e foi essa parte (infelizmente) que acabou vencendo.

  Ele viu meu incômodo com toda aquela situação novamente e vestiu a blusa apressado. Acabei de preparar alguns sanduíches, que era o que eu consegueria fazer àquela hora, e nós comemos em silêncio.

-Sei que provavelmente não é a hora certa, mas...- ele começou, quebrando a tensão entre nós- Vendo você comer desse jeito me fez pensar nas maravilhas que você deve fazer com essa boca..

  Ele tinha um tom bem casual, mas foi suficiente para que eu engasgasse com o suco que eu estava tomando. O olhei surpreso com o comentário e pude ver que ele estava sorrindo, provocativo.

Já vi que essa noite vai ser longa..