Chapter 13

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  O que eu podia responder? "Claro que eu acredito,Frank. Eu até sou um, quer ver minhas presas?". Estava fora de cogitação.

  Mas por outro lado, agora mais do que nunca, eu precisava saber o que ele tinha a dizer e negar completamente a existência de seres como eu não ia ajudar.

-Hm..depende.

- Depende?

- Bem...talvez eles existam mesmo, mas não imagino que poderia ter algum próximo a mim.. O que você pensa a respeito disso?

- Eu acredito que eles existam, sim. Na verdade eu até gostaria de conhecer um. Perguntar como é viver como eles.. Talvez ele quisesse até me transformar também.

  Juro que nessa hora eu quase joguei tudo pro alto e fui lá falar que ele já conhecia um (na verdade dois) e que seria um imenso prazer realizar a minha vontade de..quer dizer, realizar a vontade dele de viver como eu.

- Sério? - me contive - Talvez ser vampiro não seja assim tão bom.

- Ah é? E como você poderia saber?

- Hm..é um palpite.

- Imagina.. Você ia poder ser mais rápido,mais forte.. - seus olhos brilhavam.

- É, isso é verdade, mas mesmo assim.. Então, qual é a história? - perguntei, ansioso.

- Bom.. Diz uma lenda que duas dessas flores brancas que você comprou apareceram do nada em um mesmo campo. Uma cresceu forte enquanto a outra ia enfraquecendo aos poucos, até que um dia ela murchou de vez e ficou toda cheia de espinhos. - enquanto ele contava a "lenda" eu ficava pensando na flor que eu encontrei no meu jardim ; tudo batia perfeitamente com o que ele dizia.- Vendo que a flor não estava bem, um menino que passava perto do campo resolveu tirá-la de lá, para que ela não atrapalhasse a outra que estava linda e saudável. Quando ele se aproximou, não conseguiu ver os espinhos, que de alguma forma estavam escondidos, e quando foi arrancá-la do chão acabou se cortando.

  Ele fez uma pausa enquanto terminava de comer. Eu estava completamente imerso na história e suas palavras ainda ecoavam em minha cabeça, mesmo agora, em silêncio.

- O corte não foi profundo, -ele continuou- mas foi o suficiente para lhe arrancar algumas gotas de sangue, que acabaram pingando na flor murcha. E é aí que vem a parte estranha, dizem que assim que o sangue caiu sobre as pétalas da flor murcha, ela começou a reviver e ficou tão forte quanto a outra.

- É uma história e tanto, mas... Aonde entram os vampiros?

-  Bom, dizem que essa história virou uma espécie de profecia depois. Não sei ao certo a relação entre elas.. É tudo meio misterioso..tipo você. - ele me encarava.

- Tipo eu?

- É.. Você é meio assim. Não fala muito de si..eu nem sabia que você tinha um irmão.

- Ah..Mikey. - revirei os olhos e ele riu - Tudo bem então..o que você quer saber sobre mim.

- Ah, coisas normais. Tipo quantos anos você tem..ou se você namora..

-Qual você quer que eu responda primeiro?- disse, em um tom provocativo.

- Hm..a segunda.

- Não, eu não tenho visto ninguém. - foi o suficiente para ele abrir um sorriso- Mas eu estava pensando em mudar essa situação ultimamente.

- Eu também.- ele completou.

Vampires Will Never Hurt You /Frerard/Onde histórias criam vida. Descubra agora